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Índice Bovespa fecha em queda de 5,45% no "Moro Day"

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O pedido de demissão do ex-juiz Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça, nesta sexta-feira (24), trouxe princípio de pânico e descolou o pregão brasileiro do ritmo do exterior.

Famoso por ter sido o juiz da Operação Lava Jato, Moro era um dos ministros que mais emprestavam popularidade ao Planalto. Com sua partida, o Ibovespa chegou a cair mais de 9%, com todas as 73 ações no negativo. Mas antes de tocar os 10% e acionar um circuit breaker, maneirou o mergulho.

A queda forte do Ibovespa, no entanto, persistiu. No fim do dia, era de 5,45%, aos 75.331 pontos, concentrando boa parte das perdas de 4,64% do acumulado semanal.

A saída de um dos pilares de sustentação do governo, por si só, trouxe ainda mais incertezas ao investidor, que já tem de lidar com a maior crise mundial de nossos tempos. Cresceram as dúvidas sobre a capacidade política do Planalto para diminuir os impactos da contração econômica em meio à pandemia.

Nesse clima, o dólar comercial subia 2,33% no fim do dia, ao novo recorde nominal de R$ 5,6573 – depois de tocar o nível recorde de R$ 5,7469. No câmbio, esta sexta-feira também explica boa parte dos 8,00% de alta acumulada na semana, mais curta por causa do feriado de Tiradentes, na terça.

Ajudou a aumentar o ritmo de busca por proteção o teor das declarações de Moro em pronunciamento. Depois de confirmar seu pedido de demissão, alardeado na véspera, acusou o presidente da República, Jair Bolsonaro, de tentar interferir nas investigações da Polícia Federal.

O ministro disse que deixava o governo para proteger a própria biografia. Lembrou ainda que, mesmo durante os governos do Partido dos Trabalhadores (PT), alvo de investigações julgadas por ele, policiais federais estavam livres para trabalhar com independência.

“Minha preocupação maior não é nem com o efeito deste pregão, mas os desdobramentos nas próximas sessões”, diz Álvaro Bandeira, economista do banco Modalmais. “Moro fez acusações graves, que exigem explicações muito bem dadas pelo governo, e não só, mas também do Judiciário e do Legislativo, e isso pode afetar médio e longo prazos.”

“Instabilidade gera volatilidade”, diz Roberto Indech, estrategista-chefe da Clear Corretora, sobre a reação negativa do investidor às novidades vindas de Brasília. “A recomendação agora é de cautela até que o presidente nomeie um novo ministro, quando teremos uma sinalização mais clara da diretriz que o governo irá seguir”.

E se o exterior contou pouco para o investidor no Brasil nesta sexta, foi também pela falta de grandes gatilhos de alta ou baixa.

O petróleo, por exemplo. Entre segunda e terça, afundou, chegando a ser vendido a preços negativos em Nova York. Nas duas sessões seguintes, duas altas fortes também, figurando entre as maiores recomposições de preços da história. Já nesta sexta, continuaram em alta, com a demanda acima da oferta ainda incomodando, mas com a volatilidade bem mais contida.

Os contratos para junho em Nova York, referência da indústria americana subiram 2,66% nesta sexta, aos US$ 16,94 por barril. Em Londres, referência mundial, alta de 0,51%, aos US$ 21,44.

Na Europa, os pregões acabaram repercutindo a decepção com um remédio que, na sexta passada, fez índices de bolsa subirem com força. O remdevisr, antiviral que teria tido sucesso no tratamento de pacientes internados com covid-19, teria sido reprovado em novos testes feitos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao som dessas notícias, o Stoxx 600, que reúne 600 ações de 18 países europeus, caiu 1,10%, fechando a semana com perdas de 1,16%.

Confira o saldo final, desta sessão, dos cinco principais índices nacional do continente:

Madri: -1,97% (6.613 pontos)

Frankfurt: -1,69% (10.336 pontos)

Paris: -1,30% (4.393 pontos)

Londres: -1,28% (5.752 pontos)

Milão: -0,89% (16.858 pontos)

Nos Estados Unidos, o índice S&P 500, cuja carteira teórica tem os 500 papéis negociados de Wall Street, caiu 1,32% no acumulado da semana, sob influência principal do petróleo.

Já nesta sessão, com a frustração com o antiviral refletida já pelo pregão passado, dia de ganhos. Os planos de relaxamento das medidas de isolamento em alguns estados americanos, e a consequente expectativa de retomada econômica, sustentaram as altas de Nova York.

O placar em Wall Street nesta sexta:

Dow Jones: +1,11% (23.775 pontos)

S&P 500: +1,39% (2.836 pontos)

Nasdaq: +1,65% (8.634 pontos)

Na sessão brasileira, as ações que mais sentiram o peso da saída de Moro do governo foram as da Eletrobras, boa parte do dia na lanterninha. No fechamento, os papéis preferencias (PN, que dão preferência por dividendos) caíam 13,17%; os ordinários (ON, que dão direito a voto em assembleias), outros 13,05%.

A Eletrobras tem a sua privatização, tentada desde o governo Temer, como principal gatilho de ganhos vislumbrado por investidores. Com a crise política deflagrada, a viabilidade deste plano no curto prazo fica ainda mais distante do que a pandemia de covid-19 já poderia manter.

No campo dos ganhos, as “moscas brancas” do pregão foram as ações da Suzano. Embora também tenham visitado o campo das perdas nos momentos de maior tensão do dia, vira e mexe ficaram isoladas, subindo sozinhas. No fim da sessão, tinham ganhos de nada menos que 7,03%, puxando junto delas as ações da Klabin, em 1,71%.

Com a economia chinesa ensaiando retomada, após ser o primeiro país atingido pela pandemia, os preços da celulose tendem a ficar aquecidos, bem como a demanda por lá. No cenário de terra arrasada desta última sessão, bastou para o papel da Suzano conseguir pressão de compra bem maior que a de baixa, apesar dos pesares locais.

Também com a China contando a favor, as ações da Vale conseguiram ir para o campo positivo no finzinho do pregão, conquistando alta de 0,57%. Os papeís da Bradespar, parte integrante do seu controle, subiram 0,99%.

As 73 ações do Ibovespa movimentaram R$ 29 bilhões, com as compras prevalecendo para apenas quatro delas.

O volume financeiro negociado no Ibovespa foi forte, somando R$37,65 bilhões. Na mínima, o índice atingiu 72.040 pontos (-9,58%), e na máxima 79.666 pontos (-0,00%). O índice fechou em forte queda, com o mercado internacional misto e as notícias domésticas negativas.

Na semana, o Ibovespa acumulou baixa de -4,63%. No mês, acumulou alta de 3,16% .

*Informações do Valor Invest

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