Os Estados Unidos perderam 2,76 milhões de vagas de empregos em maio, mostrou o Relatório de Empregos no Setor Privado ADP. A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg era de uma perda de 9 milhões de vagas na iniciativa privada no período.

Em abril, os EUA já haviam registrado uma queda de 20,2 milhões de empregos por conta das medidas de isolamento social tomadas para combater o coronavírus na maior economia do mundo. Os EUA já tiveram 107.648 mortes pela Covid-19 e 1,869 milhão de casos confirmados.

As perdas de empregos foram especialmente profundas nas grandes empresas, que registraram um declínio de mais de 1,6 milhão. A manufatura sofreu uma das maiores baixas, pois o setor perdeu 719 mil trabalhadores.

 O total relatado ficou bem abaixo da estimativa de 8,75 milhões de economistas consultados pela Dow Jones. A razão da grande disparidade não ficou clara de imediato.

A contagem de maio também marcou uma queda acentuada da queda de 19,6 milhões em abril, uma estimativa que foi revisada a partir dos 20,2 milhões relatados inicialmente. A perda de abril foi de longe a pior da história da pesquisa da ADP.

“O impacto da crise do Covid-19 continua pesando sobre empresas de todos os tamanhos”, disse Ahu Yildirmaz, co-diretor do ADP Research Institute. “Enquanto o mercado de trabalho ainda está sofrendo com os efeitos da pandemia, a perda de empregos provavelmente atingiu o pico em abril, já que muitos estados começaram uma reabertura gradual de negócios”.

Não havia mais informações disponíveis sobre por que a mudança mensal relatada era tão grande ou como poderia estar tão longe das estimativas de Wall Street. Ian Shepherdson, economista-chefe da Pantheon Macroeconomics, alertou os investidores em uma nota na terça-feira que eles deveriam estar “preparados para surpresas, em qualquer direção” por causa do modelo que a ADP usa para calcular o total da folha de pagamento.

O relatório é feito em conjunto com a Moody’s Analytics e serve como precursor do relatório mensal das folhas de pagamento não-agrícolas em dois dias do Departamento do Trabalho. Os economistas esperam que o número de sexta-feira, que inclui funcionários do governo, mostre um declínio de 8,33 milhões, o que elevaria a taxa de desemprego em 19,5%, ante os 14,7% de abril.

As indústrias relacionadas a serviços, que representam uma proporção maior do mercado de trabalho, perderam 1,967 milhão de posições, em comparação com as 794 mil de produtores de bens, segundo a ADP.

No nível setorial, o comércio, o transporte e as empresas de serviços públicos lideraram com 826.000, e os serviços profissionais e comerciais caíram 250.000. As atividades financeiras caíram em 196.000 e os serviços de educação e saúde perderam 168.000. A categoria “outras atividades” registrou um declínio de 307.000. O setor de lazer e hospitalidade atingido caiu 105.000.

Apenas duas áreas relataram ganhos: educação, com 166.000, e serviços administrativos e de suporte, com 40.000.

No lado da produção de mercadorias, a queda na fabricação foi acompanhada por uma queda de 52.000 em mineração e recursos naturais e uma perda de 22.000 em construção.

Fonte CNBC