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O potencial da variante Delta do coronavírus em obstruir a recuperação econômica e, por consequência, a demanda global por combustíveis foi o responsável por derrubar os preços dos contratos futuros hoje e levar o WTI a uma perda acumulada de mais de 9% na semana.
A explosão de casos de covid-19 na Europa e na Ásia está sendo o gatilho de novas restrições de mobilidade que devem reduzir drasticamente a demanda por petróleo. No início da semana, o Japão voltou a adotar medidas mais duras de isolamento para conter o avanço do vírus assim como ocorreu recentemente na Tailândia e em outras partes do mundo.
O crescimento de casos de covid-19 também ameaça uma obstrução na cadeia de suprimentos. Na China, os portos estão sendo paralisados devido ao avanço das infecções, o que deve atrasar a entrega de barris para o maior importador de petróleo do mundo.
“O mercado opera sob temores de destruição da demanda por petróleo por causa da covid-19, já que a contenção da doença causa mais bloqueios e potencialmente vai desacelerar a demanda. Mas os dados de alta frequência sugerem que, nas primeiras duas semanas de agosto, a demanda global se manteve estável em 98,6 milhões de barris por dia, mês a mês”, disse o analista sênior de mercado do The Price Futures Group, Phil Flynn.
Ele chama atenção ainda para a valorização do dólar, que torna commodities denominadas na moeda norte-americana menos atrativas para detentores de outras divisas. Essa valorização acontece na esteira da aversão ao risco depois que a ata da reunião de julho do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), divulgada na quarta-feira, mostrou que os estímulos podem reduzidos ainda neste ano.
“Atravessamos um momento no qual o dólar continua a subir em meio às expectativas de redução dos estímulos como sinalizou a ata do Fed desta semana”, acrescentou Flynn.
Sob esse cenário, o preço do contrato do petróleo WTI negociado na Nymex com entrega para setembro – que expirou hoje – caiu 2,15%, cotado a US$ 62,32 o barril, enquanto o contrato do WTI para outubro baixou 2,14%, para US$ 62,14, acumulando perda semanal de 9,21%. Já o preço do contrato do Brent negociado na plataforma ICE, com entrega para outubro recuou 1,91%, cotado a US$ 65,18 o barril, acumulando perda semanal de 7,66%.
