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Vacina deve reafirmar China, EUA, Israel, Índia, Rússia e UE como principais atores globais, diz especialista

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A geopolítica da vacina deve reafirmar China, Estados Unidos, Israel, Índia, Rússia e União Europeia como principais atores globais. Quem afirma é a coordenadora do curso de Graduação em Relações Internacionais e da Pós-Graduação em Negócios Internacionais e Comércio Exterior da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP).

Na opinião da da Profª Marília Pimenta, coordenadora do Curso de Relações Internacionais da FECAP, o domínio da vacina permite que as atividades econômicas se normalizem mais rápido, o que deve alterar os fluxos de investimentos que outrora se direcionariam para os mercados emergentes.

“Os países desenvolvidos já demonstram sinais de recuperação mais acelerada, especialmente pelo avanço da vacinação e a normalização das atividades. Sem falar na capacidade que países como os Estados Unidos têm de estimular suas economias (pacote de US$ 1,9 trilhão)”.

Já a recuperação de países pobres deve ser mais lenta, seja pelo baixo dinamismo das economias (que dependem de serviços de baixo valor agregado) ou pela dificuldade de recompor a capacidade de investimento do Estado. O Mercosul, que completa 30 anos em 2021, pode ser uma alternativa para a retomada da renda dos países.

Os países emergentes têm uma situação fiscal historicamente frágil. Com a pandemia, os gastos do governo aumentaram significativamente, especialmente nos países da América Latina.

Ajustar o déficit deve resultar em taxas de juros maiores, com consequências negativas para o consumo e o custo do capital. Por outro lado, a taxa de câmbio desvalorizada pode diminuir o custo de operações de M&A e facilitar a entrada de empresas estrangeiras nos países emergentes.

A realidade pede cautela e algumas empresas estão deixando de comercializar determinadas marcas no Brasil, o que sinaliza um reposicionamento de mercado. A demora para uma contenção organizada da pandemia pode atrasar ainda mais o programa de concessões do Governo Federal.

“Os leilões de infraestrutura são fontes importantes de investimento estrangeiro, sem falar nas consequências para a geração de empregos e controle da inflação por meio da taxa de câmbio. Em relação ao comércio exterior, países mais atrasados na contenção do vírus tendem a importar menos, devido à redução na atividade doméstica. O saldo comercial do Brasil em 2020 foi o terceiro maior desde 1989, porém as importações apresentaram queda de 10,4% no ano”.

Também existe o efeito do calendário eleitoral. Em 2021, haverá eleições presidenciais no Chile, Equador e Peru, além de eleições legislativas na Argentina.

“O Brasil vai escolher seu novo presidente em 2022. As plataformas dos candidatos certamente serão avaliadas pela viabilidade das propostas de recuperação econômica”.

A internacionalista acrescenta que a globalização do século XX, baseada no diferencial do custo de mão de obra, tem esvanecido, principalmente diante do avanço da digitalização da produção e a tendência ao consumo mais imediato. As cadeias de valor estão cada vez mais intensivas em serviços e outros intangíveis, o que deve diminuir a importância do comércio global de bens no médio prazo.

Por fim, a pandemia evidenciou a fragilidade de algumas cadeias, especialmente aquelas de maior valor agregado que dependem de insumos da Ásia, mas favoreceu outras ligadas à segurança alimentar. Além disso, o atendimento emergencial das populações levou os estados nacionais a repensarem a fragmentação das cadeias produtivas.

“Se antes compensava acabar um produto têxtil do outro lado do mundo, talvez hoje a diferença de custo não seja tão relevante se comparada à velocidade de atender um consumidor de moda rápida. É importante ter alguns fornecedores estratégicos mais perto das fronteiras, ou mesmo, dentro do país. Por isso, a política industrial deve voltar a ser debatida”, finaliza Marília Pimenta.

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