A Ambev registrou lucro líquido de R$ 2,73 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 125,7% sobre o lucro líquido de RS 1,21 bilhão que registrou no mesmo período de 2020.

Fora do critério ajustado, o lucro líquido foi de R$ 2,733 bilhões, 125,7% maior do que o registrado um ano antes. O lucro por ação ajustado no trimestre foi de R$ 0,17, ganho de 139,6%.

O lucro operacional da empresa cresceu 32,9% no primeiro trimestre deste ano, para R$ 4,06 bilhões, ante R$ 3,05 bilhões no primeiro trimestre do ano passado.

A receita líquida foi de R$ 16,6 bilhões, alta de 32,0% nos três primeiros meses do ano sobre o resultado de um ano antes.

O Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado do primeiro trimestre de 2021 alcançou R$ 5,32 bilhões, em alta de 25,9% sobre o Ebitda de R$ 4,23 bilhões registrado no primeiro trimestre de 2020.

O volume vendido pela Ambev no primeiro trimestre totalizou R$ 43,530 bilhões, alta de 11,6% em relação ao mesmo período de 2020.

Em seu relatório trimestral, a companhia afirma que esteve mais preparada para lidar com alguns desafios persistentes relacionados à Covid-19 do que em março de 2020. “Os resultados nos deixam confiantes de que nossa estratégia está funcionando”.

A redução da ROL/hl foi impulsionada pelo mix de canais em meio à contínuas restrições locais. CPV O custo dos produtos vendidos (CPV) pela Ambev no primeiro trimestre foi R$ 7,945 bilhões, crescimento de 35,3% em um ano, enquanto o CPV excluindo depreciação e amortização ficou em R$ 7,195 bilhões, aumento de 38,6%.

Em uma base por hectolitro, o CPV somou R$ 182,5 milhões, alta de 21,3%, enquanto o CPV excluindo depreciação e amortização foi de R$ 165,3 milhões, expansão de 24,2%, devido principalmente às taxas de câmbio, maiores preços das commodities, impactos do mix de embalagens e pressões inflacionárias na Argentina.

A maioria dos países apresentou crescimento de volume sustentado, com oito dos dez principais mercados entregando crescimento de volume em relação ao ano anterior e sete já atingindo níveis de volume superiores a 2019.

Brasil

No quesito Cerveja Brasil, o crescimento no volume vendido foi de 16%. “Nosso desempenho foi impulsionado pela implementação consistente de nossa estratégia comercial e excelência operacional.

De acordo com nossas estimativas, mais uma vez superamos o desempenho da indústria. Vimos o sucesso contínuo de nossas inovações, como a Brahma Duplo Malte, e o crescimento do segmento premium, principalmente de nossas marcas globais, que cresceram quase 20%”, apontou a empresa.

No segmento de bebidas não alcoólicas, o volume cresceu 0,8% no trimestre liderado pela Sukita e portfólio de energéticos, parcialmente compensado pelas ocasiões de consumo impactadas pela covid-19 e restrições à produção.

“Apesar do mix desfavorável de marcas e embalagens, na medida em que as restrições impostas ao canal on-trade levaram à mudança para o canal off-trade, bem como à um aumento no peso de embalagens multi-serve em comparação às single-serve, nossa receita líquida por hectolitro (ROL/hl) cresceu impulsionada pelas nossas iniciativas de gerenciamento de receita, tais como atividades promocionais baseadas em ocasiões de consumo”, destacou a Ambev.

América Central e Caribe

O volume vendido na região da América Central e Caribe foi de R$ 3,024 bilhões no primeiro trimestre, alta de 10,1% em um ano. A recuperação do desempenho do volume foi impulsionada pela estratégia comercial consistente aliada à flexibilização progressiva das restrições ao longo do trimestre.

A ROL/hl cresceu novamente devido à contribuição do mix acima do core e à implementação bem-sucedida de nossas iniciativas de gestão de receitas na região. América Latina Sul Já o volume vendido na América Latina Sul totalizou R$ 10,503 bilhões, avanço de 12,5%, explicado pelo bom desempenho da Argentina, do Chile e do Paraguai, enquanto Bolívia e Uruguai foram fortemente afetados pelas restrições durante o primeiro trimestre.

“A ROL/hl cresceu na maioria dos mercados impulsionada pelo mix e iniciativas contínuas de gestão de receita, especialmente diante da melhora do cenário da pandemia na Argentina”, pontuou a Ambev em seu relatório trimestral.

