A Taurus Armas registrou lucro líquido de R$ 263,6 milhões, 507% acima do de 2019.
Os resultados da Taurus Armas (BOV:TASA3) referentes suas operações do quarto trimestre de 2020 foram divulgados no dia 19/03/2021. Confira o Press Release completo!
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No acumulado do ano, a receita operacional líquida aumentou 77,4%, para R$ 1,773 bilhão, e o Ebitda somou R$ 461,5 milhões, crescimento de 260% sobre 2019.
“Os indicadores operacionais atingiram níveis sem precedentes para a Taurus e a questão do endividamento, que era um aspecto sensível, foi plenamente equalizada, com a razão de alavancagem dívida líquida/Ebitda saindo de 11,2 em 2018 para 1,7 ao final de 2020”, destaca a mensagem da administração da companhia.
A Taurus encerrou 2020 com patrimônio líquido positivo, algo que não acontecia há cinco anos. De acordo com a companhia, o desempenho foi alcançado “antes do prazo originalmente considerado pela gestão”.
O patrimônio líquido da fabricante de armas, ao fim de dezembro, era de R$ 42,3 milhões, ante à posição negativa de R$ 304,6 milhões de 2019. A reversão é resultado do “novo patamar de desempenho alcançado”, segundo a empresa.
“Assim, a Taurus passou de uma situação na qual estava operando integralmente com capital de terceiros, ou seja, suas obrigações eram superiores à soma de todos os seus ativos, para operar com capital próprio”, diz trecho do relatório.
A Taurus encerrou 2020 ainda com saldo negativo de R$ 31,1 milhões na conta de reservas de capital, além de R$ 704,7 milhões em prejuízos acumulados de exercícios anteriores “que precisam ser eliminados para que seja possível retomar o pagamento de dividendos”, diz a companhia.
A Taurus produziu 1,55 milhão de armas em 2020. O número é 30% superior ao registrado em 2019. As encomendas, segundo a empresa, somam 2,3 milhões de armas.
A fabricante de armas está com mais de um ano de produção futura vendida, segundo o diretor-presidente da companhia, Salesio Nuhs. A empresa tem encomendas de 2,3 milhões de armas, o que deve aumentar as vendas e o lucro ante de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) em pelo menos 30% neste ano.
“As unidades do Brasil e dos Estados Unidos estão trabalhando imensamente e estamos nos preparando para aumentar ainda mais a produção, de modo a acompanhar esse ritmo da demanda”, diz a Taurus.
O ritmo de produção da companhia no Brasil é de cerca de 6 mil armas por dia, o que representa produção de 1,1 milhão de armas por ano. Nos Estados Unidos, a expectativa da Taurus é que a produção alcance a capacidade plena, de cerca de 800 mil armas no ano. A meta da companhia é elevar a produção de 1,9 milhão para 2 milhões.
4T20
O lucro líquido da Taurus Armas ficou em R$ 279,5 milhões no quarto trimestre de 2020, um crescimento de 12,6 vezes ante o ganho de R$ 22,1 milhões no mesmo período do ano anterior. Os valores referem-se aos atribuíveis aos controladores.
O Ebtida – lucro antes de juros impostos, depreciação e amortização – ficou em R$ 156 milhões no último trimestre do ano passado, ante R$ 13,2 milhões no mesmo período de 2019.
A receita operacional líquida dobrou no 4º trimestre de 2020 em relação a igual período de 2019, para R$ 560,3 milhões.
Teleconferência
O diretor-presidente da companhia, Salesio Nuhs, afirma que o patrimônio líquido negativo registrado desde 2015 era um obstáculo para que fundos adquirissem ações da Taurus, devido às restrições de seus estatutos sociais.
“Nem os mais otimistas analistas apostavam na reversão desse patrimônio líquido ainda em 2020. Foi nossa maior conquista”, afirmou em entrevista ao Valor.
A Taurus também está otimista em relação à sua carteira de pedidos para 2021, que já soma 2,3 milhões de armas. De acordo com Nuhs, o volume equivale a quase 18 meses de produção da companhia. “Isso deve garantir que nossos resultados do ano passado se repitam à frente”, afirma.
A divulgação de resultados trimestrais da companhia destaca que a crise de abastecimento de matérias-primas no mercado mundial seria “um possível limitador” para o aumento de produção nos próximos trimestres.
Salésio Nuhs afirma que, para contornar o problema, a Taurus alugou um galpão próximo à sua unidade de São Leopoldo (RS), onde vêm armezenando materiais desde o início da crise da covid.
De acordo com o executivo, o estoque é suficiente para manter a produção por três meses. Além disso, a companhia tem contratos de compra com fornecedores para outros seis meses. “Temos certa segurança. Hoje não há nenhum item que nos preocupe a curto prazo”, afirma.
A inauguração do condomínio industrial da companhia, prevista para setembro de 2021, é outra das apostas da Taurus para impulsionar os resultados operacionais deste ano. “Vamos trazer para dentro do complexo os seis principais fornecedores da Taurus. Há uma previsão de redução grande de custos com a logística e melhoria em termos de qualidade e produtividade”, afirma Nuhs.
O complexo contará com a joint venture com a Joalmi, anunciada em outubro, para produção de carregadores de armas. A unidade atualmente funciona em Guarulhos (SP) e deve concluir a mudança para São Leopoldo (RS) nos próximos meses. Salesio Nuhs afirma que, nos três primeiros meses da joint venture, a Taurus vendeu mais carregadores para o mercado de reposição do que em todo o ano de 2019.
O sucesso da unidade brasileira, segundo o executivo, compensa o desempenho da joint venture criada com o Grupo Jidal na Índia. Embora o país seja destacado por Nuhs como o segundo maior potencial de investimentos mundial na área da defesa, em 2020 a fábrica sofreu “atraso no andamento do projeto” em razão da pandemia de covid-19 e de “questões internas” na Índia, segundo o relatório de resultados da companhia.