Vendas de casas novas esmagam as expectativas, mas o suprimento está acabando

A demanda excepcional por casas novas e existentes, provocada pela cultura de ficar em casa da pandemia do coronavírus, tem o mercado imobiliário gravemente esgotado.

As vendas de casas recém-construídas saltaram para o nível mais alto em 14 anos em agosto, mas a oferta das construtoras caiu para apenas 3,3 meses no ritmo de vendas atual. Um fornecimento de seis meses é considerado um mercado equilibrado. A oferta estava em 5,5 meses em agosto de 2019, de acordo com o Censo dos EUA.

A situação é ainda pior no mercado de moradias existentes. É uma queda de quase 19% ao ano para uma oferta de três meses, de acordo com a National Association of Realtors.

“A demanda por moradias é robusta, mas a oferta não, e esse desequilíbrio inevitavelmente prejudicará a acessibilidade e prejudicará as oportunidades de propriedade”, disse Lawrence Yun, o economista-chefe dos corretores de imóveis. “Para garantir ganhos amplos na propriedade de uma casa, mais casas novas precisam ser construídas.”

Embora a pandemia tenha criado uma enorme demanda por parte dos compradores, ela fez exatamente o oposto para os vendedores em potencial. Cerca de 400.000 casas a menos foram listadas para venda desde o início da pandemia, de acordo com realtor.com. Os vendedores em potencial estavam preocupados com as questões de segurança ao mostrar suas casas e na mudança, e também estavam preocupados com a venda para uma economia difícil.

“A maioria dos vendedores também são compradores, portanto, mesmo quando novos anúncios chegam ao mercado, outro comprador também é adicionado”, disse Javier Vivas, diretor de pesquisa econômica da realtor.com. “Somando-se aos problemas de estoque, milhares de casas anteriormente vazias, como segundas residências e aluguéis, foram reocupadas por seus proprietários durante a pandemia, efetivamente retirando-as do mercado.”

O início de moradias unifamiliares aumentou ligeiramente em agosto, de acordo com o Censo, cerca de 12% ao ano. Isso, no entanto, ainda está aquém da demanda atual. O número de casas em construção era apenas 1% maior do que há um ano.

As construtoras fecharam as operações em março e abril, enquanto a economia fechava, e então foram praticamente surpreendidas pela demanda crescente que surgiu em maio. Eles agora se deparam com uma oferta cada vez menor de lotes acabados, bem como com a disparada dos preços da madeira serrada. Isso fez com que alguns dos maiores construtores realmente diminuíssem a produção.

“Como testemunhamos a aceleração dos preços da madeira ao longo do trimestre, deliberadamente vendemos o estoque atual de hoje e limitamos as vendas nas casas ainda não iniciadas de amanhã”, disse o presidente da Lenna, Stuart Miller, na última teleconferência de resultados das construtoras. Ele observou que a estratégia era ser paciente para manter os custos de construção baixos até que os preços das casas subissem o suficiente para compensar esses custos.

Os preços das casas existentes estão subindo, dois dígitos em relação ao ano anterior, devido à falta de oferta. O preço médio de uma casa recém-construída vendida em agosto caiu cerca de 4%, mas isso teve mais a ver com o mix de casas vendidas. Casas com preços mais baixos têm uma demanda muito maior, especialmente da geração Y que agora está deixando apartamentos urbanos.

“Todo o aumento da demanda por residências em agosto veio da faixa de preço abaixo de US $ 500.000, particularmente aquelas com preços abaixo de US $ 300.000, onde a demanda é maior”, observou Peter Boockvar, diretor de investimentos do Bleakely Advisory Group. “Abaixo de $ 300.000 é o ponto ideal para o comprador pela primeira vez. As taxas baixas certamente estão ajudando, mas apenas compensando o aumento dos preços ”.

Fonte CNBC