O dólar comercial encerrou o dia em queda de -0,96% sendo cotado a R$ 5,197 para venda e a R$ 5,196 para compra, em um sinal que o mercado pode ter se acalmado com a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) – além de ter se convencido, após as falas do ministro da Cidadania, João Roma, que o teto fiscal não será ultrapassado -, o dólar segue em viés de queda nesta terça-feira.
Seguindo a mesma linha apresentada durante toda a manhã desta terça-feira, o dólar continua instável encerrando o dia em queda. A tensão vista em Brasília, com o governo não dando claros sinais de que irá cumprir as metas fiscais, além da guerra entre os poderes, contribui para um cenário nebuloso. Por outro lado, a política do Banco Central dá sinais que a instituição está comprometida em desacelerar o ímpeto da inflação.
A Câmara dos Deputados pretende votar hoje uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da introdução do voto impresso nas eleições. O texto, que é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, já havia sido rejeitado em uma comissão especial, mas será levado ao plenário pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
O clima em Brasília, porém, ficou tenso porque o Planalto decidiu fazer passar perto do Supremo Tribunal Federal (STF) um desfile de tanques e de outros equipamentos militares hoje, mesmo dia em que está prevista a votação da PEC. Isso após o presidente Jair Bolsonaro dizer que se não houver “eleições limpas” em 2022 – eleições com o voto impresso -, não haverá eleições. Deputados entenderam a decisão como uma provocação por parte de Bolsonaro, e a oposição considerou que o presidente agiu desta forma porque pretende dar um golpe caso o voto impresso seja descartado pela Câmara. Lira chegou a classificar o incidente como uma “trágica coincidência”.
O Copom, por sua vez, disse em ata que um ajuste “mais tempestivo” da taxa básica de juros (Selic) para um nível contracionista é a estratégia “mais apropriada” no momento para garantir que a inflação perca força e se alinhe às metas previstas para 2022 e 2023, segundo a ata da última reunião do grupo, ocorrida na semana passada.
Segundo o executivo-chefe e fundador da Ohm Research, Roberto Attuch Jr., “a terça-feira não tem grandes notícias lá fora. O mercado, então, volta as atenções para os assuntos internos, como a crise política em Brasília”.
Ele acrescentou que o momento atual é repleto de incertezas: “Apesar da postura mais hawkish [austera] do Banco Central, o mercado fica apreensivo com as notícias vindas de Brasília. O dólar deve ter um dia bastante volátil”.
Na mínima do dia chegou a R$ 5,1857 e na máxima a R$ 5,2627. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em setembro de 2021 recuava -0,8%, cotado a R$ 5.1934.
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Acompanhe as altas e baixas do dólar nos últimos dias:
Data | Compra | Venda | Variação | Variação |
02/08/2021 | 5,1648 | 5,1653 | -0,856% | -0,0446 |
03/08/2021 | 5,1917 | 5,1927 | 0,531% | 0,0274 |
04/08/5021 | 5,1853 | 5,1858 | -0,133% | -0,0069 |
05/08/2021 | 5,2146 | 5,2156 | 0,575% | 0,0298 |
06/08/2021 | 5,2358 | 5,2363 | 0,397% | 0,0207 |
09/08/2021 | 5,2468 | 5,2473 | 0,21% | 0,011 |
10/08/2021 | 5,1962 | 5,1967 | -0,964% | -0,0506 |
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