Com o exterior pessimista, o dólar abriu positivo mas opera estável depois da primeira hora de pregão. A curva de juros opera em alta, após o acordo do Orçamento de 2021 fechado ontem. Foi uma negociação cheia de truques e atalhos, o que desagradou profundamente o ministro Paulo Guedes. Um texto fura-teto sem fura-teto. Não convenceu os investidores.

Toda a curva de juros está em alta. O DI para janeiro de 2022 sobe a 4,655%, de 4,636% do ajuste de ontem. Janeiro de 2023 para 6,315% (6,259%), janeiro de 2025 a 7,950% (7,876%) e janeiro de 2027 para 8,570% (8,494%).

Por volta das 09h55, o dólar futuro de maio (BMF:DOLK21) negociava estável, valendo R$ 5,54.

Os agentes do mercado avaliam o acordo pelo Orçamento fechado ontem entre governo e Congresso Nacional, que prevê um volume total de vetos de R$ 20 bilhões, sendo pouco mais de R$ 10 bilhões voltados às emendas parlamentares, tornando a peça orçamentária factível. Ao mesmo tempo, ficam autorizados cerca de R$ 100 bilhões em gastos fora do limite constitucional das despesas públicas e do resultado primário, após Câmara dos Deputados e Senado aprovarem projeto de lei que permite o uso de recursos para além do alcance de regras fiscais.

Além do noticiário do Orçamento, há o leilão de NTN-B, papéis atrelados à inflação, com vencimentos para agosto de 2026, agosto de 2030 e agosto de 2055. As recentes ofertas desses títulos têm sido volumosas e encontrado importante demanda no mercado, em um momento em que o Tesouro Nacional enfrenta um grande vencimento da dívida. Ao colocar NTN-Bs, o Tesouro também consegue alongar o perfil de sua dívida, que vem sendo progressivamente encurtada.No exterior, a agenda é esvaziada.

Vale lembrar que hoje é véspera de feriado no Brasil, o que pode reforçar um comportamento defensivo dos investidores ao longo da sessão, após baixas recentes tanto no dólar quanto nas taxas dos contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI).