Embraer registrou um prejuízo líquido de R$ 797,5 milhões auferido no terceiro trimestre deste ano. Com o resultado, o prejuízo acumulado deste ano soma R$ 2,30 bilhões.

Os resultados da Embraer (BOV:EMBR3) referente a suas operações do segundo trimestre de 2020, foram divulgados no dia 10/11/2020.

Ebitda ajustado – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização –  saiu de R$ 75 milhões no terceiro trimestre do ano passado, para R$ 1 milhão neste ano. Dessa forma, a margem Ebitda do período ficou negativa em 1%.

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→ A Embraer é a maior exportadora de produtos manufaturados de alta tecnologia do hemisfério sul e a terceira maior fabricante de jatos comerciais de até 150 lugares do mundo. Apesar de seu capital ser pulverizado, o governo brasileiro é detentor de uma Golden Share, que lhe dá o direito de veto sobre determinadas decisões estratégicas sobre a companhia. A empresa possui R$ 4,85 bilhões de valor de mercado. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

A receita foi de R$ 4,09 bilhões, queda em relação a receita de R$ 4,69 bilhões do mesmo período de 2019.

Outras informações do balanço

A direção da companhia diz que permanece com uma liquidez sólida apesar de fazer uso livre de caixa ajustado de R$ 3,03 bilhões, ainda afetado por aumentos de capital de giro.

A posição de caixa da Embraer no fim de setembro era de R$ 12,3 bilhões, acima dos R$ 10,9 bilhões do segundo trimestre, “apesar do fluxo de caixa livre negativo no trimestre”, lembrou a companhia. De acordo com a empresa, o principal fator que explica o menor fluxo de caixa livre no período, em relação ao mesmo intervalo de 2019, além do investimento em capital de giro, foi o menor resultado líquido do período.

Em função das incertezas causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Embraer voltou a dizer que as estimativas financeiras e de entregas para este ano permanecem suspensas.

A companhia disse que espera que as entregas do quarto trimestre continuem melhorando em relação aos três primeiros trimestres do ano, principalmente no segmento de aviação executiva, “que normalmente apresenta um alto nível de sazonalidade com grande parte das entregas anuais ocorrendo no quarto trimestre”.

Embraer e Porsche estão lançando o projeto Duet, edição limitada da aeronave Embraer Phenom 300E e do Porsche 911 Turbo S. As duas fabricantes produzirão apenas dez pares de jatos executivos e carros esportivos, que terão design compartilhado. As entregas começarão em 2021.

A Embraer entregou sete aeronaves comerciais e 21 executivas (19 jatos leves e dois grandes), e sua carteira de pedidos firmes (backlog) alcançou US$ 15,1 bilhões.

“As entregas da Embraer em 2020 estão sendo impactadas negativamente, principalmente devido à pandemia Covid-19, que continua afetando o mundo e especialmente as viagens aéreas comerciais”, lembrou a empresa.

Teleconferência

Em uma segunda vertente, o plano foca a ampliação das vendas. “Temos o benefício de ter produtos novos e competitivos em todos os segmentos em que operamos”, disse Gomes Neto. “Além disso, vamos focar na adaptação de aeronaves para segmentos específicos, como os E-jets, para transporte de cargas na cabine de passageiros, e o recém-lançado Phenom 300, para evacuação médica.”

O terceiro pilar, por sua vez, prioriza a busca por potenciais parcerias estratégicas para a abertura de novos mercados ou o desenvolvimento de produtos, como um novo Turboélice. E pela diversificação de negócios.

Nessa última ponta, um destaque recente foi o lançamento, em outubro, da Eve, spin-off da Embraer X, braço de inovação da Embraer, dedicado a projetos na área de mobilidade aérea urbana. Entre eles, um veículo elétrico de decolagem e pouso vertical (eVTOL), além da criação de serviços de solução de gestão de tráfego aéreo urbano. Outras fabricantes, como a Airbus, estão investindo nessa seara.

“Estamos trabalhando no ecossistema completo e acreditamos que podemos ter uma solução ainda nesta década”, disse o executivo, ressaltando que o spin-off teve como objetivo alavancar fundos para acelerar esse desenvolvimento.

“Esse produto pode mudar a dinâmica do transporte de passageiros nas grandes metrópoles e a própria dinâmica da Embraer”, afirmou Neto. “Ao todo, a estratégia 2021/2025 tem 18 projetos. É um plano realista, com metas desafiadoras, mas factível.”

VISÃO DO MERCADO

BTG Pactual 

Os resultados do 3T foram menores do que nossas estimativas já pessimistas, e acreditamos que os investidores devem agora se concentrar no ritmo da recuperação do mercado de aviação para o futuro, que esperamos continuar recuperando. Com o fracasso do acordo com a Boeing, novas parcerias em potencial com outros fabricantes continuam sendo o principal risco positivo para nossa tese. Mantemos nossa classificação Neutra na Embraer com base na baixa visibilidade dos volumes da aviação comercial no curto prazo.

BTG Pactual mantém recomendação neutra com preço-alvo de R$ 10,60.

UBS

O UBS não se empolgou com os números do terceiro trimestre da Embraer (EMBR3). Em um rápido comentário sobre a companhia, o banco suíço declarou que o desempenho ficou aquém do esperado, começando já pelas vendas.

O UBS estimava vendas de US$ 817 milhões no trimestre, mas a brasileira apresentou apenas US$ 759 milhões.

O UBS também ficou desapontado com o ebitda ajustado, que ficou negativo em US$ 8,2 milhões, com margem ebitda de -1,1%. Os analistas apostavam em um ebitda positivo de US$ 38 milhões, com margem de 4,6%.

Diante dos resultados, o UBS reforçou a recomendação neutra para as ADRs da Embraer (ERJ), com preço-alvo de US$ 7 por papel, o que significa um potencial de alta de 27,3% sobre a cotação utilizada como referência pelo banco.

VISÃO TÉCNICA


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