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Rubem Novaes pede demissão da presidência do Banco do Brasil

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A renúncia do presidente do Banco do Brasil (BOV:BBAS3), Rubem Novaes, de 75 anos, informada nesta sexta-feira, 24, gerou surpresa internamente e também no mercado, conforme fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast na condição de anonimato. Nos bastidores, especulações já ocorrem quanto aos possíveis substitutos do executivo, tido como um dos pilares liberais do governo de Jair Bolsonaro.

Na lista de apostas, na opinião de executivos do mercado, estão nomes como o do presidente do conselho de administração do BBHélio Magalhães; o do presidente da Caixa Econômica FederalPedro Guimarães, e ainda o do vice-presidente de negócios de atacado do BBWalter Malieni.

A saída de Novaes foi considerada como marginalmente negativa pelo analista Victor Schabbel, do Bradesco, pelo fato de o executivo ser um dos “expoentes liberais” da equipe econômica capitaneada pelo ministro da EconomiaPaulo Guedes.

Em fato relevante ao mercado, o BB justifica que o pedido de renúncia ao cargo de presidente do BB, com efeitos a partir de agosto, ocorreu diante da necessidade do banco passar por uma “renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.

Está em curso no Banco do Brasil (BB) uma ampla revisão de ativos, e caberá ao sucessor de Rubem Novaes levá-la adiante. As discussões vão desde a já conhecida busca por um parceiro para a gestora de recursos até o que fazer com a operação de banco digital.

Novaes, que se despede no dia 6 de agosto da presidência do BB, estava debruçado sobre esse processo junto com Hélio Magalhães, presidente do conselho de administração e, agora, um dos nomes cotados para sucedê-lo.

Anunciada no início do governo Bolsonaro, a agenda de desinvestimentos do BB avançou pouco a olho nu, embora os preparativos venham sendo conduzidos internamente. Em alguns casos, como cartões e banco digital, não há conclusão ainda se o melhor caminho para extrair valor é a venda de participação acionária. Todas as possibilidades estão sobre a mesa.

Novaes é amigo pessoal de Guedes e foi escolhido para capitanear o BB no governo Bolsonaro. Nos últimos meses, porém, cresceram rumores sobre sua saída e possível substituição pelo presidente da Caixa, que tem tido destaque no cargo, principalmente, junto ao presidente da República.

economista Rubem Novaes sinalizou sua vontade de deixar o comando do Banco do Brasil ao ministro da Economia, Paulo Guedes, no fim de maio. A decisão, garante ele ao Estadão/Broadcast, antecipou o imbróglio envolvendo a publicidade do banco e sites de fake news e que foi parar em órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) .

“Minha primeira mensagem para o PG (Paulo Guedes) antecede a esta questão do CGU. Simplesmente chegou a hora de sair e dar lugar a alguém da geração digital”, disse Novaes.

Depois da pandemia, esse sentimento se acentuou. Guimarães passou a ter mais holofotes em meio ao pagamento do auxílio emergencial e Novaes tendo menos aparições.

Cotados

Com a renúncia, o nome do presidente da Caixa ganha uma força quase que natural na roda de apostas do mercado. Também está em destaque na boca de pessoas próximas a Bolsonaro. Vale lembrar, contudo, que ele tem à frente uma esteira de aberturas de capitais para tocar no banco.

O presidente do conselho do BB, Hélio Magalhães, também tem força nas apostas do mercado. Internamente, diz uma fonte, é quase que uma torcida, considerando seu currículo. Ex-CEO da operação do Citi no Brasil, ele é visto como um “ponto de equilíbrio” na gestão atual do banco e tem contribuído de forma ativa para a agenda de desinvestimentos do BB, atropelada pela pandemia. Resta saber, contudo, se Magalhães teria interesse na empreitada.

Dentre as apostas internas, um nome que surge é a do vice-presidente de Negócios de atacado do BB, Walter Malieni. O executivo é visto como um dos mais preparados para assumir o cargo, uma vez que conhece as diversas frentes de atuação da instituição. Há dúvidas, contudo, da força política ao redor de seu nome uma vez que a indicação para o comando dos bancos públicos ficam a cargo do presidente da República, com orientação da equipe econômica.

Renúncia

Uma fonte próxima ao banco diz que a decisão de Novaes foi pessoal e a escolha de seu substituto está sendo feita por Guedes e Bolsonaro. Lembra ainda que o executivo deixa o comando do BB após resultados recordes da instituição, redução de R$ 10 bilhões em despesas operacionais e deu o pontapé inicial na venda de ativos, incluindo a fatia no ressegurador IRB Brasil Re a um preço bem superior ao atual, impactado pela crise de credibilidade enfrentada pela companhia.

Além disso, Novaes era forte defensor da privatização do BB. Mesmo contra a opinião de Bolsonaro, afirmava que o banco ficou com o ônus de ser público, mas perdeu o bônus e tinha de se preparar para a revolução tecnológica que o setor tem enfrentado em meio a concorrência com fintechs e bigtechs.

Rubem Novaes renunciou ao cargo de presidente do Banco do Brasil na última sexta feira, em fato relevante comunicado ao mercado, por três principais motivos, segundo ele explicou ao Valor: 1) profunda indignação com a cultura política prevalecente em Brasília, onde não interessa o liberalismo; 2) convencimento de que é preciso passar o bastão para alguém mais jovem e ligado às transformações tecnológicas que já estão ocorrendo no setor bancário; 3) vontade de estar junto da família, sobretudo dos netos.

“Tudo isso (e mais um pouco) é explicado em detalhes na mensagem que mandei ao Paulo, no final de junho”, disse Novaes, em referência à carta de demissão enviada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, de quem é muito próximo.

Novaes, 74 anos, não escondia o cansaço com a rotina de Brasília, onde dava expediente diariamente e, a amigos, confessou que considerava o ambiente da capital federal “tóxico”. Para ele, que é um liberal convicto, os “ liberais em Brasília são como um vírus tentando penetrar num organismo hostil com anticorpos poderosos. O liberalismo não interessa a uma cultura de privilégios, compadrios e interesses muitas vezes escusos”, segundo definiu o então presidente do BB em uma live patrocinada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), feita há dez dias.

Procurados, BB e Caixa não comentaram. Os executivos mencionados também não se posicionaram a respeito.

Fonte Valor e Estadão

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