Parece mentira, mas o Bitcoin já tem mais de uma década. A criptomoeda, cujo projeto foi apresentado em 2009 por Satoshi Nakamoto, passou de uma tecnologia completamente desconhecida e da qual todos duvidavam para um projeto sólido. Hoje é cada vez mais utilizado a nível global e conta, inclusive, com o carimbo de grandes empresas, como a PayPal, que recentemente começou a permitir comprar Bitcoin.
Mas não só: em menos de 10 anos o Bitcoin chegou a uma valorização de US$ 20.000 contra todas as expectativas. O conhecido ano de 2017 colocou o Bitcoin e as criptomoedas na agenda de metade do planeta. Desde então o valor da criptomoeda caiu e voltou a erguer-se ao ponto de estar cada vez mais próximo desse máximo histórico.
O que contribuiu para esse sucesso? De ontem vem e para onde vai a criptomoeda que dita as tendências no mundo da blockchain? Vai subir? Ou tudo não passa de fogo de palha? É para isso que olhamos com atenção neste artigo.
Bitcoin Vê a Luz do Dia
O primeiro registro do Bitcoin na sua blockchain aconteceu em 3 de janeiro de 2009. Mas o nome da principal criptomoeda já era conhecido por alguns desde 2008.
Foi nesse ano que a obra-prima de Satoshi Nakamoto foi pela primeira vez apresentada ao mundo no seu white paper, o documento onde ficaram detalhadas as principais características da criptomoeda.
Mas enquanto a tecnologia do Bitcoin se tornou progressivamente mais clara para todo o mundo, uma dúvida nunca se desfez em mais de uma década: quem é Satoshi Nakamoto?
Figura 1 Candidatos há vários, mas certeza nenhuma.
Nome fictício ou real? Individuo ou grupo de pessoas? Ninguém sabe ao certo. Apesar de existirem muitas teorias sobre a identidade do criador do Bitcoin, a dúvida permanece.
A sua principal herança é o Bitcoin e uma tecnologia, a Blockchain, que lançou um novo segmento de mercado e centenas de projetos (alguns excelentes, outros nem tanto).
O Primeiro Pagamento com Bitcoin
Foi em 2010 que aconteceu o primeiro pagamento com Bitcoin (ou pelo menos o mais famoso), em uma altura em que a criptomoeda era ainda pouco acessível. Enquanto hoje em dia comprar Bitcoin é fácil e simples, seja através de uma corretora, bolsa ou, futuramente, do PayPal, na altura ninguém aceitava pagamentos em criptomoedas e, quem as tinha, eram majoritariamente pessoas que faziam mineração de Bitcoin.
Essa é, também, a história do Bitcoin Pizza Day, o dia em que um homem decidiu encomendar uma Pizza e pagar com Bitcoin. Na altura nenhum comerciante aceitava Bitcoin, por isso Laszlo Hanyecz teve de encontrar em um fórum uma pessoa que estivesse disposta a mediar a transação.
Resultado: por duas pizzas Laszlo pagou 10.000 Bitcoins. Mas o que na altura valia cerca de US$ 40, hoje vale US$ 150 milhões! A história perdura como um marco do Bitcoin, sendo comemorada todos os anos no dia 22 de maio.
Ascensão e Queda da Mt. Gox
A partir de 2011, com o aumento da popularidade do Bitcoin, começaram a surgir as primeiras bolsas de criptomoedas, que ajudariam a levar esse mercado às massas. Uma delas foi a Mt. Gox, que teve um papel muito importante nesse mercado, tornando-se a principal bolsa de compra e venda de Bitcoin no mundo.
Só que depois da ascensão, que ajudou a catapultar o preço do Bitcoin, veio a queda com um grande estrondo. O primeiro sinal de que algo não corria bem aconteceu quando em fevereiro de 2014 a bolsa suspendeu todos os saques a partir da plataforma. Poucos dias depois, o pior confirmava-se: toda a atividade era suspensa após um suposto ataque informático que levaria os investidores da plataforma a perderem um total de 744.408 Bitcoins!
Com isso, o preço do Bitcoin foi arrastado também para baixo. Antes desse evento, a criptomoeda valia já US$ 800, mas em poucos meses caiu para metade do valor. E no início de 2015 valia apenas cerca de US$ 170. Enquanto isso, os investidores da plataforma viram-se envolvidos em uma longa e dolorosa batalha para tentarem recuperar os seus Bitcoins, muitos deles destinados ao insucesso.
2017: Um Ano Para (Não) Esquecer
Dependendo do momento em que cada um entrou para esse mercado, 2017 pode ter sido um ano memorável ou para esquecer. Foi em 2017 que o Bitcoin alcançou uma valorização de US$ 20.000, um valor absolutamente surpreendente para altura. Em um ano o Bitcoin valorizou mais de 2.000%, o que diz muito sobre a sua capacidade para gerar lucros.
Ou seja: alguém que tivesse investido US$ 100 em 2010, teria ganho em 2020 cerca de US$ 2 Milhões!
Infelizmente para alguns, foi sol de pouca duração. Em 2018 o Bitcoin começou a recuar, até que no início de 2019 valia apenas cerca de US$ 3.000. Para quem comprou no topo, as perdas foram tremendas, sendo que isso mostra o risco e a imprevisibilidade dos investimentos.
A boa notícia? É que uma perda só é consumada a partir do momento em que o investidor fecha a sua posição. E, para quem teve a audácia de não vender, as coisas podem estar bem próximas de mudar.
2020 e Mais Além
É preciso dizer que 2020 é um ano atípico? Com o novo coronavírus e todas as suas consequências, este ano tem dado que falar em quase tudo pelos piores motivos.
No caso do Bitcoin, a crise explodiu mesmo quando a criptomoeda voltava a dar sinais de força. Em janeiro de 2020 o Bitcoin voltava a superar os US$ 10.000 só para em março, com a crise do novo coronavírus, voltar a recuar para cerca de US$ 5.000.
Foi só o princípio da história. A partir daí o Bitcoin iniciou uma rota de valorização que ninguém pode prever ao certo quando acabará.
Como o gráfico mostra, a criptomoeda já está acima dos US$ 15.000, aproximando-se rapidamente do seu máximo histórico, assinalado a 17 de dezembro de 2017.
Quando e se tal vai acontecer, ninguém pode dizer ao certo. Mas nas últimas semanas o anúncio do PayPal, de que passaria a aceitar a compra e venda de Bitcoin e de outras criptomoedas, levantou todo o mercado.
Por quê?
É que isso poderá levar o Bitcoin a mais de 26 milhões de comerciantes, o que é uma grande notícia para uma tecnologia que até agora tinha na massificação um dos seus grandes desafios. Embora ainda não esteja disponível em todo o mundo, 2021 será um ano de expansão nessa iniciativa do PayPal, por isso resta esperar para entender até onde as criptomoedas podem chegar no ano que vem.
Uma coisa é certa: o Bitcoin já provou várias vezes que veio para ficar, e a sua popularidade só dá força a essa forma de pagamentos alternativa. E quem tem a ganhar com isso são os investidores, que ganham mais um ativo de valor para diversificar os seus portfólios.