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Braskem (BRKM) 2T20: Prejuízo líquido bilionário de R$ 2,47 bilhões

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A petroquímica Braskem teve um prejuízo bilionário no segundo trimestre, refletindo a combinação de queda nas receitas devido à crise da Covid-19, despesas ligadas a um dano geológico em Alagoas e pressão financeira devido à alta do dólar. A Braskem encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 2,47 bilhões, decorrente sobretudo da provisão adicional de R$ 1,6 bilhão e desvalorização cambial em dívidas que totalizam US$ 2,8 bilhões

Os resultados da Braskem (BOV:BRKM3) (BOV:BRKM5) (BOV:BRKM6) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 05/08/2020.

O resultado financeiro foi negativo em 2,42 bilhões de reais, 164% pior do que um ano antes. A empresa tinha no fim de junho exposição líquida em moeda estrangeira no montante de 2,85 bilhões de dólares.

A Braskem também fez provisão adicional de 1,6 bilhão de reais referente a um fenômeno de afundamento de solo em Maceió, onde a empresa tem operações.

→ Criada em agosto de 2002 pela integração de seis empresas da Organização Odebrecht e do Grupo Mariani, a Braskem é, a maior produtora de resinas termoplásticas nas Américas e a maior produtora de polipropileno nos Estados Unidos. A empresa possui R$ 18,1 bilhões de valor de mercado. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

O resultado operacional da petroquímica medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente somou 1,655 bilhão de reais, alta de 2% ano a ano.

A Braskem teve queda nas receitas em função da desaceleração econômica global desde março com a emergência da pandemia. A receita líquida da companhia no trimestre, de 11,2 bilhões de reais, foi 16% menor do que um ano antes.

“Estamos trabalhando num contexto desafiador com a situação da pandemia, mas focados sobretudo na segurança das pessoas e de atendermos as demandas de nossos clientes”, diz em nota o presidente da Braskem, Roberto Simões. “Estamos mantendo nossas plantas industriais operando e continuamos nos preparando para uma retomada econômica nos mercados que atuamos”, acrescenta.

Durante a pandemia, as taxas de utilização das fábricas da Braskem no Brasil e nos Estados Unidos foram temporariamente reduzidas, diante da queda na demanda e do consumo de estoques na cadeia de plásticos. Em maio, a carga das centrais petroquímicas no país foi reduzida a 64% da capacidade nominal. Em junho, a taxa já havia sido elevada para 75%. Nos Estados Unidos, a taxa de utilização foi reduzida a 85%, retornando aos níveis normais em junho, o que resultou em carga média de 90% no trimestre.

Em junho, a Braskem assinou novos contratos de fornecimento de nafta com a Petrobras para as unidades na Bahia e no Rio Grande do Sul. Com prazo de cinco anos, os acordos preveem entrega mínima anual de 650 mil toneladas da matéria-prima.

Teleconferência

O aumento das exportações de resinas a partir do Brasil compensou parte da queda na demanda doméstica, provocada pela crise da pandemia de covid-19, ao longo do segundo trimestre. No intervalo, as vendas no mercado brasileiro caíram 19% ante os três primeiros meses do ano e 15% na comparação anual, para 719 mil toneladas, na esteira da pandemia.

Diante disso, a petroquímica brasileira elevou os embarques de resina a partir das unidades industriais no Brasil, para 332 mil toneladas, de 289 mil toneladas no primeiro trimestre. Ainda assim, o volume ficou abaixo das 356 mil toneladas exportadas um ano antes.

Para o ano, a expectativa da companhia é de queda de 6% na demanda brasileira de resinas termoplásticas, influenciada pela pandemia.

Em teleconferência com analistas, a responsável pela área de relações com investidores da Braskem, Rosana Avolio, comentou que a companhia reduziu a carga em centrais petroquímicas e unidades no Brasil e nos Estados Unidos, com o avanço da pandemia, mas os níveis de operação foram normalizados dentro do próprio segundo trimestre. No México, a taxa de utilização da Braskem Idesa foi beneficiada, no intervalo, pelas importações de etano dos Estados Unidos.

Em relação aos spreads petroquímicos, a executiva destacou que, em julho, as consultorias internacionais tinham uma expectativa mais positiva do que no início do ano. “A expectativa é de spreads mais saudáveis em todas as regiões”, comentou.

Prioridades para próximos meses

De acordo com o presidente da Braskem, Roberto Simões, o contrato de fornecimento de etano entre Pemex e Braskem Idesa, no México, entrou na lista de prioridades da petroquímica para os próximos meses. A estatal mexicana não tem conseguido cumprir as entregas de matéria-prima previstas em contrato com o complexo petroquímico mexicano e, recentemente, deixou de pagar uma multa pelo não cumprimento do contrato.

“O México é uma questão nas nossas prioridades e estamos negociando com a Pemex para resolvê-la”, afirmou Simões, na teleconferência com analistas.

De acordo com o vice-presidente de finanças e relações com investidores da Braskem, Pedro Freitas, o aspecto positivo no México é que as importações de etano caminham bem, o que possibilita a operação do complexo com taxas mais altas.

Além do problema no fornecimento de matéria-prima, a Braskem Idesa enfrenta no México rumores de que o contrato com a Pemex teria sido palco de irregularidades. Conforme Freitas, até agora, não houve indicação de que algum malfeito, relacionado especificamente ao contrato, teria sido praticado.

Além do México, outra prioridade da Braskem no terceiro trimestre é o início da operação comercial da nova fábrica de polipropileno nos Estados Unidos, que está em fase de comissionamento.

Conforme Freitas, a Braskem deve reduzir o consumo de caixa ao longo do segundo semestre, uma vez que as importações de nafta no Brasil vão crescer ligeiramente em relação ao que foi visto no primeiro semestre, mas não é possível dizer se a companhia encerrará o ano como geradora de caixa livre.

O executivo comentou ainda que a companhia segue avaliando a venda de ativos não estratégicos para reduzir a alavancagem, dentro do pacote que inclui investimentos menores em 2020 e redução dos custos fixos em 10%.

Com relação ao problema relacionado à mineração de sal-gema em Maceió (AL), questão que mexeu com o balanço da empresa no segundo trimestre, a Braskem informou que mais de 4,7 mil famílias que vivem na área considerada de risco já foram realocadas e, neste momento, a avaliação da companhia é de que os recursos provisionados para o problema serão suficientes para cobrir os gastos, disse o vice-presidente de finanças e relações com investidores da petroquímica.

Conforme o executivo, com a recente ampliação do número de imóveis que devem ser desocupados na capital alagoana, 70% das residências que estão na área de risco estão cobertas pelo plano de desocupação. Os 30% remanescentes correspondem aos imóveis sob monitoramento. “Esperamos concluir os estudos o quanto antes para saber se esse número será ampliado”, comentou Freitas, na teleconferência com analistas.

Conforme o executivo, a Braskem não espera ter concluído todos os estudos até o fim deste ano e existe o risco de que a companhia tenha de separar recursos adicionais após a conclusão desses estudos. “Ao fim dos estudos, pode haver algum gasto adicional, mas, até agora, com as informações que temos em mãos, a provisão é suficiente”, afirmou.

 Fonte Valor

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