A presença de acionistas do setor público na Vale (BOV:VALE3) é cada vez menor a cada ano.
Em 2020, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vendeu mais de R$ 10 bilhões em ações da Vale.
Já para este ano, o banco pretende vender mais R$ 10 bilhões de papéis e zerar sua posição na mineradora.
Além das ações, o BNDES tem ainda R$ 6 bilhões em debêntures participativas nos direitos minerais da Vale e podem ser vendidas ainda no primeiro semestre de 2021.
O mercado espera que, na esteira das vendas, fundos de pensão também se desfaçam de suas ações na mineradora. Em conjunto, Previ (funcionários do Banco do Brasil), Funcef ( da Caixa) e Petros (da Petrobrás), possuem 9,8% das ações da mineradora.
Na reportagem divulgada pelo Estadão, o analista de siderurgia e mineração da Eleven Financial, Tasso Vasconcellos, destacou que a saída de entes de governo do negócio tende a ser benéfica para a Vale já que minimiza os riscos de ingerência política sobre a companhia.
Capital estrangeiro
A mudança do perfil acionário da mineradora abre espaço para fundos de investimento estrangeiros investirem na Vale.
Atualmente, o fundo americano Capital Group tem US$ 2,1 trilhões sob gestão, o que corresponde a 15% do capital da Vale, informou o Estadão.
Vale destacar que o Capital Group tem espaço para expandir para até 25% do capital da mineradora, sem barreiras.
Além disso, BlackRock detém, hoje, 5,2% da mineradora, enquanto a Mitsui possui 5%. Consideradas participações menores, a Vale tem 55% de estrangeiros em seu capital social.