Opep e aliados iniciam uma reunião de dois dias com os ministros ainda divididos sobre os planos de adiar o aumento da produção. Não houve consenso nas negociações na noite de domingo.

A coalizão de 23 países liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia avalia se manterá os cortes da produção nos níveis atuais, o que adiaria o aumento programado para janeiro.

Alguns membros temem que os mercados globais continuem frágeis demais para absorver barris extras, enquanto outros estão ansiosos para vender mais petróleo.

A maioria dos produtores que participou das discussões informais no domingo apoiou a manutenção dos cortes existentes no primeiro trimestre, de acordo com delegados que não quiseram ser identificados.

Na semana passada, grande parte dos observadores do mercado antecipava uma extensão de três meses. Mas o plano não obteve apoio de dois dos principais players da coalizão: Emirados Árabes Unidos e Cazaquistão, disseram os delegados.

Os Emirados Árabes Unidos não comentaram publicamente sua posição, e autoridades do país disseram nos bastidores que ainda não haviam tomado uma decisão.

Tensões entre os emirados e os sauditas, tradicionalmente firmes parceiros, refletem a impaciência do governo de Abu Dhabi para usar a nova capacidade de produção e lançar um contrato de referência do petróleo regional.

Se a Opep+ não revisar o acordo atual, o grupo deve adicionar 1,9 milhão de barris por dia aos mercados mundiais e potencialmente prejudicar a recente recuperação dos preços do petróleo.

“A Arábia Saudita terá que se esforçar muito para chegar a um acordo”, disse Mohammad Darwazah, analista da empresa de pesquisa Medley Global Advisors. “Há rumores particularmente fortes de insatisfação de Abu Dhabi com o status quo.”

Demanda incerta

Enquanto a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e parceiros se preparam para as sessões privadas, as típicas negociações e contrapropostas que precedem as reuniões estão a todo o vapor.

Além da proposta central de um adiamento de três meses, o prazo de dois meses também está na mesa, assim como a ideia de aumentar a produção gradualmente ao longo de um período de três ou quatro meses, disseram os delegados.

 

A Opep+, que bombeia mais da metade do petróleo mundial, fez grandes cortes de produção na pandemia para compensar o colapso histórico da demanda por combustível.

 

A aliança havia planejado aliviar os cortes no início de 2021, em antecipação a uma recuperação econômica global.