Nos primeiros três meses de 2021, a farmacêutica Hypera Pharma, antiga Hypermarcas, registrou lucro líquido de R$ 305,1 milhões, alta de 28,1% em relação ao mesmo período de 2020.

O Ebitda – juros, impostos, depreciação e amortização – das Operações Continuadas avançou de 45,6% ante o mesmo intervalo de 2020, para R$ 362 milhões. A Companhia apresentou margem EBITDA das Operações Continuadas de 30,9% no 1T21, patamar acima do apresentado em 2020.

A receita líquida foi de R$ 1,17 bilhão no período, o que representou uma alta de 43,7% no comparativo anual. As vendas aos consumidores (“sell-out”) cresceram 11,5% no período, alcançando crescimento de dois dígitos mais uma vez.

Segundo a empresa, a alta na receita foi impulsionada principalmente pelo portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan e pelo crescimento orgânico de 11,5% do sell-out, que continuou sendo favorecido pela melhora gradual da demanda no varejo farmacêutico brasileiro observada desde o segundo semestre de 2020 e pelas iniciativas da companhia. Quando excluída a contribuição para a receita líquida do portfólio da Takeda e do Buscopan, o crescimento foi de 16,3%.

A empresa registrou fluxo operacional de caixa de R$ 151 milhões (redução de 11,5% ante o mesmo período de 2020), com geração livre de caixa negativa em R$ 3,399 bilhões, principalmente pelo pagamento da aquisição do portfólio de medicamentos da Takeda, líquido da venda do portfólio ex-Brasil e da marca Xantinon, no valor de R$3,3 bilhões.

De acordo com a Hypera, as despesas de Marketing tiveram crescimento de 17,6% ante o primeiro trimestre de 2020, somando R$ 214,7 milhões. Por outro lado, as despesas gerais e administrativas apresentaram aumento de 12,1%, atingindo R$ 55,9 milhões.

Na linha financeira, a Hypera apresentou um saldo negativo de R$ 41,3 milhões no 1T21, ante saldo positivo de R$ 12,7 milhões no 1T20. Essa variação é resultado do aumento das despesas com juros pelo maior endividamento bruto da Companhia, decorrente principalmente das emissões de debêntures para o pagamento pela aquisição do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda.

A Hypera também celebrou recentemente acordo de investimento para aquisição de participação minoritária na Consulta Remédios, de 22,5% do capital social, com possibilidade de aumento dessa participação minoritária, estando a conclusão da operação sujeita ao cumprimento de determinadas condições precedentes.

Por fim, a empresa aprovou a distribuição de juros sobre capital próprio, de R$ 0,30881 por ação ordinária, equivalente ao montante total bruto de R$ 194,77 milhões, referente ao 1T21.

Os resultados da Hypera (BOV:HYPE3) referentes suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 23/04/2021. Confira o Press Release completo!

⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos resultados do 1T21. Confira também a cobertura completa de todos os balanços referente ao primeiro trimestre de 2021 das empresas negociadas na B3.

Teleconferência

Breno de Oliveira, diretor presidente da companhia, em teleconferência para investidores disseque “As oportunidades de aquisições também estão no radar da empresa, com foco em start-ups com crescimento no mercado brasileiro e multinacionais que estejam saindo do Brasil, no segmentos de cuidado prímário e OTC. A empresa também quer crescer organicamente com o lançamento de novas linhas de produtos, como em estereis, que terá a nova fábrica inaugurada no primeiro trimestre de 2022”.

A companhia também anunciou a projeção de desalavancagem (relação entre a dívida líquida e ebitda) inferior a 2 vezes e de atingir uma margem ebitda de 33% a 34% em 2021. No primeiro trimestre, a margem ebitda das operações continuadas subiu 4,0 pontos percentuais, para 30,9%.

A companhia também está negociando com fornecedores para reduzir o período de recebimento dos produtos de 110 dias para 100 dias até o final do ano.

“O sell-in (receita líquida, que mede a venda para o varejo) cresceu mais que o sell-out (venda do varejo para o consumidor final) nesse trimestre, mas estamos acompanhando os estoques. No médio prazo, esses crescimentos tem que se aproximar e esse é o nosso objetivo para o ano de 2021”, acrescentou.

A receita líquida cresceu 43,7% no primeiro trimestre, enquanto o sell-out cresceu 11,5%, em base de comparação anual.

