As condições para quem busca um empréstimo continuam a melhorar: é a tendência que o Banco Central deve confirmar na manhã desta segunda-feira, 28, com a divulgação dos dados de crédito no sistema financeiro nacional em agosto, às 9h30.

A expectativa é que o saldo total de empréstimos tenha subido 1,5% na comparação com julho e 11,6% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo estimativa da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) calculada a partir de informações passadas pelas maiores instituições financeiras do país. Se a taxa for confirmada, terá sido a maior alta anual para o saldo desde novembro de 2014.

A amostra da Febraban é significativa: responde por algo entre 39% e 91% do saldo total do sistema financeiro, a depender da linha de crédito.

As concessões de crédito na média por dia útil para empresas devem ter subido 7,7% em agosto em relação a julho e 13,3% na comparação anual. Na projeção, o crescimento se deu especialmente com os chamados recursos direcionados (em linhas criadas pelo governo para determinado público-alvo), com alta de 22,4% em relação a julho. As concessões nessa modalidade mais do que triplicaram na comparação anual (+208,8%).

 Para pessoas físicas, as concessões devem ter subido 12,4% em agosto na comparação com o mês anterior e 3,6% na base anual, ainda de acordo com as projeções da Febraban com informações dos bancos.

Pronampe em alta

O volume de crédito deve ter sido puxado pelo programa federal de crédito para micro e pequenas empresas, o Pronampe. Ele foi lançado em junho para tentar amenizar as dificuldades enfrentadas por milhões de empreendedores para acessar empréstimos diante da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus e das restrições impostas pelos bancos para tomadores em dificuldade.

A solução do governo foi criar um fundo com cerca de 15 bilhões de reais para servir como garantia para a inadimplência, reduzindo os riscos dos bancos.

O Pronampe é voltado para microempresas com faturamento anual de até 360 mil reais e e pequenas empresas com receitas de até 4,8 milhões de reais ao ano. E cobra taxa de juros de 1,25% ao ano acrescida da Selic (atualmente em 2% ao ano), com prazo de pagamento em 36 meses e carência de oito meses.