A fabricante de aeronaves Embraer (BOV:EMBR3) encerrou o segundo trimestre com prejuízo líquido atribuído aos sócios da controladora de R$ 1,68 bilhão, comparável a lucro de R$ 26 milhões um ano antes, pressionada principalmente por perdas adicionais no segmento de aviação comercial relacionadas ao acordo desfeito com a Boeing e pelo impacto da pandemia de covid-19 nas entregas de jatos. A companhia reconheceu no período uma série de itens especiais que tiveram impacto negativo de R$ 1,07 bilhão no resultado.
Os resultados da Embraer referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 05/08/2020.
Segundo a Embraer, no segundo trimestre de 2020, a receita líquida teve queda de 47% em relação ao mesmo período de 2019 e ficou em R$ 2,86 bilhões. Nos seis primeiros meses de 2020, foram entregues somente quatro aeronaves comerciais e 13 executivas.
No ano, o prejuízo líquido acumulado da empresa brasileira foi de R$ 2,95 bilhões, enquanto no primeiro semestre de 2019 a empresa apresentou prejuízo de R$ 134 milhões.
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A Embraer divulgou que a receita em seu segmento de aviação comercial, geralmente a maior e mais rentável, caiu 77%, para 563,9 milhões de reais no segundo trimestre, devido à pandemia de coronavírus.
A fabricante de aviões, assim como seus maiores concorrentes de aviões, Airbus e Boeing, viu a demanda cair à medida que a pandemia parou o transporte aéreo.
O prejuízo líquido ajustado, excluído do imposto de renda e contribuição social diferidos e também do impacto líquido, após imposto dos itens especiais que eventualmente tenham sido contabilizados, foi de 1,071 bilhão de reais.
No segundo trimestre, a companhia apresentou um caixa líquido usado pelas atividades operacionais ajustado de 2,359 bilhões de reais e um uso livre de caixa ajustado de 2,533 bilhões de reais.
No acumulado do 1° semestre de 2020, a Embraer entregou nove jatos comerciais e 22 executivos, comparado aos 37 jatos comerciais e 36 executivos entregues durante os seis primeiros meses de 2019. A receita líquida também teve queda: R$ 5,70 bilhões, bem abaixo dos R$ 8,50 bilhões no mesmo período de 2019.
Segundo a empresa, as entregas de aeronaves foram impactadas pela “pandemia da Covid-19 que tem afetado o mundo e pela pausa no início do anos para concluir a separação dos negócios de Aviação Comercial para a parceria não concretizada com a Boeing”.
Embraer acrescentou ainda que, devido à incerteza relacionada à pandemia da Covid-19, as estimativas financeiras e de entregas da empresa para 2020 permanecem suspensas.
De abril a junho, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Embraer foi negativo em R$ 1,15 bilhão, frente a R$ 259,6 milhões positivos um ano antes, com margem de menos 40,2%. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi negativo em R$ 624,4 milhões. Já o Ebit ficou negativo em R$ 1,82 bilhão, com margem de -63,6%.