O Conselho de Administração da Vale aprovou a distribuição de dividendos aos acionistas no valor de R$ 2,177 por ação.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:VALE3), nesta quinta-feira (17). Confira o comunicado na íntegra.
O pagamento ocorrerá em 30 de junho de 2021. Será considerada a posição acionária de 23 de junho de 2021 e a record date para os detentores de American Depositary Receipts (ADRs) negociados em Nova York será 25 de junho de 2021.
As ações da Vale serão negociadas ex-dividendo na B3 e na NYSE a partir de 24 de junho de 2021.
Em comunicado, a Vale afirma que, do valor total de R$ 2,177 por ação, R$ 0,716 é declarado com base no balanço levantado em 31 de março de 2021 e se refere à antecipação da destinação do resultado do exercício de 2021, e R$ 1,460 se refere a reservas de lucros constantes no balanço de dezembro de 2020.
Esta distribuição, segundo a companhia, não está relacionada ao dividendo a ser regularmente pago em setembro de 2021.
VISÃO DO MERCADO
Bradesco BBI
Thiago Lofiego e Isabella Vasconcelos, analistas do banco, apontam que a distribuição de dividendos extraordinários estava dentro de suas expectativas, tendo em vista as condições de mercado e a baixa alavancagem da mineradora.
A avaliação é de que possa haver uma outra distribuição de dividendos extraordinários no valor de US$ 3 bilhões nos próximos três trimestres. Isso levaria a uma distribuição entre US$ 15,7 bilhões e US$ 16,7 bilhões em dividendos entre junho de 2020 e março de 2022, também com o pagamento de dividendos mínimos. Além disso, a Vale segue com seu programa de recompra de ações.
Bradesco BBI tem recomendação de compra para os ADRs com preço-alvo de US$ 25…
Credit Suisse
O Credit Suisse destaca que esses dividendos extraordinários vêm além dos valores mínimos esperados para setembro com base no primeiro semestre de 2021 e que reafirma o compromisso de aumentar os retornos de caixa. Os analistas veem espaço para mais.
Atualmente, os analistas do banco suíço, assim como o BBI, têm recomendação de compra para os ADRs da companhia, com preço-alvo de US$ 25.
Morgan Stanley
O Morgan Stanley vê o anúncio como positivo para os papéis da Vale, já que indica o comprometimento da empresa em devolver o excesso de caixa aos acionistas, além de mostrar uma alocação disciplinada de capital.
O banco estima em US$ 12,8 bilhões o pagamento de dividendos pela Vale em 2021 e mantém recomendação overweight, com preço alvo de US$ 22, alta de 4,4% frente o fechamento de quinta.
XP Investimentos
Diversos analistas destacaram o anúncio de dividendos da Vale. Yuri Pereira e Thales Carmo, da XP, ressaltam que o anúncio da véspera não tem relação com os dividendos a serem pagos em setembro de 2021, de acordo com a política de dividendos atual.
Os analistas da XP estimam uma distribuição de dividendos de US$ 4,33 bilhões em setembro de 2021 (ou um dividend yield de 4,0%). “Continuamos vendo uma diferença relevante entre geração de caixa e a distribuição de dividendos.
Para 2021, esperamos um retorno com fluxo de caixa de 15%, considerando a média do minério de ferro de US$ 135 a tonelada (versus o preço atual de US$ 220 a tonelada), e isso se compara à nossa estimativa de dividend yield de cerca 6,0% em relação ao ano fiscal de 2021”, ressaltam.
A recomendação é baseada na combinação de forte geração de caixa e valuation atrativo, mesmo na hipótese de queda do minério de ferro.
XP mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 122,00…
Vale supera estimativa e registra lucro de US$ 5,546 bilhões no primeiro trimestre de 2021, alta de 2.220%
A mineradora Vale registrou lucro líquido de US$ 5,546 bilhões, 2.220% em relação aos US$ 239 milhões do mesmo período de 2020. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado ganhos de US$ 739 milhões.
Em reais, o lucro somou R$ 30,564 bilhões no primeiro, ante R$ 984 milhões no mesmo período de 2020.
Segundo a empresa, o lucro ficou acima principalmente devido a (a) despesas de Brumadinho, (b) encargos de impairment nos ativos dos negócios de Níquel e Carvão, ambos no 4T20, e (c) maior resultado financeiro, apesar do impacto da desvalorização cambial do Real em 9,6% na marcação a mercado de nossas posições de derivativos. Esses efeitos foram parcialmente compensados pelo menor EBITDA ajustado proforma.
(Informação Broadcast)