Antes de a pandemia chegar ao Brasil, representantes dos frigoríficos Marfrig (BOV:MRFG3) e Minerva (BOV:BEEF3) estavam começando a criar condições para iniciar um diálogo visando a combinação dos negócios. A soma do valor de mercado das empresas, sem considerar sinergias, seria hoje de 18 bilhões de reais — 60% concentrado na Marfrig. As conversas entre as duas companhias nunca foram fáceis, mas intermediários de ambos os lados abriam espaço para uma transação — que poderia juntar a segunda maior companhia de carnes do mundo (Marfrig) com a maior exportadora da América do Sul (Minerva). As empresas teriam somado 17,5 bilhões de reais de receita líquida no primeiro trimestre, o equivalente a 31% dos 56,5 bilhões de reais registrados pela gigante JBS.
Qualquer pessoa que conheça minimamente a história do Marfrig sabe que o fundador Marcos Molina não tem nenhuma disposição de deixar de ter as rédeas do negócio, que sozinho vale 10,5 bilhões na bolsa. A questão é que Fernando Galletti de Queiroz, presidente da Minerva e herdeiro do fundador, também não gosta da ideia de perder a cadeira para uma transação — ainda menos com a rival nacional do outro lado. Mas, fontes com conhecimento do assunto afirmam que o objetivo era pavimentar um caminho para Molina ficar à frente das companhias combinadas. Com ele, ou é assim, ou não é.