Canadá

Já o Canadá obteve o menor avanço no volume vendido no primeiro trimestre, de 2,8%, para R$ 1,971 bilhão, embora os volumes tenha se recuperado após um “quarto trimestre difícil”. Durante a maior parte do trimestre, as restrições para conter o avanço da covid-19 ainda estavam em vigor e, em determinados momentos, se tornaram mais rígidas à medida em que os números de casos aumentaram.

Os resultados da Ambev (BOV:ABEV3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2021 foram divulgados no dia 06/05/2021. Confira o Press release na íntegra!

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VISÃO DO MERCADO

Bank of America

Para o banco, a empresa deve ter uma melhor dinâmica de receita do que se previa para este ano, mas a estimativa para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 2022 ficou 4% menor (para R$ 21,1 bilhões) devido ao aumento da pressão de custos.

“Estimamos que a receita por hectolitro da Ambev aumentará 9% em 2021 para a produção de cerveja destinada ao mercado nacional”, escreveram os analistas. A equipe do banco prevê que preços ao consumidor aumentarão 4%, mix de marca e canal de irão variar 1,4% e -0,9%, respectivamente, enquanto a receita obtida com gerenciamento vai crescer 2,6%.

“Em 2022, o mix de canais/embalagens deverá continuar a melhorar, bem como o mix de marcas, embora parcialmente compensado por maiores descontos. Se a Ambev aumentar os preços em linha com a inflação, a receita por hectolitro deve subir 5,5%. No entanto, isso está longe de ser suficiente para compensar o aumento do custo por hectolitro, que deve subir 15%.”

No primeiro trimestre, a receita por hectolitro subiu 12,6%. A equipe do banco calcula que um terço desse avanço foi por aumento de preços ao consumidor, enquanto o mix de marcas foi responsável por 1,5 ponto percentual, e o gerenciamento de receita, incluindo descontos menores, explica 7,1 pontos percentuais. A mistura de canal e embalagens foi “marginalmente positiva”, facilitada pela comparação com março de 2020, mas o mix de embalagens poderia ser melhor já que não houve festas de Carnaval, avaliam os analistas.

O banco acrescenta que a reabertura gradual das atividades no Brasil provavelmente significará mais vendas no canal on-premise, como é chamado o canal de bares e restaurantes. “Estimamos que o mix entre on (bares e restaurantes)/ off (supermercados) passou de 55%/ 45% em 2019, para 45%/ 55% em 2020 e deve ser 50%/ 50% em 2021.” O time do BofA lembra que vendas mais fortes no canal on-premise aumentam as margens porque os preços são mais altos do que no off-trade (cerca de 30%) e há uma maior penetração de garrafas de vidro retornáveis.

Bank of America mantém recomendação de venda e eleva o preço-alvo de R$ 14,00 para R$ 15,00…

BTG Pactual 

A Ambev entregou um trimestre “quase perfeito quando menos esperávamos”, escreveram os analistas do BTG Pactual, destacando o avanço da receita e o do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

No primeiro trimestre deste ano, a Ambev teve um lucro líquido de R$ 2,73 bilhões no primeiro trimestre de 2021, uma alta de 125,7% sobre o lucro que registrou no mesmo período de 2020.

A receita líquida R$ 16,6 bilhões, em alta de 32%, e o Ebitda ajustado do primeiro trimestre de 2021 alcançou R$ 5,32 bilhões, uma alta de 25,9%.

“As novas ferramentas de gestão de receita da Ambev, em um momento em que a concorrência ainda lutava com problemas de embalagem e suprimentos, juntamente com o lançamento digital de sucesso (estimamos que a plataforma Zé Delivery contribuiu com mais de 8% das vendas no Brasil), sugerem que a Ambev está construindo uma base sólida para mercado pós-pandêmico. A questão é se parte disso vai recuar quando a vida voltar ao normal”, escreveu a equipe do BTG Pactual.

O banco destacou que, ao apontar as perspectivas para o restante do ano, a Ambev sugeriu que o SG&A (indicador para despesas de vendas, gerais e administrativas) poderia crescer mais rapidamente nos próximos trimestres com provisões de bônus mais altas e alocação de despesas com vendas. No entanto, o desempenho de vendas mais forte levou a Ambev a apostar que o Ebitda consolidado do exercício “deve melhorar para voltar aos níveis de 2019”.

