Jelena McWilliams, presidente da agência governamental FDIC responsável pela garantia de depósitos bancários, afirmou em entrevista à Reuters que é necessário permitir que bancos entrem no setor de criptomoedas.

A experiência de vida de Jelena é um dos principais motivos da sua posição favorável às criptomoedas e a inovação trazida por elas. Há três décadas atrás ela vivenciou a dificuldade de realizar transferências internacionais, ainda muito precárias nos dias de hoje.

Segundo Jelena, esta evolução de envios e pagamentos ocorrerá com ou sem a ajuda de bancos e governos. Agora o Estado precisa decidir se quer ter algum controle, e lucro, sobre isso ou então deixar que empresas possam explorar este nicho.

A história de Jelena McWilliams

Em discurso durante o Money 20/20, maior evento global de fintech, Jelena contou um pouco de sua história e os motivos pelos quais é necessário que leis governamentais deixem o setor aberto para inovações.

Jelena conta que nasceu na Iugoslávia e imigrou para os EUA há trinta anos atrás com apenas 500 dólares no bolso, precisando trabalhar em vários empregos, vendendo carros e facas, bem como limpando casas e pegando horários alternativos em uma locadora de filmes.

Parte do dinheiro ganho era então enviado para sua família na Iugoslávia, que passava por um período de hiperinflação. A atual presidente da FDIC explica que enviar dinheiro naquela época era difícil e além disso muitas vezes o dinheiro era roubado no caminho.

Por conta de sua história, Jelena acredita que o governo americano não deve criar leis que proíbam a inovação do setor de criptomoedas. Afinal hoje enviar Bitcoin para outros países é a forma mais barata e rápida para realizar remessas internacionais.

Com ou sem bancos, está acontecendo

Em entrevista a Reuters nesta terça-feira, Jelena defendeu que o governo precisa permitir que bancos trabalhem com Bitcoin. Afirmando que essa inovação vai acontecer com ou sem eles, e da segunda forma o governo não terá controle nenhum.

“Se não trouxermos essa atividade para dentro dos bancos, ela vai se desenvolver fora dos bancos. Os reguladores federais não serão capazes de regulá-la.”

Dando sequência, ela explicou que é necessário oferecer um caminho para que bancos possam fazer a custódia de criptomoedas, bem como usá-las até mesmo como forma de garantia.

Hoje mais da metade dos maiores bancos já estão expostos a criptomoedas de alguma forma, e esta porcentagem é ainda maior se excluirmos os bancos chineses da equação. Fornecer uma clareza regulatória permitirá que eles ofereçam mais opções a seus clientes, bem como melhorarão seus serviços devido a competição.

Por Henrique Kalashnikov