A companhia também informou o patrocínio de cinco anos para anúncio de sua marca Vitaminas Neoquímica na camisa do Corinthians, adicionalmente ao contrato de ‘naming rights’ Arena NeoQuímica ao estádio do time em São Paulo (SP). O valor não foi informado na teleconferência.

Segundo o executivo, a produção da Takeda deve levar de três a cinco anos para ser transferida para a Hypera, mas as sinergias já devem começar a ser percebidas nos resultados a partir do segundo trimestre.

No primeiro trimestre, o fluxo de caixa operacional da empresa cresceu 67,4% no trimestre, quando excluído o montante de R$135,0 milhões registrado no intervalo para formação do capital de giro do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda.

Já a geração livre de caixa foi negativa em R$ 3,4 bilhões, ante geração livre de caixa positiva de R$ 32,5 milhões no primeiro trimestre de 2020, principalmente pelo pagamento da aquisição do portfólio de medicamentos da Takeda, líquido da venda do portfólio ex-Brasil e da marca Xantinon, no valor de R$3,3 bilhões.

VISÃO DO MERCADO

Banco Inter 
A companhia reportou receita líquida em R$ 1.170 mm (+43,7% vs. 1T20), em linha com nossas expectativas. O crescimento das vendas foi impulsionado pela integração do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan. Além disso, houve crescimento do sell-out no período, que foi impulsionando pelo crescimento em genéricos e similares, medicamentos crônicos em produtos de prescrição e vitaminas, suplementos e nutricionais em Consumer Health. A receita líquida do portfólio de medicamentos ex aquisições cresceu 16,3%.
O EBTIDA foi de R$ 362mm (+45,6% vs. 1T20), um pouco acima das nossas expectativas. A margem bruta também foi acima de nossas projeções, (6,43 Hypera vs. 63,0 Inter Research). A combinação é resultado principalmente do início do processo de captura das sinergias de integração das marcas adquiridas da Takeda e da família Buscopan.
Por fim, o fluxo de caixa operacional cresceu 67,4% no trimestre, quando excluído o montante de R$ 135 mm registrado no 1T21 para formação do capital de giro do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda,. Já a geração livre de caixa foi negativa em R$ 3,4 bilhões, ante geração caixa livre de caixa positiva de R$ 32,5mm no 1T20, principalmente pelo pagamento da aquisição do portfólio de medicamentos da Takeda, líquido da venda do portfólio ex-Brasil e da marca Xantinon, no valor de R$ 3,3 bi.
Para o banco o crescimento orgânico continuará evoluindo nos próximos meses, bem como a eficiência operacional das recentes aquisições. Somado a isso, a Hypera também tem apresentado lançamentos recentes e conta com um pipeline de inovação com 350 projetos que a destacam como líder do mercado farmacêutico nacional.
Inter Research mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 44,00…
BTG Pactual 
O banco pontua indicadores como sell-out e o lucro líquido, 9% acima das projeções dos analistas.

Seguindo a tendência do trimestre anterior e como esperado pelo mercado, o relatório afirma que a Hypera reportou um “conjunto de resultados resilientes”. As vendas diretas ao consumidor, o chamado sell-out, cresceram 11,5%, 2 pontos percentuais acima da média de mercado.

A queda das despesas de marketing, por outro lado, refletiu a menor realização de eventos promocionais e visitas médicas no trimestre. Já o lucro líquido entre janeiro e março ficou 9% acima das projeções do BTG Pactual, “apesar do maior endividamento e despesas para financiar a aquisição da Takeda”.

A projeção de receita líquida anual de R$ 5,9 bilhões está em linha com o esperado, enquanto o lucro líquido de R$ 1,55 bilhão estimado pela Hypera está 7% acima das projeções do BTG, de acordo com os analistas. A estimativa da companhia para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) está 2% acima das projeções do banco.

“Apesar das preocupações com a margem em relação à expansão da receita nos próximos anos, as recentes aquisições do Buscopan e Buscofem e o portfólio de medicamentos de prescrição médica e isentos de prescrição da Takeda agregam valor ao nosso modelo e permanecem a base de nossa postura positiva sobre o nome”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Gabriel Savi, Victor Rogartis e Ricardo Cavalieri.

BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 42,00…

Credit Suisse

Na opinião do banco, o crescimento consistente das vendas acima da média do mercado é um sinal muito positivo para a empresa.