“Isso não apenas sugere que a Ambev está obtendo resultados mais fortes com os esforços de vendas e marketing, como a orientação implícita representaria um aumento de cerca de 5% em relação à nossa estimativa”, escreveram. O BTG estima um Ebitda de R$ 20,16 bilhões em 2021. Em 2019, o Ebitda da Ambev foi de R$ 21,15 bilhões.

“Permanecemos neutros, pois as avaliações, mesmo sob a postura mais otimista da Ambev, ainda pareceriam exigentes em relação às marcas históricas e a companhias similares, enquanto procuramos sinais de que o poder de precificação, sua principal fonte de valor, permanecerá forte após a pandemia.”

BTG Pactual tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 15,00…

Credit Suisse

O Credit Suisse destacou que o primeiro trimestre de 2021 superou as estimativas mais otimistas com a receita de cervejas no Brasil subindo 30,6% na base de comparação anual, batendo as estimativas dos analistas do banco suíço em 4%. Os volumes de cerveja no Brasil avançaram 16% na base de comparação anual, em linha com o Credit.

“Nenhum novo guidance foi dado pela empresa, que reforça, por outro lado, que as margens devem continuar pressionadas esse ano pelo câmbio, custos de commodity e despesas gerais e administrativas,  mas com a melhor performance nas vendas aliviando parcialmente essa pressão”, avaliam, com a Ambev ganhando participação de mercado em todos os segmentos.

Os analistas do Credit também apontam que a mudança no CEO da AB Inbev, controladora da Ambev,  deve ser vista como neutra ou marginalmente positiva. Carlos Brito vai deixar o comando da Anheuser-Busch InBev no dia 1º de julho. O substituto de Brito no comando da AB InBev também é brasileiro: o engenheiro catarinense Michel Dukeris.

Michel e Jean Jereissati, CEO da Ambev, já trabalharam juntos na região APAC (Ásia-Pacífico) e China e entregaram um movimento onde o mercado local passou para uma fase mais premium e tiverem sucesso com expansão de margem e crescimento de top line, apontam os analistas do Credit.

Credit Suisse recomendação de compra com preço-alvo de R$ 18,00…

Itaú BBA

De acordo com os analistas, apesar da notável execução da empresa em termos de inovação tecnológica e de produto, a redução da recomendação é baseada no: forte desempenho das ações desde a elevação da recomendação em dezembro, levando a um potencial de alta mais limitado e as perspectivas desafiadoras para o segundo semestre de 2021 e para 2022.

“Os resultados do quarto trimestre de 2020 e do primeiro trimestre de 2021 foram positivos e superaram nossas estimativas, com os principais fatores sendo preços acima do esperado e volumes melhores do que o esperado. Enquanto incorporamos esse momentum em nossas projeções revisadas, levando a revisões positivas, destacamos que a partir da segunda metade do ano haverá uma base de comparação mais difícil para o resto do ano. Somando-se a isso, vemos uma inflação de custos persistente se estendendo até 2022, o que poderia criar desafios adicionais à medida que a Ambev busca expandir suas margens”, apontam os analistas.

Itaú BBA rebaixa recomendação de compra para neutra com preço-alvo R$ 18,00 para R$ 19,00

XP Investimentos 

A XP destacou que a AmBev registrou mais um trimestre sequencialmente forte, mantendo a excelência operacional como sua vantagem competitiva principal. “Acreditamos que a inovação no portfólio e a estratégia digital estão dando cada vez mais frutos, impulsionando o desempenho da empresa”, avaliam os analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez.

No geral, o segmento core-plus apresentou forte crescimento em todas as geografias, o que foi uma surpresa bastante positiva dado que ainda passamos por um momento muito desafiador, apontam Alencar e Larissa, com um ritmo de vacinação mais lento do que o esperado impedindo a aceleração da reabertura de bares e restaurantes.

Já o segmento de Cerveja Brasil entregou outro trimestre forte com volume crescendo 16% na base anual, apenas 2% abaixo da estimativa da XP, apesar do cancelamento do Carnaval e do ritmo lento de reabertura. O destaque ficou para o forte desempenho da Brahma Duplo Malte e para o portfólio premium crescendo quase 20%, juntamente com o crescimento de um dígito alto (cerca de 9%) para as marcas convencionais.

A XP afirma que continua otimista com a AmBev apesar das incertezas de curto prazo.

XP tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 17,15…