A Virgin Galactic (SPCE) anunciou na sexta-feira (25) que a Administração Federal de Aviação concedeu à empresa a licença necessária para transportar passageiros em voos espaciais futuros, um obstáculo importante à medida que o empreendimento conclui os testes de desenvolvimento.

“A licença comercial que tínhamos desde 2016 permanece em vigor, mas agora está liberada para nos permitir transportar passageiros comerciais quando estivermos prontos para isso”, disse o CEO da Virgin Galactic, Michael Colglazier. “Este é obviamente um marco emocionante e um grande elogio para a equipe”.

Enquanto a FAA concedeu anteriormente à Virgin Galactic uma licença de lançamento para conduzir voos espaciais, a expansão da licença permite que a empresa voe o que o regulador chama de “participantes de voos espaciais”. A empresa concluiu um programa de verificação e validação de 29 elementos para a FAA, eliminando os dois marcos finais da FAA com seu mais recente teste de voo espacial em maio. Colglazier observou que os dois últimos marcos eram específicos aos sistemas de controle de vôo da espaçonave e aos sistemas de navegação inercial.

As ações da Virgin Galactic subiram até 20% no pré-mercado após o anúncio. As ações subiram acima de US$ 40 nesta semana, após um início de ano tumultuado em que as ações subiram acima de US$ 60 em fevereiro e depois despencaram para uma baixa perto de US$ 15 no mês passado, antes de se recuperar.

Notavelmente, o treinador de astronautas chefe da Virgin Galactic, Beth Moses, é o único não piloto a voar em um dos voos espaciais da empresa. Até o momento, cinco funcionários da Virgin Galactic, incluindo quatro pilotos, tornaram-se astronautas reconhecidos pela FAA – já que os EUA vêem oficialmente uma altitude de 80 quilômetros (ou cerca de 50 milhas) como a fronteira com o espaço.

A espaçonave Unity da Virgin Galactic foi projetada para acomodar até seis passageiros junto com os dois pilotos. A empresa tem cerca de 600 reservas de passagens em voos futuros, vendidas a preços entre US$ 200.000 e US$ 250.000 cada.

Com três testes de voos espaciais concluídos até o momento nos últimos dois anos, a Virgin Galactic agora tem mais três testes de voos espaciais planejados antes de concluir o desenvolvimento. A empresa anunciou anteriormente que seu próximo vôo espacial transportaria quatro passageiros para testar a cabine da espaçonave, o segundo voaria o fundador Sir Richard Branson e o terceiro levaria membros da Força Aérea Italiana para treinamento profissional de astronautas.

No entanto, um relatório no início deste mês por um blogueiro de Mojave, Califórnia – onde a Virgin Galactic fabrica seus veículos – disse que a empresa está considerando reorganizar sua programação de voos para lançar Branson no próximo fim de semana de 4 de julho. O relatório veio logo depois que Jeff Bezos anunciou que voaria no primeiro vôo espacial de passageiros da Blue Origin, planejado para ser lançado em 20 de julho – sugerindo que Branson ainda pode tentar vencer Bezos para voar pessoalmente para o espaço.

Colglazier disse que a aprovação da FAA significa que “o programa de teste de voo muda agora” para demonstrar “a experiência da cabine” da espaçonave.

“Eu sei que há muito interesse e especulação por aí, mas não anunciamos nem a data nem as pessoas que estariam nisso”, disse Colglazier. “Abordamos isso de forma muito metódica, com a segurança como primeira consideração, e quando tivermos todas as caixas marcadas e todas as etapas no lugar – é quando podemos avançar e anunciar”.

Alguns atrasos no desenvolvimento atrasaram o início do serviço comercial prometido pela empresa de meados de 2020 para o início de 2022.