A distribuidora de produtos e medicamentos hospitalares Viveo (BOV:VVEO3) avançou nas discussões para retomar o seu IPO na semana que vem, depois de ter suspendido a oferta na terça-feira.

A Viveo cancelou sua oferta pública de ações conforme a Instrução 400, que inclui a distribuição para o investidor de varejo. Mas, após reuniões com um grupo de gestores que se interessaram pelo negócio, a empresa deverá retomar na semana que vem a operação, dessa vez via Instrução CVM 476, ou seja com esforços restritos de distribuição, apurou o Valor. Já existe, inclusive, um cronograma estimado para a nova operação, que prevê a estreia das ações na bolsa dia 26 de abril.

O grupo de gestores sugeriu à empresa que seguisse com a oferta adiante, em outras condições. Em vez dos R$ 2 bilhões inicialmente pretendidos, a operação deverá ser reduzida de tamanho, para cerca de R$ 1,2 bilhão. Segundo informações que circulam no mercado, entre as gestoras que deverão ancorar a nova oferta está a Dynamo.

Todos os investidores que entrarem com ofertas relevantes, para ancorar a operação, poderão receber uma opção de compra das ações, no montante de até R$ 800 milhões. Nesse novo formato, a operação deverá sair no piso inicialmente pretendido, de R$ 19,92, avaliam fontes.

A empresa é controlada pelas famílias Mafra e Bueno, esta última criadora da Amil e dona da Dasa. Segundo o Valor noticiou, as famílias não concordaram em dar descontos para fechar a operação, e preferiram suspender a operação no início da semana.

CVM não aprova estrutura pretendida

A Viveo conseguiu fechar um novo formato para levar adiante seu IPO na semana que vem, no entanto, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) não aprovou a estrutura pretendida para a operação, de acordo com fontes.

A oferta seria relançada na próxima segunda-feira, desta vez destinada apenas a investidores profissionais, seguindo a Instrução CVM 476, que prevê esforços restritos de distribuição. A operação seria reduzida de R$ 2 bilhões para R$ 1,2 bilhão e ancorada por um grupo de gestoras.

Pelo suporte dado à operação, esse grupo de investidores receberia uma opção de compra de ações da empresa de até R$ 800 milhões, proporcional à participação de cada um. Mas o regulador vetou a essa estrutura de opções na oferta. Se tivesse dado certo, o plano era chegar à bolsa dia 26.

Sobre a Viveo

A empresa foi fundada em 1996 pela família Mafra. Hoje eles controlam o negócio com a família Bueno, fundadora do gruo Amil.

A Viveo, que tem como nome oficial CM Hospitalar, surgiu com objetivo de exportação e importação de medicamentos.

A partir de 2017, a empresa iniciou a aceleração de crescimento por meio de aquisições. Foram comprados pela Viveo o grupo de higiene pessoal Flexicotton, e empresas como Biogenetix, Vitalab, Byogene, de produtos hospitalares.

O grupo se apresenta como líder na distribuição de materiais médico-hospitalares e medicamentos no Brasil e tem uma participação de mercado de 7%.