A ata da mais recente decisão de juros do Comitê de Política Monetária, o Copom, mostra que, ante os riscos inflacionários elevados, o Colegiado do Banco Central debateu os prós e contras de acelerar o ritmo de elevação da taxa Selic na reunião da semana passada, indicando uma preocupação maior e uma posição mais dura da autoridade monetária com relação ao combate ao aumento de preços.
Prevaleceu, porém, a decisão, por unanimidade, de repetir a alta de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 6,25%, considerando que o atual momento do ciclo de alta já é contracionista. O Copom resolveu esperar mais dados para decidir se uma eventual aceleração será necessária no futuro. A ata do Copom divulgada há pouco pelo Banco Central veio, portanto, mais dura que o comunicado da semana passada.
Na ata, o Copom diz que simulações com trajetórias de elevação de juros que mantêm o ritmo atual de ajuste indicam que ele é suficiente para atingir patamar “significativamente contracionista” e trazer a inflação para a meta em 2022, mesmo com riscos. Mas acrescenta que o ciclo de alta terá de ser mais longo para garantir a convergência da inflação para as metas até 2023.
O Copom argumenta que o ineditismo da recuperação da pandemia e o peso de itens voláteis nas projeções de inflação de curto prazo “reforçam o benefício” de obter mais dados antes de tomar a decisão de acelerar o ritmo de alta dos juros.
Por ora, a ata reiterou o comunicado de quarta-feira passada e vê nova alta de 1 ponto percentual na próxima decisão de juros, mas coloca condicionantes, como os indicadores de atividade e preços, para definir os próximos passos da política monetária, deixando espaço para uma aceleração ou redução no ritmo.
No seu balanço de riscos, a ata cita a alta da inflação nas economias centrais como risco para emergentes e reitera que a política fiscal segue como risco altista para a inflação brasileira, o que ajuda a justificar “trajetória para a política monetária mais contracionista do que a utilizada no cenário básico”.
Informações TC