Em uma entrevista recente, o ex-presidente do Shanghai Bank e atual vice-governador do Banco Popular da China – Fan Yifei – afirmou que as stablecoins podem prejudicar a estabilidade financeira global e o atual sistema de pagamentos:
“As chamadas stablecoins de algumas organizações comerciais, especialmente stablecoins globais, podem trazer riscos e desafios ao sistema monetário internacional e ao sistema de pagamentos e liquidação, etc.”
Fan acrescentou que o banco central da China está “bastante preocupado com esta questão”, já que afirmou que a instituição tomou medidas nesse sentido.
Yifei continuou com seus comentários contundentes e se referiu a essas moedas digitais como “ferramentas de especulação”, que têm o potencial de colocar em risco a segurança financeira e social.
Ao contrário da natureza descentralizada das criptomoedas, o PBoC está desenvolvendo uma versão digital do yuan chinês, que é totalmente controlada pelo banco central.
No início de junho, as autoridades chegaram a distribuir uma quantia considerável de US$ 6,2 milhões de seu CBDC para os residentes de Pequim em uma tentativa de expandir seu projeto.
Yifei indicou que o sistema do yuan digital teve um crescimento massivo, com mais de 10 milhões de usuários até agora.
A China e as criptomoedas
A nação mais populosa do mundo é bem conhecida por sua abordagem hostil à indústria de criptomoedas e intensificou suas ações recentemente, indo atrás dos mineradores de Bitcoin.
O analista financeiro e chefe global de estratégia de ações da Jefferies – Christopher Wood – argumentou que a superpotência asiática impôs a repressão ao bitcoin e outras criptomoedas recentemente apenas para abrir caminho para o yuan digital.
Além disso, o alto executivo acredita que a China não se preocupa verdadeiramente com as emissões de CO2 e o meio ambiente. O objetivo das autoridades é neutralizar a concorrência para a moeda digital do banco central:
“Certamente, os aspectos descentralizados da tecnologia blockchain, que é tão atraente para os libertários que se opõem às moedas fiduciárias como monopólios estatais, é a antítese completa do sistema coletivista da China.
A República Popular da China entende isso claramente. Esta é certamente uma questão muito mais importante para Pequim do que os aspectos de geração de carbono da mineração de bitcoin”.
Por João Victor