A Aura Minerals (BOV:AURA33) reverteu o prejuízo de R$ 78,6 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado (US$ 18 milhões) e apurou lucro líquido atribuível aos acionistas de R$ 76,4 milhões (US$ 14 milhões) no mesmo intervalo deste ano.

A receita da companhia saltou 193%, para R$ 634,5 milhões (US$ 116 milhões), no mesmo período de comparação. Essa é a maior já registrada pela empresa em um trimestre, influenciado pelo preó do cobre.

A companhia praticamente atingiu a meta de aumentar a capacidade da mina mexicana em 30%, anunciada no ano passado, com produção de 100 mil toneladas por mês. Em março, o montante chegou a 99 mil toneladas.

Somado ao preço do metal, o aumento da produção, a redução de custos, os ganhos de eficiência e a base comparativa mais fraca também contribuíram para um resultado melhor.

“No primeiro trimestre de 2020, os embarques de produção de ouro ficaram parados no aeroporto e só foram vendidos no segundo trimestre”, explicou a empresa.

Nos três primeiros meses do ano, a Aura registrou 66,8 mil onças equivalentes de ouro (GEO). “É um quarto da nossa previsão, significa que estamos em linha com o ‘guidance’”. Para 2021, a companhia manteve a projeção entre 250 mil e 290 mil onças equivalentes.

Com o preço do cobre atual, a previsão do executivo é que até o final do ano, o guidance da companhia possa aumentar em 25 mil onças.

VISÃO DO MERCADO

Credit Suisse

O Credit Suisse também destacou os resultados positivos da mineradora canadense e manteve a recomendação de compra e o preço-alvo de R$ 73 para a BDR, dando ênfase ao potencial de crescimento que a companhia tem pela frente nos próximos anos, podendo atingir 357 mil GEO em 2024 e até 200 mil GEO em 2020, preservando o caixa positivo, com rendimento médio de 8% entre 2021 e 2024 em preços do ouro à vista e, consequentemente, potencial de rendimento médio de dividendos atraente de 3% ao longo de 2021 a 2024.

XP Investimentos 

A XP ressalta que fortes níveis de produção e os melhores preços realizados de cobre levaram a um aumento na receita líquida para US$ 116 milhões (alta de 15% no trimestre e alta de 139% na comparação anual).

O Ebitda foi de US$ 52 milhões (em linha com a estimativa da XP e alta de 4% na base trimestral).

A XP espera dividendos saudáveis para 2021: “vemos a Aura sendo negociada a 3,1 vezes a relação entre o valor da empresa e o Ebitda (EV/Ebitda) esperado para 2021 e 1,9 vez o esperado para 2024 (atingindo uma produção de 347 mil onças de ouro equivalente, na visão da XP), abaixo de seus pares (que negociam entre 4 vezes e 5 vezes), e assumindo um preço médio de US$1.830/oz para o ouro em 2021.

“Acreditamos que a empresa esteja bem posicionada para aproveitar os benefícios de seu plano de expansão e destravar valor quando declarar novos recursos e reservas”, apontam os analistas, que mantêm recomendação de compra para Aura, com preço-alvo de R$ 95 por BDR.