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BR Distribuidora (BRDT3) 2T20: Lucro líquido de R$ 188 milhões

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BR Distribuidora reportou lucro líquido de R$ 188 milhões no segundo trimestre, queda de 37,7% na comparação com o resultado do mesmo período do ano anterior, com a pandemia de coronavírus impactando o volume de vendas e os preços. A companhia registrou retração de 21,7% nas vendas e viu a sua receita líquida cair 38,1%, para R$ 14,8 bilhões, na comparação anual. Mas ela foi beneficiada por efeitos não recorrentes

Os resultados da BR Distribuidora (BOV:BRDT3) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 11/08/2020.
Ebtida – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – recuou 2,9%, para R$ 391 milhões. Em termos ajustados, no entanto, ele subiu 61,3%, para R$ 816 milhões. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, subiu de R$ 51 para R$ 104 o metro cúbico.
→ A BR Distribuidora possui R$ 25,5 bilhões de valor de mercado. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

A receita líquida caiu 38,1%, para R$ 14,9 bilhões, na esteira de um recuo do volume de vendas de 21,7% ante o segundo trimestre do ano passado, para 7,8 bilhões de litros.

“O segundo trimestre de 2020 foi marcado principalmente pela redução de volumes vendidos e ainda pelo efeito das reduções nos preços dos derivados de petróleo ocorridas até abril, que resultaram no expressivo ajuste na marcação de nossos estoques”, disse a companhia.

O balanço da BR foi impactado positivamente, sobretudo, pelo efeito dos R$ 376 milhões provenientes de uma vitória, na Justiça, em torno da exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. A companhia obteve uma decisão favorável, transitada em julgado, reconhecendo que tem o direito de reaver valores recolhidos a maior entre 2012 e 2020.

Por outro lado, a distribuidora contabilizou perdas de estoques e o efeito negativo de R$ 17 milhões líquidos pela assinatura do novo plano de equacionamento de déficits junto à Petros. Também pesou o reconhecimento de perda de crédito esperada, no valor de R$ 58 milhões, referentes ao pedido de recuperação judicial de um importante cliente de aviação. Vale citar que a Justiça de São Paulo decretou, em julho, a falência da Avianca Brasil.

No campo operacional, o resultado da BR no segundo trimestre foi puxado para baixo não só pela queda nas vendas, mas também pela redução do preço médio de realização. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recuou 2,9%, para R$ 391 milhões. Em termos ajustados, no entanto, ele subiu 61,3%, para R$ 816 milhões. A margem Ebitda ajustada, por sua vez, subiu de R$ 51 para R$ 104 o metro cúbico.

Na comparação com o primeiro trimestre, o volume vendido caiu menos (-14,8%), à medida que houve flexibilização de algumas regras de isolamento social, com o Ciclo Otto recuando 16,6%. Contudo, os produtos de aviação ainda apresentaram perda expressiva (-82%).

A companhia informou que “continua a observar uma gradual recuperação dos volumes vendidos, o que tem acompanhado a contínua retomada da circulação de pessoas, em especial em algumas das principais metrópoles do país”.

As vendas médias diárias de diesel em junho foram 5% superiores à média do período imediatamente anterior à crise (de janeiro até 21 de março), enquanto a demanda dos combustíveis do Ciclo Otto foi 12% inferior na mesma comparação.

A empresa ainda destacou que as despesas operacionais tiveram redução de 27,4%, para R$ 735 milhões, principalmente em função de menores gastos com pessoal (menos R$ 156 milhões), com fretes (menos R$ 33 milhões) e operações e logísticas (menos R$ 22 milhões).

O endividamento bruto da companhia alcançou R$ 9,2 bilhões no segundo trimestre, alta de 49,6%, principalmente devido a maiores captações de “caráter precaucional” por causa da pandemia de Covid-19.

Teleconferência

O presidente da BR Distribuidora, Rafael Grisolia, acredita na melhoria das condições de mercado, para que a companhia avance com o seu plano de embandeiramento de postos de combustíveis de bandeira branca (revendedor que não tem contrato para uso da marca comercial de um distribuidor específico).

