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As ações da Gol (GOLL4) continuam sua trajetória de perdas na B3 sob os efeitos do surto de coronavírus nos negócios da companhia áerea. A queda desta terça-feira ocorre depois que a empresa decidiu cortar sua capacidade total de voos entre 60% e 70% até meados de junho, em resposta à queda da demanda registrada nas últimas semanas disparada pelo pânico em torno da pandemia de coronavírus.
A renovação da máxima histórica do dólar, que chegou a R$ 5,0850 após registro da primeira morte no Brasil por coronavírus, influencia na avaliação de risco do papel pelos investidores. A alta da moeda americana exerce pressão nos custos da companhia devido à elevação do preço do combustível das aeronaves
Assim, por volta das 11h35, os papéis perdiam 1,74% a R$ 7,90. Até a sessão de ontem, as perdas acumuladas eram de cerca de 70% em março. As ações da Gol vão na contramão do Ibovespa, que sobe 2,63% a 73.041 pontos, em recuperação ao tombo na véspera.
A companhia afirmou que o corte na oferta será da ordem de 50% a 60% no mercado doméstico e de 90% a 95% nas operações internacionais. A empresa ressaltou que o cálculo para os cortes de capacidade foi feito com base “nas melhores estimativas” e com “as informações atualmente disponíveis” e por isso não descarta fazer revisões na estimativa.
“Em fevereiro, a companhia observou um efeito muito pequeno com o avanço do covid-19, e não foi preciso ajustar o seu nível de serviço aos clientes. No entanto, nesses últimos dias, houve um declínio mais significativo na demanda em todo o mercado de viagens aéreas no Brasil”, afirmou a Gol, sem dar detalhes sobre a demanda.
A decisão foi divulgada depois que a rival Azul (AZUL4) anunciou suspensão de voos para Bariloche, na Argentina, e para 10 cidades brasileiras, também citando queda na demanda e restrições a viagens devido à epidemia. A empresa afirmou que a redução de sua capacidade total será de 20% a 25% em março e de entre 35% a 50% em abril e nos próximos meses.
A Gol afirmou que mantém seus planos de negócios para “médio e longo prazos” e que tem capacidade para fazer “ajustes mais severos, se necessários, sem ter que revisar seus planos de frota ou estrutura corporativa”.
Por Gabriel Codas
