A produção econômica do Japão caiu 1,3% no primeiro trimestre de 2021, uma queda de 5,1% a uma taxa anualizada, como resultado da queda nos gastos do consumidor com o novo estado de emergência contra a covid-19.
A queda foi ligeiramente pior do que as previsões dos analistas, de um recuo de 1,2%, e marcou uma volta à contração após a economia japonesa ter crescido no último trimestre de 2020.
A acentuada queda da produção sugere que a maior economia desenvolvida da Ásia, terá uma recuperação pós-pandemia vagarosa devido ao lento ritmo da vacinação contra a covid-19.
Com as grandes cidades japonesas ainda sob restrições para controlar a covid-19, a economia poderá sofrer uma contração ainda maior no segundo trimestre. Muitos economistas já estão cortando suas projeções para o ano.
“Talvez ainda tenhamos uma certa correção para baixo a fazer no PIB de 2021”, disse Rob Carnell, do ING. A maioria dos analistas previa um crescimento de mais de 3% para o ano, mas alcançar esse nível exigirá, agora, uma forte recuperação no segundo semestre.
O Japão deverá ficar para trás em relação à recuperação na Europa e nos EUA, onde a vacinação acelerada, associada a um grande estímulo fiscal promovido pelo presidente Joe Biden, puxou uma rápida recuperação da demanda.
“O consumo de serviços está especialmente fraco”, disse o ministro da Economia, Yasutoshi Nishimura. Ele insistiu que a demanda estrutural da economia continua robusta. “Se conseguirmos avançar com as vacinas, isso está ligado à recuperação econômica.”
O Japão declarou um novo estado de emergência para combater a covid-19 no começo de janeiro, que depois foi prorrogado até março, o que afetou a economia ao longo do primeiro trimestre.
Sob o estado de emergência, as pessoas foram orientadas a trabalhar de casa, quando possível, e os restaurantes a fechar às 20h.
Outro estado de emergência teve início no fim de abril, mas sem conseguir reduzir o número de casos, o que fez o governo a expandir a abrangência geográfica e a severidade das restrições.
As infecções chegam a 6.000 ao dia, o mais alto desde início de janeiro, sobrecarregando o sistema de saúde em partes do país.
O que mantém a necessidade de o Japão persistir nas restrições de saúde pública é o lento avanço da vacinação. O país aplicou a primeira dose em cerca de 4,4 milhões de pessoas, que representam só 3,5% da população, o que torna sua campanha de vacinação uma das mais lentas do mundo industrializado.
A fraqueza foi generalizada em toda a economia japonesa durante o primeiro trimestre. O consumo subtraiu 0,7 ponto percentual da produção total e os investimentos produtivos contribuíram para a retração com 0,2 ponto percentual. Os gastos do governo e as exportações também foram fracos.
(Com informações Financial Times – Tóquio)