Investing.com – O presidente Jair Bolsonaro disse em suas redes sociais que os primeiros testes de coronavírus deram negativo. A informação desmente a Fox News e o colunista do jornal O Dia Leandro Mazzin, que afirmaram mais cedo que o primeiro teste de coronavírus do presidente deu positivo e que a Presidência da República aguardavam a contraprova.

A Fox News disse que o filho do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro, havia passado a informação. Segundo o canal de notícias dos EUA, o deputado disse que seu pai estaria aguardando o resultado da contraprova.

O deputado federal negou a informação no Twitter. “Muito boato e pouca informação. Teste para coronavírus feito com equipe que foi com JB para EUA ainda não foi concluído”, diz o filho do presidente.

Mais cedo, o colunista Leandro Mazzini, do jornal O Dia, havia informado que o presidente testara positivo para coronavírus no primeiro teste e estaria aguardando a contraprova. Segundo o jornalista, Bolsonaro não se decidiu se vai divulgar o resultado, pois envolve questões de soberania nacional, além de impactar na Bolsa de Valores. Antes de decidir sobre a divulgação oficial caso o teste de contraprova dê positivo, o presidente deve consultar o núcleo presidencial – todos militares.

Antes do presidente, o ministro da Secretaria de Comunicação, Fabio Wajngarten, testou positivo para a doença na quinta-feira (12), após voltar com sintomas dos Estados Unidos com sintomas de resfriado.

Ambos estiveram nos EUA em viagem em que Bolsonaro se encontrou com presidente dos EUA Donald Trump no resort Mar a Lago, na Flórida, propriedade de Trump. Na comitiva brasileira estavam ainda o filho Eduardo, os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Fernando Azevedo (Defesa), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional).

O presidente brasileiro já havia cancelado toda a agenda na quinta-feira, quando passou a ser monitorado, assim como os demais integrantes da comitiva. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tinha dito que o presidente seria monitorado se o teste para coronavírus realizado pelo secretário desse positivo.

“Se der positivo, e como o presidente estava no mesmo avião, ele será monitorado como uma pessoa normal”, disse Mandetta à Reuters antes do teste positivo de Wajngarten. “Todo mundo pode pegar, não tem ninguém imune“.

Bolsonaro está em isolamento voluntário no Palácio da Alvorada desde o teste positivo de Wajngarten. Ontem, o presidente apareceu com máscara em uma live ao lado do ministro da Saúde.

Pronunciamento oficial e manifestações

Bolsonaro fez um pronunciamento oficial para abordar sobre o surto de coronavírus no Brasil. Ele mencionou que devem aumentar os casos confirmados da doença nos próximos dias e sobre a capacidade do sistema de saúde de suportar a elevação de casos.

Além disso, recomendou que as pessoas não fosse às manifestações favoráveis ao governo e contrárias a instituições como Congresso e ao STF agendadas para o próximo domingo (15), mas qualificando-as como “democráticas” e “espontâneas”, dando legitimidade a elas.

As manifestações são um dos fatores que elevaram a tensão entre Bolsonaro e Congresso. O presidente fez convocações pelo whatsapp e em uma visita a Roraima. Os atos foram marcados após o secretário do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, criticar, em um áudio vazado, os parlamentares em uma conversa com o ministro da Economia Paulo Guedes.

O pano de fundo para relação conflituosa entre os dois Poderes é o Orçamento Impositivo, no qual o Congresso teria verbas liberadas automaticamente, sem necessidade de autorização do Poder Executivo, para executá-las com, por exemplo, emendas parlamentares. Além de diminuir os recursos livres disponíveis à Presidência, reduz a capacidade do governo de negociar com parlamentares pautas legislativas de seu interesse.

Mais informações em instantes.