A produtora francesa de açúcar Tereos, que tem uma operação importante no Brasil, acredita que grande parte dos estoques historicamente elevados do produto que estão em armazéns brasileiros já foi vendida e será exportada em breve.
O diretor de vendas da unidade Tereos Brasil, Gustavo Segantini, disse em conferência internacional nesta quinta-feira que não há muito açúcar disponível para venda no Brasil no momento, prevendo um mercado interno apertado no país na entressafra, de dezembro a março, e alta nos preços.
O Brasil, maior produtor e exportador de açúcar do mundo, elevou de forma significativa a fabricação do adoçante na atual temporada, já que o mercado de etanol foi muito prejudicado pelas medidas de isolamento social impostas em meio à pandemia de coronavírus.
A consultoria Datagro, organizadora da conferência, estimou os estoques de açúcar do Brasil em 13,8 milhões de toneladas ao final de setembro, 27% a mais do que em igual período de 2019. A maior parte desse volume, entretanto, já está vendida, segundo o diretor da Tereos.
Segantini disse que o mercado de exportação continua muito ativo, com as usinas fechando rapidamente vendas antecipadas para o mercado externo, e que o setor de alimentos e bebidas do Brasil deve se apressar para comprar açúcar, para evitar que fique pressionado pela oferta apertada à medida que a safra chega ao fim.
A oferta global de açúcar, por outro lado, é vista como equilibrada, já que a pandemia reduziu a demanda pelo produto para consumo fora de casa.