As exchanges brasileiras tiveram aumento de até 30% dos clientes em meio à crise do coronavírus, com aumento de volume de negociações de 84% em março, acumulando 32% no trimestre. As informações são do Valor Investe.

As exchanges Foxbit, Mercado Bitcoin, BitcoinTrade e Binance registraram alta de 15 a 30% de novos clientes em comparação com a média de clientes mensais em 2019. As exchanges ressaltam, porém, que cerca de 1/3 dos cadastrados opera ativamente nas plataformas.

O comportamento do mercado cripto brasileiro contrasta com o desempenho do trimestre do mercado financeiro tradicional, que acumula quedas expressivas desde a explosão da crise.

Na Foxbit, foi registrado um aumento de 10% nos registros, contando 10.753 novos clientes no trimestre.

Já a Binance, que chegou ao Brasil recentemente, o número de novos clientes foi 16% maior que no ano passado, além de aumento de 24,9% em novos clientes no panorama global em comparação com o último trimestre de 2019.

A BitcoinTrade teve aumento de 30% de novos clientes em março, e justifica:

“Além do aumento no número de carteiras, tivemos também aumento [no volume] de depósitos na corretora, o que representa muitas pessoas comprando em um momento de baixa da cotação do Bitcoin”.

A maior exchange do país, Mercado Bitcoin, teve aumento de 20% dos clientes em relação aos últimos meses, e espera “fechar abril com quasse 100.000 novos clientes em 2020”, diz Fabrício Tota, diretor da exchange. E completa:

“Em março, um mês de muita adversidade para mercados e investidores, vimos uma busca por proteção em ativos alternativos, um momento de grande reorganização nas carteiras e nos portfólios. Tipo, ‘o que eu faço agora?’. O Bitcoin mostrou poder de recuperação grande, e muita gente considerou as criptomoedas”

A Mercado Bitcoin revela que o volume negociado dobrou em março e, por certo período, chegou a cinco vezes a média diária negociada na exchange em 2019.

Segundo o Cointrader Monitor, as exchanges brasileiras movimentaram 395.209 BTCs (R$ 14 bilhões) entre abril de 2019 e o fim de março de 2020, com a Mercado Bitcoin respondendo por 30% deste volume.

O volume negociado em março, diz o Cointrader Monitor, foi também 84% maior do que em fevereiro, com crescimento de 32% no trimestre. Tota diz que a volatilidade da moeda favorece grandes volumes de negociação:

“Ainda tem muita coisa acontecendo, a crise não terminou. Veio uma primeira onda de fluxo de dinheiro para as criptos, mas ainda tem muita gente se reorganizando e entendendo a própria carteira”

Por Lucas Caram