A varejista Havan começou, nesta semana, a se reunir com gestores, em fase preliminar para sua oferta pública inicial de ações (IPO), conhecida como “non-deal roadshow”. São as primeiras apresentações sobre números e planos da companhia, que pertence ao empresário Luciano Hang.
Os planos são ambiciosos para a chegada à bolsa, conforme duas fontes que acompanharam apresentações. A Havan quer levantar ao menos R$ 10 bilhões, e chegar à bolsa com valor superior ao da Lojas Americanas, ou seja, acima de R$ 62 bilhões. “A companhia pode ser avaliada em R$ 100 bilhões ou perto disso”, disse uma fonte próxima a Hang.
No ano passado, a companhia faturou cerca de R$ 11 bilhões – a concorrente do varejo fatura o dobro, mas a Havan tem argumentado com potenciais investidores sobre seu ritmo de crescimento de lucro e plano de expansão de lojas. Atualmente são cerca de 140 lojas e o plano de expansão prevê mais de 700 em cidades com até 100 mil habitantes.
A companhia também deve aumentar os investimentos em logística, com novo centro de distribuição, planejamento que já foi citado por Hang em algumas ocasiões como relevante para a expansão geográfica da companhia. Outro desafio para a varejista seria o crescimento digital.
A Havan já contratou os bancos Itaú BBA, com quem mantém longo relacionamento comercial, e XP Investimentos como coordenadores da oferta e conversa com ao menos outros três bancos para adicioná-los ao sindicato. Isso deve ser definido na semana que vem.
Com gestores surpreendidos pelos números projetados, a Havan tem comparado eventuais múltiplos com o de varejistas listadas, como a própria Americanas, Magazine Luiza, Renner e Via Varejo, ainda que essas companhias tenham perfis diferentes. “Nessas projeções, o múltiplo estaria abaixo dos valores elevados de outras varejistas listadas”, disse uma fonte.
Em 24 de junho, que a Havan havia começado conversas com bancos para um eventual IPO. Agora, o processo avançou.
Por Maria Luíza Filgueiras e Adriana Mattos, Valor