O Governo de São Paulo e a concessionária Ecovias, que pertence à Ecorodovias, fecharam um acordo com previsão de investimento de 1,1 bilhão de reais em novos investimentos e a prorrogação da concessão do sistema de rodovias Anchieta-Imigrantes.

O comunicado foi feito pela empresa (BOV:ECOR3) nesta sexta-feira (30). Confira o documento na íntegra.

O acordo, fechado na sexta-feira com a assinatura de um Termo Aditivo Modificativo, prevê o investimento em obras e melhorias no sistema e em toda a região da Baixada Santista, e o depósito de 613 milhões de reais em conta como garantia ao governo de São Paulo.

O termo inclui ainda o encerramento de disputas judiciais entre o governo do Estado e a empresa – entre elas ações que contestavam a prorrogação do contrato de concessão de maio de 2018 para março de 2024. O acordo acertado agora terá vigência até 2033.

Em nota divulgada pelo governo do Estado, o governador João Doria afirmou estar satisfeito com o resultado da conciliação, que permitirá mais investimentos da concessionária.

VISÃO DO MERCADO

Bank of America

O Bank of America (BofA) após considerar o acordo que a companhia fez com o governo de São Paulo pela concessão Ecovias dos Imigrantes.

Para o Bank of America (BofA), a concessão será prorrogada de 2026 até 2033 e todas as disputas judiciais deixarão de existir, ao custo de R$ 613 milhões mais um investimento de R$ 1,1 bilhão.

“Ao nosso ver, o acordo gera lucro de R$ 4,37 por ação, em linha com a nossa estimativa, além disso, o acordo vai resolver as discussões sobre aditivos contratuais de 2006, perdas geradas pelo índice IGP-M, que será trocado pelo IPCA, e os impactos causados pela disputa sobre a suspensão do eixo”, diz o relatório.

O BofA ressalta que o acordo é positivo por encerrar uma disputa judicial com o governo e abre possibilidade para novos acordos.

“Em nossa opinião, a Ecorodovias oferece uma das melhores proposições de infraestrutura da América Latina, combinando um forte portfólio e as oportunidades de crescimento oferecidas pelo setor no Brasil”, diz o relatório.

Bank of America mantém recomendação de compra e reduz preço-alvo de R$ 17,00 para R$ 16,50…

Credit Suisse 

Vemos o acordo como positivo, pois materializa uma parte importante do valor da empresa”, diz o relatório. “Depois de muitos anos em construção, a Ecorodovias chegou a um acordo com a Artesp para resolver os desequilíbrios que datam de 2006. Em nossa opinião, a liquidação é um importante catalisador e adiciona até R$ 3 por ação.

Segundo o Credit, o acordo não modifica efetivamente o contrato da rodovia dos Imigrantes, em São Paulo, mas determina as variáveis mais importantes a ser incorporadas em um próximo aditivo definitivo ao contrato. A concessão será prorrogada até março de 2033 (de junho de 2026) e R$ 1,1 bilhão em novos investimentos serão adicionados ao contrato.

O acordo encerra disputas de desequilíbrios existentes, estende a concessão até março de 2033. inclui R$ 1,1 bilhão em novos investimentos, altera o índice de reajustes tarifários de IGP-M para IPCA e estabelece novas condições para potenciais desequilíbrios futuros.

“Em um ambiente econômico de altas taxas de desemprego, afetado pela covid-19, a adição de novos investimentos é bem-vinda pelo governo. O acordo adiciona R$ 842 milhões em investimentos de manutenção para o período de extensão da concessão (2026 a 2033), a ser rebalanceado a uma taxa de retorno de 7,65% + IGP-M, além de R$ 254 milhões para aumento de capacidade entre o km 59 e km 65, a ser rebalanceado com TIR de 7,65% + IGP-M e R$ 44 milhões na área urbana de São Vicente, que não terão direito a reequilíbrio”, diz.

Credit Suisse mantém recomendação de compra e reduz preço-alvo de R$ 17,70 para R$ 15,50, após incorporar os números revisados para o rebalanceamento com a Artesp, bem como a adição de novos projetos ao portfólio da empresa, que resultou no novo preço.

A Ecorodovias pretende divulgar os resultados do 1T21 no dia 13 de maio.
⇒ Confira a agenda completa da divulgação dos resultados do 1T21

Prejuízo de R$ 423,9 milhões em 2020

A concessionária Ecorodovias registrou perdas de R$ 423,9 milhões em 2020, ante prejuízo de R$ 185,5 milhões contabilizados um ano antes. Diante dos resultados, a companhia afirmou que não haverá distribuição de dividendos referente ao exercício de 2020.

A companhia informou que, em 2020, o tráfego consolidado cresceu 1,6%, devido ao início da cobrança de pedágio pela Eco135, consolidação da Eco050 e ao início da cobrança de pedágio pelas praças P1 e P2 da Ecovias do Cerrado.