A BR fechou o segundo trimestre com 7.774 postos em sua rede, uma queda de 23% frente a igual período de 2019 e de 44% na comparação com o primeiro trimestre.

“[Passado] o momento pontual da crise, com volumes se recuperando, quero crer que vai melhorar a competitividade [de embandeiramento]”, afirmou, durante teleconferência com analistas.

Grisolia, afirmou que a companhia tem discutido internamente, junto com o seu conselho de administração, um reposicionamento no mercado de gás natural. A empresa negocia com a Golar uma parceria na distribuição de gás natural liquefeito (GNL), mas também quer atuar como comercializadora de gás natural.

A BR, inclusive, já obteve a autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP), em junho, para atuar na comercialização do gás.

“Na medida em que a regulação [da abertura do mercado de gás] se solidifique, vamos achar espaço para a BR como comercializadora de gás”, disse o executivo.

Grisolia comentou, no entanto, que o planejamento sobre a entrada da companhia na comercialização de gás depende do avanço do ambiente regulatório e que, neste momento, as discussões sobre a atuação da distribuidora no GNL estão mais maduras. “O projeto de mais maturidade é o de parceria com a Golar”, afirmou.

Ainda no mercado de gás, a BR assinou, com o governo do Espírito Santo, o novo contrato de concessão da distribuidora de gás capixaba, a ESGás. A intenção original da BR, após a constituição da empresa (uma sociedade de economia mista), era vender o ativo.

Grisolia sinalizou, nesta quarta-feira (12), porém, que ainda não há um futuro definido para a Esgás dentro do portfólio da BR.

“O Estado [do ES] tem interesse de vender o controle [da ESGás]. Ainda vamos tomar a decisão se continuaremos com alguma participação ou se vamos zerar, são etapas que vamos trabalhar com Estado”, comentou o executivo.

Recompra de ações

A BR Distribuidora fechou o primeiro semestre com um saldo de caixa de R$ 5,3 bilhões, e o presidente da companhia afirmou que a empresa ainda não definiu a estratégia de alocação das sobras de caixa e se aumentará o pagamento de dividendos, mas destacou que um eventual programa de recompra de ações “não está no radar”.

O executivo destacou que a BR é uma empresa geradora de caixa e que a necessidade de grandes investimentos não está presente – embora a companhia reconheça que a abertura do mercado de refino poderá demandar investimentos em logística.

Segundo Grisolia, dentro desse cenário, se mantida a alavancagem (medida pela relação dívida líquida versus Ebitda) entre 1 vez a 1,5 vez, a companhia tende a se manter como “boa pagadora de dividendos”. A BR, no entanto, ainda avalia as condições de mercado, antes de definir a sua alocação de capital.

“A baixa alavancagem tenderia a acelerar dividendos. Mas há um elemento que está afetando as contas este ano, que é o fator de risco. Estamos trabalhando com um cenário de retomada, mas podemos ter outro susto, com um novo impacto de Brent [cotação do barril do petróleo] ou de demanda. Se ficarmos com a alavancagem em até 1,5 vez, vamos divulgar datas mais precisas de pagamento de dividendos e JCP [juros sobre capital próprio]. Mas recompra de ações não estamos visualizando agora, não. Sobras de caixa passam por uma decisão de alocação de capital, não tomamos nenhuma posição sobre isso no momento”, disse, durante a teleconferência de hoje com analistas.

O diretor financeiro da companhia, André Natal, disse que a BR Distribuidora pretende manter uma constância nas margens, mesmo diante da volatilidade dos preços no mercado.

“É sempre muito tentador quando há uma variação no nível geral de preços, e o mercado tradicionalmente agiu dessa forma, haver grande variação de margem para fazer grandes capturas. Olhamos para a consistência, em parceria com revendedores. Evitar volatilidades exacerbadas tem se mostrado uma estratégia vencedora”, afirmou o executivo, ao comentar sobre o ganho de participação de mercado da empresa no segundo trimestre.

Fonte Valor e Reuters

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