Os Estados Unidos retomaram o uso da vacina da Johnson & Johnson após uma suspensão de 11 dias na administração do imunizante para analisar a ocorrência de casos raros de coágulos sanguíneos em mulheres vacinadas.
“Concluímos que os benefícios conhecidos e potenciais da vacina contra a covid-19 da Janssen [braço farmacêutico da Johnson & Johnson] superam seus riscos conhecidos e potenciais em indivíduos de 18 anos ou mais”, disse Janet Woodcock, diretora da Administração de Alimentos e Remédios dos EUA (FDA, na sigla em inglês), em um comunicado conjunto com o Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC), informou a DW.
Por 10 a 4 votos e uma abstenção, a comissão consultiva sobre práticas de imunização do CDC deu o sinal verde para a retomada do uso da vacina da J&J a partir deste fim de semana.
Por ser de dose única e não necessitar de refrigeração especial, o imunizante da J&J é visto como crucial para a campanha de vacinação em áreas remotas, como terras indígenas e comunidades rurais e pobres, com fornecimento não confiável de energia elétrica.
O CDC havia suspendido o uso da vacina da J&J na semana passada após o registro de seis casos muito raros de coágulos sanguíneos em pessoas vacinadas, com uma morte e outra que em condição crítica. Todos os casos envolvem mulheres com menos de 50 anos.
Quase 8 milhões de doses foram aplicadas nos EUA até a suspensão do uso, que o CDC justificou citando “excesso de cautela”.
O painel do CDC concluiu que os benefícios da vacina superam o risco de formação de coágulos sanguíneos – sério, mas pequeno, especialmente contra um vírus que ainda infecta dezenas de milhares de americanos todos os dias.
A Johnson & Johnson (J&J) também retomou as entregas de sua vacina contra a covid-19 na Europa, depois que a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) fez uma recomendação de que um aviso sobre a possibilidade de ocorrência de raros coágulos sanguíneos seja incluída entre as informações contidas no produto.
A J&J disse também que continua empenhada em fornecer 200 milhões de doses da vacina contra a covid-19 à União Europeia, Noruega e Islândia.