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Polícia de São Paulo investiga FX Trading e aponta para golpe de mais de R$ 1 bilhão

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A polícia de São Paulo investiga, em três inquéritos distintos, um golpe da FX Trading Corporation, empresa que ofertava investimentos em Bitcoin, que pode chegar a R$ 1 bilhão em prejuízo. A informação foi publicada nesta quarta-feira (20) na Folha de S. Paulo.

A FX trading pode ter lesado milhares de pessoas no estado de São Paulo, segundo a polícia. Entre as vítimas, a matéria cita o aposentado Messias Cocca, de 81 anos, que junto com seu filho perdeu mais de R$ 900.000.

O aposentado “assume hoje ter sido ludibriado por essa organização criminosa de nível mundial”, conforme boletim de ocorrência de dezembro de 2019.

O empresário Luca Calabrese, de 63 anos, perdeu R$ 600 mil com o golpe e, por pouco, não investiu R$ 2 milhões:

“Perdi muito dinheiro, dinheiro declarado, dinheiro da família inclusive. Me colocaram numa situação muito difícil perante minha família. Risco de morrer, mesmo.”

O empresário ressalta que a FX Trading usa táticas especializadas para enganar as vítimas e pode ter dado um golpe de R$ 1 bilhão:

“Lógico que ninguém acredita em Papai Noel, mas o pessoal é tão bom de lábia que consegue demonstrar a Lua e o Sol que estão nas mãos. É uma tática muito bem montada, muita especializada. Eles continuam dando golpe. Posso garantir que estamos falando de algo na casa de R$ 1 bilhão”

A FX Trading oferecia supostos rendimentos de 2,5% ao dia, mais de dez vezes o rendimendo mensal da poupança bancária, retornos que pareciam espetaculares para os potenciais investidores mas, como hoje fica claro, não encontravam amparo na realidade.

Como em outros casos de fraude de pirâmide financeira no Brasil, as vítimas dizem ter começado com pequenos investimentos e, aos poucos, acabam sendo convencidas a investir cada vez mais, até a empresa bloquear os saques abruptamente.

Outras fraudes famosas também chegaram a alegar ataque de hackers, saldo bloqueado em exchanges internacionais, entre outras desculpas típicas de pirâmides em franca decadência.

Para o promotor Renato Davanso, a FX Trading é um exemplo típico de estelionato sofisticado:

“Nos primeiros meses, eles remuneram, para dar legitimidade, depois, somem.”

As vítimas tinham duas portas de entrada para a fraude: eram abordadas por pessoas de confiança ou participaram de eventos da FX Trading em lugares sofisticados, como parte do culto à prosperidade que cerca este tipo de esquema.

O paranaense Philip Wook Han, suposto dono da empresa, aparecia em vídeos pilotando carros de luxo e proferindo frases como “quem não conseguir US$ 50 mil por dia é um fracassado”. Hoje, ele nega ligação com a empresa.

A CVM proibiu a FX Trading de captar clientes em maio de 2019, sob pena de R$ 1.000 de multa por dia, supostamente por operar no mercado forex. Hoje, a autarquia investiga a FX e sua sucessora, a F2. Ambas indicaram matrizes na Coréia do Sul, mas não está confirmada a existência das empresas de investimento.

Além de Han, a empresa também teria outros sócios e “corretores” da empresa, que seriam responsáveis por angariar potenciais vítimas. O promotor Davanso não tem dúvidas da participação do empresário paranaense:

“Está muito claro que esse Philip [Han] tem envolvimento, que ele é o representante, até pela busca que você faz pela internet. Mas e outros? […] O crime contra economia popular está óbvio, porque ele enganou. Não existe mágica, você aplica um dinheiro e vai ter 20% de remuneração. Ele está vendendo uma coisa que não tem como entregar. Ninguém consegue, ou ele não precisava pegar o dinheiro dos outros”

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, os três inquéritos estão em andamento, nos quais “são apuradas denúncias de crime contra a economia popular, estelionato e organização criminosa. As equipes realizam oitivas com as partes, bem como a análise das informações e evidências reunidas até o momento. Novas diligências são realizadas e as autoridades trabalham para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos”.

Por Lucas Caram

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