As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central do Brasil revisaram os indicadores nas projeções do Boletim Focus desta segunda-feira (29/03/2021).

Confira as principais projeções:

Taxa Selic 

Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica da economia no fim de 2021. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 5,00% ao ano. Há um mês, estava em 4,00%. No caso de 2022, a projeção continuou em 6,00%, ante 5,00% de um mês antes.Já a estimativa para 2023 ficou maior, e passou de 6,00% para 6,50%, ante 6,00% de quatro semanas atrás. Para 2024, passou de 6,00% para 6,38%, ante 6,00% de um mês atrás.

O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 0,75 ponto porcentual a Selic neste mês, para 2,75% ao ano. A intensidade do aumento surpreendeu o mercado, que apostava em uma alta de 0,50 pp nesta reunião. O BC argumentou que a elevação mais forte tem o efeito positivo de evitar que a inflação estoure o teto da meta neste ano.

No comunicado da decisão, o Copom já anunciou que, a não ser que as condições mudem significativamente, uma nova elevação de 0,75 ponto deverá ser aplicada na próxima reunião, levando a taxa para 3,50% já em maio.

IPCA

Os economistas do mercado financeiro elevaram pela décima segunda semana consecutiva a previsão para o IPCA o índice oficial de preços em 2021. O Relatório mostra que a mediana para o IPCA este ano foi de alta de 4,71% para 4,81%. Há um mês, estava em 3,87%. Já a projeção para o índice em 2022 continuou em 3,51%. Quatro semanas atrás, estava em 3,50%.

O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,25%. No caso de 2024, a expectativa permaneceu em 3,25%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% para ambos os casos.

A projeção dos economistas para a inflação já está acima do centro da meta de 2021, de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que se reuniu neste mês, estima uma inflação de 5,0% para este ano, e de 3,50% em 2022 e 2023.

–Últimos 5 dias úteis–

A projeção mediana para o IPCA de 2021 atualizada com base nos últimos 5 dias úteis passou de 4,75% para 4,90%, conforme o Relatório de Mercado Focus. Houve 41 respostas para esta projeção no período. Há um mês, o porcentual calculado estava em 3,99%.

No caso de 2022, a projeção do IPCA dos últimos 5 dias úteis seguiu em 3,50%. Há um mês, já estava em 3,50%. A atualização no Focus foi feita por 40 instituições.

–Outros meses–

Os economistas do mercado financeiro alteraram a previsão para o IPCA em março de 2021, de alta de 0,90% para 0,93%. Um mês antes, o porcentual projetado era de 0,40%.

Para abril, a projeção no Focus foi de alta de 0,45% para 0,46% e, para maio, passou de 0,26% para 0,27%. Há um mês, os porcentuais indicavam elevações de 0,32% e 0,24%, nesta ordem.

De acordo com o IBGE, o IPCA fechou fevereiro com alta de 0,86% e já acumula um crescimento de 5,20% nos últimos 12 meses.

No Focus agora divulgado, a inflação suavizada para os próximos 12 meses passou de alta de 4,17% para 4,09% há um mês, estava em 3,84%.

PIB

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2021. Conforme o Relatório de Mercado Focus, a expectativa para a economia este ano oscilou de alta de 3,22% para 3,18%. Há quatro semanas, a estimativa era de 3,29%.

Para 2022, o mercado financeiro alterou a previsão para o PIB de alta de 2,39% para 2,34%. Quatro semanas atrás, estava em 2,50%.

No Focus divulgado nesta segunda-feira, a projeção para a produção industrial de 2021 passou de alta de 5,10% para 5,24%. Há um mês, estava em elevação de 4,30%. No caso de 2022, a estimativa de crescimento da produção industrial passou de 2,48% para 2,50%, ante 2,30% de quatro semanas antes.

A pesquisa Focus mostrou ainda que a projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2021 foi de 64,69% para 64,80%. Há um mês, estava em 64,55%. Para 2022, a expectativa foi de 66,00% para 66,20%, ante 65,65% de um mês atrás.

Déficit primário

O Relatório trouxe, ainda, alteração na projeção para o resultado primário do governo em 2021. A relação entre o déficit primário e o PIB este ano passou de 3,00% para 3,10%. No caso de 2022, passou de 2,09% para 2,10%. Há um mês, os porcentuais estavam 2,80% e 2,00%, respectivamente.

Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2021 passou de 7,10% para 7,50%, conforme as projeções dos economistas do mercado financeiro. Para 2022, passou de 6,75% para 6,80%. Há quatro semanas, estas relações estavam em 7,00% e 6,60%, nesta ordem.

O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.

Balança comercial

Os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção para a balança comercial em 2021 na pesquisa Focus, de superávit comercial de US$ 55,00 bilhões. Um mês atrás, a previsão era de US$ 55,10 bilhões. Para 2022, a estimativa de superávit passou de US$ 50,00 bilhões para US$ 50,50 bilhões, ante US$ 50,00 bilhões um mês antes.

No caso da conta corrente do balanço de pagamentos, a previsão contida no Focus para 2021 passou de déficit de US$ 11,50 bilhões para US$ 12,00 bilhões, ante US$ 12,00 bilhões de um mês antes. Para 2022, a projeção de rombo seguiu em US$ 19,70 bilhões, como já estava um mês atrás.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será suficiente para cobrir o resultado deficitário nestes anos. A mediana das previsões para o IDP em 2021 seguiu em US$ 55,00 bilhões, como já estava há um mês. Para 2022, a expectativa passou de US$ 60,00 bilhões para US$ 64,40 bilhões, ante US$ 64,40 bilhões de um mês antes.

Câmbio 

O Relatório de Mercado Focus, divulgado hoje pelo BC, mostrou alteração no cenário para a moeda norte-americana em 2021. A mediana das expectativas para o câmbio no fim do período passou de R$ 5,30 para R$ 5,33, ante R$ 5,10 de um mês atrás. Para 2022, a projeção para o câmbio passou de R$ 5,25 para R$ 5,26, ante R$ 5,03 de quatro pesquisas atrás.

A projeção anual de câmbio publicada no Focus passou a ser calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano. A mudança foi anunciada em janeiro pelo BC.

Com isso, a autarquia espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro

(Com informações do Banco Central, Isto é, Estadão)