Analistas do BTG Pactual (BOV:BPAC11) afirmaram ter saído “encorajados” de conversas com executivos da Vale na semana passada, incluindo o presidente da mineradora, Eduardo Bartolomeo, e acrescentaram que consideraram bastante construtivas as mensagens da companhia em frentes como estabilidade operacional e crescimento, além de retomada de dividendos.

Em relatório a clientes na noite de segunda-feira, Leonardo Correa e Caio Greiner afirmaram ser inegável que a principal preocupação dos investidores envolve a retomada dos volumes da Vale no segundo semestre, mas ressaltaram que a empresa parece bastante otimista sobre a possibilidade de alcançar ao menos o piso da meta de produção de minério de ferro, que é de entre 310 milhões e 330 milhões de toneladas em 2020.

“Além disso, devemos esperar uma forte história de crescimento no segundo semestre de 2020, que deve reduzir o risco (‘de-risk’) do case e recuperar o apetite do investidor.”

Sobre dividendos, os analistas afirmaram que saíram das conversas com a impressão de que existe uma alta probabilidade de retomada em 2020, embora tenham ponderado que os executivos não forneceram orientações específicas sobre um cronograma.

“Nossa sensação é de que agora os dividendos são apenas uma questão de se ter um pouco mais de clareza sobre a evolução da Covid e de concluir o repagamento de crédito rotativo sacadas no início do ano”, afirmaram, projetando que a antiga política poderia ser retomada no terceiro trimestre deste ano.

A Vale suspendeu a distribuição de dividendos aos acionistas na sequência do rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG) em janeiro passado, um desastre que deixou centenas de mortos.

Procurada, a Vale não comentou de imediato o relatório do BTG e as falas dos analistas sobre os dividendos.

A empresa disse em apresentação no início de maio que estava “no caminho certo para retomar” a política de dividendos, mas não citou quando isso poderia ocorrer.

Os analistas do BTG reiteraram recomendação de compra para as ações da Vale, citando que seguem como “top pick”. Eles têm preço-alvo de 14 dólares para os ADRs da Vale, que acumulam queda de 22,65% em 2020, tendo fechado a 10,21 dólares na véspera.

Na B3, as ações ON da mineradora mostram elevação de 4,4% no ano, tendo encerrado a 55,63 reais na segunda-feira.