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Bancos centrais vendem ouro pela primeira vez em uma década

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Bancos centrais se tornaram vendedores de ouro pela primeira vez desde 2010, pois alguns países produtores aproveitaram os preços quase recordes para amenizar o impacto da pandemia de coronavírus.

As vendas líquidas totalizaram 12,1 toneladas de ouro no terceiro trimestre em comparação com as compras de 141,9 toneladas no ano anterior, de acordo com relatório do Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês). As vendas foram impulsionadas pelo Uzbequistão e pela Turquia, enquanto o banco central da Rússia divulgou a primeira venda trimestral em 13 anos, disse o conselho.

Embora as entradas em fundos de índice tenham impulsionado o ouro em 2020, as compras realizadas por bancos centrais têm sustentado o metal precioso nos últimos anos. O Citigroup disse no mês passado que a demanda de bancos centrais pode voltar a subir em 2021, após ter desacelerado neste ano em relação a compras quase recordes em 2018 e 2019.

“Não é surpreendente que, nas atuais circunstâncias, os bancos possam recorrer às suas reservas de ouro”, disse Louise Street, analista-chefe do WGC. “Praticamente todas as vendas são feitas por bancos que compram de fontes domésticas, aproveitando o alto preço do ouro em um momento em que estão sobrecarregados fiscalmente.”

No terceiro trimestre, os bancos centrais da Turquia e do Uzbequistão venderam 22,3 toneladas e 34,9 toneladas de ouro, respectivamente, disse o WGC. O Uzbequistão tem diversificado as reservas internacionais além do ouro enquanto reverte décadas de isolamento.

O ouro subiu para nível recorde em agosto, acima de US$ 2.075 a onça, antes de cair para cerca de US$ 1.900 nas últimas semanas. A demanda geral por ouro encolheu 19% no último trimestre em relação ao ano anterior, para o menor nível desde 2009, disse o WGC, em grande parte devido à contínua desaceleração das compras de joias. A demanda por joias na Índia caiu pela metade, enquanto na China a procura também é menor.

A queda das compras de joias foi parcialmente compensada pelo salto de 21% na demanda de investidores, de acordo com o WGC, que coleta dados do Fundo Monetário Internacional e Metals Focus. Barras de ouro e moedas responderam pela maior parte do aumento, à medida que os fluxos para fundos de índice diminuíram em relação aos trimestres anteriores.

A oferta total de ouro diminuiu 3% na comparação anual em meio à produção limitada nas minas, mesmo depois que restrições devido à Covid-19 foram suspensas em produtores como África do Sul.

Como os ETFs explicam a alta na cotação do ouro em 2020

O rali na demanda por ouro empurrou as cotações internacionais para o recorde histórico de US$ 2.073 (cerca de R$ 12 mil) por onça no começo de agosto.

Mas a corrida para acumular o metal precioso, que chegou a níveis desenfreados nos primeiros meses do ano, ocorreu quase exclusivamente por meio da compra de ETFs.

Os ETFs provaram ser de longe o instrumento preferido pelos investidores em ouro, com compras extras de quase US$ 60 bilhões neste ano, 50% a mais do que foi investido durante a crise financeira de 2008-09.

Graças a esses fundos, durante a época da pandemia mais de mil toneladas de lingotes entraram nos cofres de bancos internacionais (principalmente de países ocidentais). Algo que não teria ocorrido em outra situação.

Isso pois China e Índia – que até a metade do ano passado costumavam representar mais da metade da demanda global – parecem não estar mais interessadas no metal precioso.

 

Demanda asiática em queda

No primeiro semestre do ano, a demanda por ouro na Índia e na China caiu mais da metade em relação ao ano passado.

Apenas recentemente houve alguns pequenos sinais de recuperação, especialmente na República Popular, que superou o efeito negativo provocado pelo covid-19.

Isso pois no período mais difícil da pandemia ninguém mais comprava joias nesses dois países. Agora as coisas parecem estar se recuperando, com a abertura gradual das economias desses gigantes asiáticos.

Entretanto, a demanda asiática ainda permanece marginal no mercado de ouro, apesar dos sinais de recuperação, enquanto o boom de investimentos nos países industrializados começou a esfriar.

No mercado físico chinês, o metal precioso ainda é negociado com desconto em relação aos preços internacionais (sinal de que o consumo ainda não voltou).

E as estatísticas da Suíça – um importante centro de refino – mostram que o ouro ainda seguia as rotas dos ETFs. Ou seja, em direção oeste.

As exportações para o Reino Unido – onde há muitos emissores de ETFs e bancos custodiantes – superaram as 50,9 toneladas, o nível máximo do ano. Apenas 1,5 tonelada de metal foi para a China, 2,4 para Hong Kong e 5 para a Índia.

É provavelmente por isso que o ouro parece ter perdido seu brilho. Após uma correção acentuada em setembro, ligada à realização de lucros e uma recuperação da cotação do dólar, os preços neste mês se estabilizaram em torno de US$ 1.900 a onça e oscilam por volta desse valor.

Em setembro, segundo o World Gold Council – associação criada em 1987 pelas principais mineradoras de ouro para estimular a demanda do mineral – os ativos aumentaram 2%, para US$ 235 bilhões, com um acúmulo de 68,1 toneladas.

Um resultado melhor do que aquele alcançado em agosto, quando ainda havia prevalência de resgates na Europa, mas muito pior do que nos outros meses do ano.

Pequenos e grandes investidores literalmente se jogaram no ouro, movidos não só pela insegurança gerada pela pandemia, mas também – talvez acima de tudo – pela queda abaixo de zero dos rendimentos reais, pela desvalorização do dólar e pela volta das expectativas de inflação. Um cenário que dificilmente vai nos abandonar nos próximos anos, mesmo após o fim da pandemia.

(Com Bloomberg e Suno)

 

 

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