Índice de Confiança de Serviços (ICS), da Fundação Getulio Vargas, recuou 2,1 pontos em novembro, para 85,4 pontos, registrando a segunda queda consecutiva. Em médias móveis trimestrais, o índice se manteve praticamente estável variando 0,1 ponto.

A queda pelo segundo mês consecutivo da confiança de serviços mostra um retrocesso no processo de recuperação do setor, que vinha ocorrendo desde maio. A percepção sobre o momento presente vem reagindo lentamente e as expectativas para os próximos meses voltaram a se tornar mais pessimistas dada a dificuldade que o setor vem enfrentando. O período de transição dos programas do governo, a preocupação com a pandemia e a cautela dos consumidores sugerem que a recuperação do setor ainda tem um caminho longo pela frente”, avaliou Rodolpho Tobler, economista da FGV IBRE.

Houve queda do ICS em 9 dos 13 segmentos pesquisados. As avaliações sobre o momento atual se acomodaram enquanto as expectativas em relação aos próximos meses pioraram novamente em novembro. O Índice de Situação Atual (ISA-S) variou 0,3 ponto, para 79,5 pontos, mantendo tendência crescente iniciada em maio em ritmo gradual. O Índice de Expectativas (IE-S), por sua vez, caiu 4,4 pontos, para 91,3 pontos, registrando a segunda queda consecutiva. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) do setor de serviços aumentou 1,8 ponto percentual para 83,1%, o maior valor desde novembro de 2015 (83,2%).

Demanda insuficiente volta a ser principal limitante das setor de serviços, restringindo melhora da situação atual

Apesar da recuperação do ISA-S iniciada em maio, o ritmo dessa recuperação tem sido menos intenso do que do IE-S. Nos últimos meses, o fator limitativo “Demanda Insuficiente” passou a ser cada vez mais citado pelas empresas do setor de serviços como impeditivo para crescimento dos negócios, superando em outubro o fator “Outros” (onde as empresas reportam, majoritariamente, a pandemia de coronavírus como o fator responsável).

Em novembro, quase metade das empresas mencionaram “Demanda Insuficiente” como fator limitativo (49,2%), sendo que, ao analisar pelos principais setores, chegando a atingir 63% no segmento de serviços prestados às famílias. Vale lembrar que esse segmento foi o que registrou a maior perda no ISA-S na pandemia no Brasil. Outros segmentos que que também tem mais de 50% das empresas citando “Demanda Insuficiente” são o de serviços profissionais e de transporte com 51,1% e 50,9%, respectivamente.

 Fonte FGV IBRE