“Apesar de ainda acharmos que o nível de contas a receber está além do necessário, a empresa não o expandiu recentemente. Continuamos acreditando na capacidade da empresa de gerar um fluxo de caixa saudável e estável no futuro, dada sua diversificação em um mercado de varejo farmacêutico favorável”, diz o relatório.

O Buscopan e o portfólio adquirido da Takeda contribuíram com aproximadamente R$ 220 milhões para a receita líquida.

“O trimestre mostrou um aumento do nível de endividamento líquido (R$ 5 bilhões ante R$ 241 milhões em 2020), reflexo da necessária alavancagem para as aquisições. A dívida líquida passou a ser de 3,2 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), o que conta com a relativa estabilidade do fluxo de caixa de uma diversificada empresa de varejo farmacêutico no Brasil”, diz o relatório.

No lado negativo, apesar da expansão da receita, a margem bruta caiu 2,3 pontos percentuais no ano para 64,3%. A queda foi impulsionada principalmente pelos impactos de moedas estrangeiras na aquisição de ingredientes farmacêuticos ativos, cujo preço varia como commodities globais.

Credit Suisse mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 40,00…

Mirae Asset

Os analistas da Mirae Asset, por sua vez, apontaram que os resultados vieram acima da expectativa, já refletindo as aquisições da Takeda e Buscopan e dos impactos das promoções no período.

Ele tem expectativa de que, com a reabertura da economia, após o último lockdown, as vendas aumentem nos próximos meses.

Mirae Asset tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 43,05…

Safra

Nossa opinião é que os resultados do 1T21 da Hypera confirmaram que o crescimento orgânico está ganhando força, enquanto a incorporação dos ativos do Buscopan e da Takeda dá um impulso extra para o crescimento da receita.

Além disso, mais uma vez destacamos o forte controle de gastos, reduzindo despesas relacionadas a viagens e visitas médicas, um impacto positivo de curto prazo que esperamos que continue após o alívio da pandemia.

Também esperamos que a Hypera (HYPE3) cumpra suas vendas de R$5,9 bilhões e o guidance de EBITDA de R$2,0 bilhões para 2021, à medida que aumenta os investimentos e seu pipeline de inovação e extensão da marca.

 Safra tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 45,00…

Pensando em investir na Hypera?

A empresa atua na fabricacão de Medicamentos Alopáticos para uso humano.

Hypera Pharma é a maior empresa farmacêutica do país em receita líquida, e com o portfólio de medicamentos mais robusto do mercado. A empresa possui valor de mercado de R$ 22,4 bilhões. Confira a Análise completa da empresa com informações exclusivas.

Governança Corporativa

Fundada em 2001 com o nome Hypermarcas, assumiu em 2017 a nova marca corporativa, Hypera Pharma, evidenciando o novo momento da Companhia. A empresa está listada no Novo Mercado da B3 desde 11 de abril de 2008 e conta hoje com aproximadamente 7 mil colaboradores.

Composição Acionária

Acionistas Ações % Capital Social
João Alves de Queiroz Filho 135.426.898 21,38
Outros Controladores 749.614 0,12
Maiorem 93.371.780 14,74
Capital International 65.867.004 10,40
Mondrian 32.959.656 5,20
Tesouraria 9.476 0,001
Circulação 304.104.205 48,01
Administradores 932.190 0,15
Total 633.420.823 100,00

( atualização 03 de março de 2021)

Desempenho da empresa na B3

No último ano, as ações da Hypera oscilaram entre a mínima de R$ 26,07 e a máxima de R$ 42,80. No último pregão antes da divulgação do resultado do 1T21, a empresa fechou em alta de 1,3%, negociada a R$ 35,57.

Confira o histórico da Hypera (HYPE3)

Período Abe Máx. Mín. Preço Méd. Vol Méd. Var %
1 Semana 34,66 36,35 34,57 35,11 2.426.800 0,91 2,63%
1 Mês 32,11 36,35 31,53 33,84 2.832.417 3,46 10,78%
3 Meses 33,75 36,35 29,73 32,88 3.502.791 1,82 5,39%
6 Meses 31,30 36,35 27,03 32,29 3.560.891 4,27 13,64%
1 Ano 34,00 37,15 27,01 32,14 3.702.035 1,57 4,62%
3 Anos 33,42 42,80 24,56 31,55 2.778.732 2,15 6,43%
5 Anos 28,82 42,80 22,25 30,66 2.689.645 6,75 23,42%
* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters