O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de dezembro subiu 1,35%, 0,46 ponto percentual (p. p.) acima dos 0,89% de novembro. Essa é a maior variação mensal desde fevereiro de 2003 (1,57%) e o maior índice para um mês de dezembro desde 2002 (2,10%). Em dezembro de 2019, a variação havia sido de 1,15%. O grupo Habitação teve o maior impacto (0,45 p. p.) e variação (2,88%) no mês.

No ano, o IPCA acumula alta de 4,52%, 0,21 p. p. acima dos 4,31% registrados em 2019. Essa é a maior taxa acumulada no ano desde dezembro de 2016 (6,29%).

Entre os grupos, Alimentação e Bebidas apresentou a maior variação (14,09%) e o maior impacto (2,73 p. p.) sobre o IPCA acumulado do ano, encerrando 2020 com a maior variação acumulada no ano desde dezembro de 2002 (19,47%).

Habitação tem maior variação e impacto em dezembro

Todos os grupos pesquisados tiveram alta em dezembro, com destaque para Habitação, que apresentou o maior impacto (0,45 p. p.) e a maior variação (2,88%) no índice do mês, acelerando frente a novembro (0,44%). A segunda maior contribuição (0,36 p. p.) veio de Alimentação e bebidas, com alta de 1,74%. Na sequência, vieram os Transportes (0,27 p. p.), cuja variação de 1,36% ficou próxima à do mês anterior (1,33%). Juntos, os três grupos mencionados representaram 80% do impacto total de dezembro. Os demais grupos ficaram entre o 0,39% de Comunicação e o 1,76% de Artigos de residência.

A aceleração do grupo Habitação (2,88%) deve-se, principalmente, à alta de 9,34% no item energia elétrica. Após 10 meses consecutivos de vigência da bandeira tarifária verde (em que não há cobrança adicional na conta de luz), passou a vigorar em dezembro a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Além disso, houve reajustes tarifários em Rio Branco (11,05%) e Porto Alegre (11,55%). Na capital acreana, o reajuste de 2,11% e entrou em vigor em 13 de dezembro. Já na região metropolitana de Porto Alegre, o reajuste de 6,58% em uma das concessionárias foi aplicado a partir de 22 de novembro. As variações no item foram desde os 6,02% de Belém até os 11,91% de Curitiba.

Ainda em Habitação, cabe destacar que o resultado de 0,10% na taxa de água e esgoto é consequência dos reajustes de 2,95% em Vitória (2,66%), vigente desde 1º de dezembro, e de 3,04% em Belo Horizonte (0,42%), válido desde 1º de novembro. A alta do subitem gás encanado (0,23%), por sua vez, decorre do reajuste de 6,25% no Rio de Janeiro (0,76%), aplicado a partir de 24/11, porém retroativo a 1º de novembro, em virtude de decisão judicial. Os preços do gás de botijão (1,99%) também subiram, acumulando no ano alta de 9,24%.

No grupo Alimentação e bebidas (1,74%), houve desaceleração frente ao mês anterior (2,54%). Contribuíram para isso a queda nos preços do tomate (-13,46%) e as altas menos intensas nos preços das carnes (3,58%), do arroz (3,84%) e do óleo de soja (4,99%), cujas variações em novembro haviam sido de 6,54%, 6,28% e 9,24%, respectivamente. Por outro lado, as frutas passaram de 2,20% para 6,73%. Com isso, os alimentos para consumo no domicílio, subgrupo de todos esses produtos, ficaram 2,12% mais caros em dezembro.

Já a alimentação fora do domicílio (0,77%) apresentou variação maior que a do mês anterior (0,57%), com destaque para a refeição (0,74%) e o lanche (0,89%).

Em Transportes (1,36%), o maior impacto (0,12 p. p.) veio das passagens aéreas (28,05%). Houve alta em todas as regiões pesquisadas, que foram desde o 1,65% de Rio Branco até os 44,19% de Recife. Cabe mencionar também a alta observada em transporte por aplicativo (13,20%), segunda maior variação no grupo. Já a segunda maior contribuição (0,08 p. p.) veio da gasolina (1,54%), cujos preços subiram pelo sétimo mês consecutivo. Os demais combustíveis pesquisados – etanol (1,32%), óleo diesel (2,08%) e gás veicular (4,27%) – também apresentaram variação positiva.

Ainda em Transportes, a queda de 0,10% verificada em ônibus urbano é consequência da redução de 3,19% nas tarifas de Porto Alegre (-1,30%), vigente desde 9 de novembro.

Os Artigos de residência (1,76%) tiveram a segunda maior variação entre os nove grupos pesquisados, acelerando na comparação com novembro (0,86%). Enquanto, em novembro, os artigos de tv, som e informática apresentaram queda (-1,02%), em dezembro os preços desses produtos subiram 2,52%. Além disso, foram observadas altas mais intensas em mobiliário (2,92%) e eletrodomésticos e equipamentos (1,00%), frente às variações de 1,48% e 0,72%, respectivamente, em novembro.

No grupo Educação (0,48%), o maior impacto (0,02 p. p.) veio dos cursos regulares (0,55%), em virtude da coleta extraordinária de preços realizada em dezembro (conforme nota técnica 04/2020). A maior variação veio da educação de jovens e adultos (3,83%), seguida pelos subitens  (1creche,54%) e ensino médio (1,19%). No entanto, também houve quedas, em particular nos subitens curso técnico (-0,79%) e pós-graduação (-0,77%).

Houve altas em todas as regiões pesquisadas, em dezembro. O menor índice foi o do município de Aracaju (0,91%), especialmente por conta da queda nas mensalidades dos cursos regulares (-0,78%) e nos preços de alguns produtos alimentícios, como o queijo (-6,33%) e o tomate (-6,04%). Já o maior resultado ficou com o município de São Luís (2,18%), influenciado pela alta de 11,30% no preço das carnes.

IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de novembro e 29 de dezembro de 2020 (referência) com os vigentes entre 28 de outubro e 27 de novembro de 2020 (base).

Cabe lembrar que, em virtude da pandemia de COVID-19, o IBGE suspendeu, no dia 18 de março, a coleta presencial de preços. A partir dessa data, os preços passaram a ser coletados por outros meios, como pesquisas realizadas em sites de internet, por telefone ou por e-mail.

INPC de dezembro sobe 1,46% e acumula alta de 5,45% em 2020

Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC de dezembro subiu 1,46%, acima dos 0,95% registrados em novembro. Essa é a maior variação mensal desde janeiro de 2016 (1,51%) e a maior variação para um mês de dezembro desde 2002, (2,70%). Em dezembro de 2019, a taxa foi de 1,22%.

Os produtos alimentícios subiram 1,86% em dezembro enquanto, no mês anterior, haviam registrado 2,65%. Já os não alimentícios apresentaram alta de 1,33%, após registrarem 0,42% em novembro.

Todas as áreas pesquisadas apresentaram aumento no mês. O menor resultado foi observado em Aracaju (0,89%), influenciado pelas quedas nos preços de aparelho telefônico (-2,22%) e pão francês (-2,92%). O maior índice, por sua vez, ficou com o município de São Luís (2,09%), especialmente em função da alta de 10,82% no preço das carnes.

O INPC é calculado pelo IBGE desde 1979, se refere às famílias com rendimento monetário de 01 a 05 salários mínimos, sendo o chefe assalariado, e abrange dez regiões metropolitanas, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís, Aracaju e de Brasília. Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados entre 28 de novembro e 29 de dezembro de 2020 (referência) com os preços vigentes entre 28 de outubro e 27 de novembro de 2020 (base).

IPCA acumula alta de 4,52% em 2020, maior taxa desde 2016

IPCA encerrou 2020 com variação de 4,52%, 0,21 p. p. acima dos 4,31% registrados em 2019.

Esse resultado foi influenciado principalmente pelo grupo Alimentação e bebidas, que apresentou a maior variação (14,09%) e o maior impacto (2,73 p. p.) no acumulado do ano. Essa é a maior variação acumulada no ano do grupo desde dezembro de 2002 (19,47%). A seguir, vieram Habitação, com alta de 5,25% e contribuição de 0,82 p. p., e Artigos de residência, com 6,00% de alta e 0,23 p. p. de impacto. Em conjunto, os três grupos responderam por quase 84% do IPCA de 2020. Os Transportes, segundo maior peso na composição do IPCA, fecharam o ano com alta de 1,03%. O único grupo a apresentar variação negativa foi Vestuário (-1,13%), cujo impacto foi de -0,05 p. p. A tabela a seguir mostra o resultado de todos os grupos de produtos e serviços.

No grupo Alimentação e bebidas (14,09%), as maiores variações mensais foram registradas em dois períodos distintos: nos meses de março (1,13%) e abril (1,79%), logo após o início das medidas de isolamento social adotadas em função da pandemia de COVID-19; e de setembro a dezembro, com variações superiores a 1,70% nos quatro últimos meses do ano.

Os produtos que mais contribuíram para a alta do grupo foram o óleo de soja (103,79%), o arroz (76,01%), o leite longa vida (26,93%), as frutas (25,40%) e as carnes (17,97%).

Além disso, os preços de outros itens importantes na cesta das famílias brasileiras, como a batata-inglesa (67,27%) e o tomate (52,76%) também tiveram altas expressivas em 2020.

Em Habitação (5,25%), a maior contribuição (0,40 p. p.) veio da energia elétrica (9,14%). Esse resultado foi influenciado pela mudança da bandeira tarifária de novembro (verde) para dezembro (vermelha patamar 2), já que até novembro a variação acumulada no ano era de -0,18%. Vale lembrar que, enquanto na bandeira verde não há cobrança adicional, a bandeira vermelha patamar 2 acrescenta R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora consumidos.

No grupo Artigos de residência (6,00%), o destaque ficou com tv, som e informática, cujos preços subiram 18,75% no ano. À exceção de mobiliário (-3,20%), todos os itens do grupo apresentaram alta.

Nos Transportes (1,03%), as maiores contribuições positivas vieram dos automóveis novos (4,03%) e usados (2,80%), além do emplacamento e licença (3,70%). A gasolina, componente de maior peso individual dentro do IPCA, fechou o ano com queda de 0,19%. Apesar das sete altas consecutivas de junho a dezembro, houve recuo nos preços nos meses de abril (-9,31%) e maio (-4,35%). As passagens aéreas (-17,15%) também encerraram 2020 em queda, contribuindo com o maior impacto negativo no grupo (-0,12 p. p.).

Em Vestuário (-1,13%), o impacto negativo mais intenso (-0,06 p. p.) veio das roupas femininas, que acumularam queda de 4,09% no ano. Os preços dos calçados e acessórios (-2,14%) e das roupas masculinas (-0,25%) e infantis (-0,13%) também caíram. Já as joias e bijuterias tiveram alta de 15,48%, com taxas positivas em todos os meses de 2020.

Nos demais grupos, destacam-se o plano de saúde (2,44%) em Saúde e cuidados pessoais (1,50%) e aparelho telefônico (6,87%) em Comunicação (3,42%). No caso do plano de saúde, no final de agosto, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu suspender a aplicação de reajustes aos contratos de planos de saúde até o fim de 2020.

Entre os índices regionais, o município de Campo Grande (6,85%) apresentou a maior variação em 2020, influenciada principalmente pela alta no preço das carnes (25,38%) e da gasolina (8,65%). O menor índice, por sua vez, foi registrado em Brasília (3,40%), onde pesaram as quedas nos preços das passagens aéreas (-20,01%), dos transportes por aplicativo (-18,71%), dos itens de mobiliário (-7,82%) e de hospedagem (-6,26%).

INPC fecha 2020 com alta de 5,45%

O INPC fechou 2020 com alta de 5,45%, acima dos 4,48% registrados em 2019. Os alimentícios tiveram alta de 15,53%, enquanto os não alimentícios variaram 2,60%. Em 2019, o grupo Alimentação e bebidas havia tido variação de 6,84% e, os não alimentícios, de 3,48%. A tabela a seguir apresenta os resultados por grupo de produtos e serviços.

Entre os índices regionais, a maior taxa ficou com o município de Campo Grande (7,96%), especialmente por conta da alta nos preços de alguns alimentícios, como as carnes (29,01%) e o arroz (75,31%). A menor variação foi observada em Brasília (4,22%), influenciada pela queda nos preços das passagens aéreas (-20,01%) e de alguns itens de vestimenta, como as roupas femininas (-4,96%) e os calçados e acessórios (-4,87%).

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(Com informações do IBGE)