O ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que o Brasil fará a emissão de uma Moeda Digital de Banco Central, CBDC.

Guedes, fez a afirmação nesta quinta-feira (4), durante a cerimônia alusiva à marca de 100 milhões de Poupanças Digitais da Caixa Econômica Federal.

“Com o Banco Central autônomo novamente, então isso é algo extraordinário, também na dimensão digital. O PIX, OpenBank, as fintechs e a moeda digital. O Brasil terá a moeda digital. O Brasil está a frente de muitos países”, afirmou o ministro.

Esta é a primeira vez que o Ministro fala sobre o assunto, embora não tenha fornecido mais detalhes sobre o projeto de CBDC que vem sendo conduzido pelo BC.

Real digital

O BC anunciou em agosto deste ano que havia montado um Grupo de Estudo para possível emissão de uma moeda digital para o Real.

Neste sentido o Presidente do BC, Roberto Campos Neto, vem declarando que o Brasil precisa de um “aperfeiçoamento” na moeda e que isto se dará no âmbito do Pix.

“No nosso caso é muito importante o PIX porque vemos daqui para frente a união de uma forma de pagamento instantâneo, aberto e interoperável. com um sistema de dados aberto. Onde ele se encontram em algum momento lá na frente  junto com uma moeda que tem que ser aperfeiçoada”, disse.

Além disso, embora o BC não tenha divulgado como funcionará efetivamente a “versão digital” para o Real, Campos Neto já declarou que ela deve entrar em circulação já em 2022.

Esta é a primeira vez que o Ministro fala sobre o assunto, mas ele não forneu mais detalhes sobre o projeto de CBDC que vem sendo conduzido pelo BC. Apesar disso, há diversas novidades sendo anunciadas pelo Ministro no sentido da digitalização e modernização da economia brasileira.

Guedes  já disse que planeja uma oferta pública de ações (IPO) do recém-criado banco digital da Caixa Econômica Federal e que o Brasil “está prestes” a entrar para a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O Senado brasileiro aprovou nesta quarta-feira (04), por 56 votos a 12, a proposta para dar mais autonomia ao Banco Central e com isso ‘desvincular’ o BC do Governo Federal e blindá-lo de pressões político-partidárias.

Além disso, o debate sobre a CBDC acontece em um momento especial para a digitalização da economia brasileira. Nesta segunda-feira (02), o sistema de pagamento digital instantâneo do Banco Central, o Pix, registrou suas primeiras transações e o lançamento oficial está marcada para o dia 15 de novembro.

CBDC

Pelas declarações do BC o “Real Digital” deve ser usado principalmente em operações de câmbio, tanto nacionalmente como internacional.

“Possibilidade de você fazer um PIX fora do Brasil está na agenda evolutiva do Pix, mas não para ano que vem”, destacou o diretor de Organização do Sistema Financeiro do BC, João Manoel de Mello.

Nesta linha Aristides Andrade Cavalcante Neto, chefe-adjunto do departamento de tecnologia da informação do BC, também destacou que a CBDC do Brasil deve estar ligado a processo cambiais.

“Os bancos centrais têm estudado a importância sistêmica dos pagamentos digitais. Há jurisdições com oligopólios como na China, onde operam Wechat e Alipay, ou na Suécia, mercado dominado por um consórcio de bancos. No Brasil, a CDBC será um meio alternativo para o turista estrangeiro usar a moeda local sem precisar abrir uma conta para acessar o Pix”, explica Cavalcante.

Por Cassio Gusson