BR Distribuidora (BOV:BRDT3) reportou nesta quarta-feira lucro líquido de 234 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 50,9% ante o mesmo período do ano passado, em meio a impactos da pandemia de coronavírus que reduziram os volumes de venda e as receitas das empresa.

A maior distribuidora de combustíveis do Brasil, que tem a Petrobras como maior acionista, registrou queda de 5,9% no volume de vendas no período na comparação anual, para 9,191 bilhões de litros.

O indicador de geração de caixa (Ebitda ajustado) somou 545 milhões de reais entre janeiro e março, queda de 36,6%, enquanto a receita atingiu 21,2 bilhões de reais, redução de 5,5%.

Segundo a BR, as medidas de isolamento para combater o coronavírus tiveram “impacto imediato na demanda” por combustíveis.

“A desaceleração da atividade econômica, as crescentes restrições à circulação de pessoas, a redução das atividades industriais, comerciais, de serviços e do uso de todos os modais de transportes no Brasil ocasionaram, principalmente a partir da última semana de março, significativa redução da demanda por combustíveis no país”, afirmou a empresa.

“Esta realidade, apesar de iniciada apenas nos últimos dias do 1T20, foi capaz de produzir reduções relevantes mesmo nos volumes médios de venda do trimestre”, acrescentou.

Os volumes de venda no Ciclo Otto sofreram na última semana de março uma redução de 55% em relação à média diária acumulada desde o início do trimestre, enquanto os volumes de diesel sofreram redução de 25% e os do segmento de aviação, caíram 60% na mesma comparação, disse a empresa.

A empresa ponderou que o “market share total” permaneceu estável em 25,6% no período em relação ao quarto trimestre.

Como somos ao mesmo tempo compradores e vendedores de commodities, entendemos que o nível recorrente de margens de comercialização de nosso negócio segue dinâmica própria e independente dos patamares de preço de petróleo”, disse.

No entanto, a companhia admitiu que variações bruscas nas cotações da commodity produzem comumente efeitos pontuais nas margens.

“No primeiro trimestre, estas perdas tiveram um impacto muito superior aos níveis usuais, produzindo um efeito significativo nas margens reportadas, sobretudo quando em comparação com os números do 4T19…”, afirmou.