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Stone propõe pagar R$ 6 bilhões pela Linx

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A Stone anunciou ontem os planos de adquirir a Linx (BOV:LINX3) por R$ 6,045 bilhões, transação que precisa de aprovação dos acionistas da Linx e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

As ações da empresa passaram a subir com força e fecharam em forte alta de +32,11% cotadas em R$ 34,56. A informação foi confirmada após o pregão desta terça-feira (11). As ações da Stone subiram 11% ontem na Nasdaq, a US$ 52,39

A compra da empresa de tecnologia Linx permitirá à credenciadora de cartões Stone tornar-se uma competidora “de peso” em mercados que encontram cada vez mais sinergias: software de gestão e serviços financeiros.

A Linx divulgou no começo da tarde de ontem que estava em tratativas finais para uma possível combinação de negócios com a empresa de meio de pagamentos StoneCo.

O acordo será implementado por meio de uma fusão de ações no Brasil, com cada ação da Linx sendo trocada por uma nova ação PN classe A e B da Stone.

Segundo fato relevante, a Stone ofereceu pagar 90% em dinheiro e 10% em ações. No valor a ser desembolsado, a maior parte virá de um oferta subsequente de ações primária (“follow-on”) de US$ 1 bilhão — a Stone tinha disponível empréstimos do J.P. Morgan e Morgan Stanley, mas preferiu a oferta por prudência financeira, disse uma fonte. Cada papel da Linx foi avaliado em R$ 33,76, com um prêmio de 41,6% sobre a média da cotação de 60 dias.

A Stone deverá pagar à Linx multa de R$ 605 milhões caso a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica para a operação não seja obtida.

Se a Linx realizar uma operação concorrente caso um terceiro que apresente uma oferta melhor, terá de pagar à Stone multa equivalente. Caso a assembleia da Linx não aprove o negócio, a empresa terá que pagar 25% da multa para a Stone.

O negócio acelera a estratégia da Stone de adicionar serviços baseados em tecnologia. “Acreditamos que o negócio nos tornará um ‘one stop shop’ para varejistas de todos os tamanhos”, diz Thiago Piau, presidente da Stone. Na negociação, os bancos Morgan Stanley e J.P. Morgan assessoram a Stone e o Goldman Sachs, a Linx.

A Stone detinha, no último trimestre de 2019, fatia de 8,6% dos R$ 466 bilhões de volume de pagamentos, segundo relatório do Itaú. Já a Linx detinha 45,6% do mercado de software de gestão para varejo em 2019, segundo a International Data Corporation (IDC). Em 2013, ano em que passou a negociar ações na B3, era 29%.

A Stone tem um valor de mercado de US$ 14,5 bilhões na Nasdaq. Já a Linx, que vale R$ 6,5 bilhões no mercado brasileiro, abriu capital na NYSE no ano passado, em uma transação primária e secundária, sendo que nesta última o acionista vendedor foi o BNDESPar. A operação movimentou R$ 1,179 bilhão.

Caso a transação seja aprovada, uma nova unidade de negócio em software será aberta, administrada por executivos de ambas as companhias. Alberto Menache, presidente da Linx, vai ser chefe de um conselho que traçará as prioridades. As estimativas são de que a aprovação pelos acionistas demore mais alguns meses, quando o capital da Linx será fechado.

Essa será a quinta operação de fusão ou aquisição da Stone neste ano. Até março, foram feitos investimentos na startup Vitta (gestão de planos de saúde corporativo), mLabs (gerenciamento de redes sociais), Delivery Much (de entrega de comida) e MVarandas (tecnologia para food service).

Visão do mercado

Victor Schabbel, analista do Bradesco, diz que a compra, que deve levar tempo para a integração, será mais promissora se a Stone aproveitá-la para distribuir serviços financeiros digitais de maneira geral, não apenas integrar pagamentos ao software de gestão da Linx.

Segundo uma fonte, o negócio é óbvio para a Stone, que já tem iniciativas mais tímidas em software. “Com a Linx, atenderá o cliente de forma mais profunda, com a capacidade de compreensão da vida dele tanto no off-line quanto no on-line”, diz.

A Linx foi criada há 35 anos para oferecer tecnologia aos varejistas, mas ampliou o portfólio para o mundo físico e virtual. A empresa oferece serviços como um software de gestão, um sistema de captura de pagamentos e Transferência Eletrônica de Fundos (TEF). Em pagamentos, criou em 2018 uma subcredenciadora e, neste ano, anunciou a compra da fintech PinPag.

Pelo quadro acionário atual, os fundadores da Linx detêm 14,25% das ações, seguidos do fundo GIC Private Limited (9,98%), Genesis Asset Managers (5,35%), MFS (5,18%) e Itaú (5,09%). Outros investidores estavam com 52,7% e ações em tesouraria somavam 7,46%.

Segundo analistas, ambas empresas têm sido impactadas pela crise, com a menor atividade no varejo, que reduz a captura de transações de pagamentos e aquisição de novos clientes. No caso da Linx, no entanto, analistas já viam piora nos resultados nos últimos trimestres pelo menor crescimento orgânico e queda das margens a níveis historicamente baixos.

No entanto, para ambas as companhias, as perspectivas de médio e longo prazo são positivas. Segundo analistas, a Linx ganha com a migração de varejistas ao mundo digital, um movimento que pode fazer com que consumam mais seus serviços. Já a Stone se beneficia da ampliação da oferta de pagamentos aos varejistas físicos ou virtuais, principalmente em mercados que não eram tão explorados anteriormente, como pequenos e médios varejistas.

Setor de tecnologia atrai negócios

O setor de tecnologia, mesmo em tempos de pandemia, segue aquecido em termos de negócios envolvendo fusões e aquisições.

O negócio acelera a estratégia da Stone de adicionar serviços baseados em tecnologia à sua base de clientes. “Acreditamos que o negócio nos tornará um “one stop shop” para varejistas de todos os tamanhos”, disse Thiago Piau, presidente da Stone. Os bancos Morgan Stanley e J.P. Morgan assessoram a Stone e o Goldman Sachs, a Linx.

Na semana passada, a Stefanini, com o objetivo de complementar sua área de serviços financeiros, fechou a compra da brasileira LogBank, fornecedora de sistemas de pagamentos no modelo de personalização (“White Label”) para outras marcas. Foi a terceira aquisição da Stefanini neste ano, após a compra da Mozaiko, em fevereiro, complementando serviços para o varejo, e da Holding Haus, em julho, incluindo a agência de publicidade W3haus, que entra para o portfólio de marketing digital ao lado das agências Gauge, Inspiring e da romena Infinit.

A Sinqia, que fornece softwares e serviços para o setor financeiro, comprou recentemente a Itaú Soluções Previdenciárias por R$ 82 milhões, sendo 41% a serem pagos à vista no fechamento e 59% em cinco anos.

Caso a transação da Stone e da Linx seja aprovada, uma nova unidade de negócio em software será aberta, administrada conjuntamente. Alberto Menache, presidente da Linx, chefiará um conselho que traçará as prioridades. A aprovação pelos acionistas deve levar mais alguns meses. O capital da Linx será fechado.

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