O dólar comercial fechou em R$ 5,6080, com alta de 0,25%. Mesmo perdendo fôlego no final, a moeda norte-americana mostrou grande força durante toda a sessão, embalada pela aparente recuperação econômica dos Estados Unidos e as já habituais incertezas fiscais no Brasil.
Para o analista da Levante Investimentos, Enrico Cozzolino, “o petróleo valorizado impacta diretamente no dólar, além de mostrar um sinal de retomada econômica dos países desenvolvidos, capitaneados pelos Estados Unidos. A inflação que estas economias apresentam é ligada a este movimento de recuperação, o que torna mais fácil de controlá-las”.
Já no aspecto interno, Cozzolino acredita que a situação política e econômica não permite um cenário favorável ao real: “Isso aumenta o risco país, aumentando a insegurança fiscal”, observa.
De acordo com o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “as moedas emergentes estão recuando e o real indo na esteira”. Ele faz menção especial à lira turca, que voltou a ter forte depreciação e gera temor com uma crise futura.
Rostagno acredita que a continuidade do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afasta as incertezas sobre uma postura mais dovish (menos propensa ao aumento de juros) da diretora do Fed, Lael Brainard, que era cotada para substituir o atual presidente, mas pondera: “Embora exista uma pressão da ala hawkish (mais propensa ao aumento de juros) para o aumento dos juros, isso não deve ocorrer antes do segundo trimestre do próximo ano”, pontua.
No cenário doméstico, o Indice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), que subiu 0,96% na terceira quadrissemana de novembro, também aumenta as expectativas pelo Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que será divulgado na próxima semana: “Isso pode apontar para um aumento maior da Selic (taxa básica de juros) maior do que o previsto”, opina Rostagno.
Para o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, “lá fora está bem dividido, com as moedas emergentes sem um rumo claro, o que impacta aqui”.
Vieira, porém, não acredita que o Fed irá aumentar os juros tão cedo: “Não acho que este aumento de juros irá ocorrer antes do final do próximo ano, mesmo com o Powell ouvindo mais os outros membros do que antes”, pontua.
Já no âmbito doméstico, Vieira acredita que o mercado está em compasso de espera com a PEC dos Precatórios, mas que agora ela dá sinais positivos: “Passar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é bem visto pois pode destravar a pauta e parar de gerar incertezas”, analisa.
Data | Compra | Venda | Variação | Variação |
03/11/2021 | 5,5887 | 5,5897 | -1,416% | -0,0803 |
05/11/2021 | 5,5222 | 5,5227 | -1,488% | -0,0834 |
08/11/2021 | 5,54 | 5,541 | 0,331% | 0,0183 |
09/11/2021 | 5,4943 | 5,4948 | -0,834% | -0,0462 |
10/11/2021 | 5,4996 | 5,5001 | 0,097% | 0,0053 |
11/11/2021 | 5,4037 | 5,4042 | -1,744% | -0,0959 |
12/11/2021 | 5,4564 | 5,4569 | 0,975% | 0,0527 |
16/11/2021 | 5,4992 | 5,4997 | 0,784% | 0,0428 |
17/11/2021 | 5,5237 | 5,5242 | 0,446% | 0,0245 |
18/11/2021 | 5,5694 | 5,5699 | 0,827% | 0,0457 |
19/11/2021 | 5,6084 | 5,6089 | 0,7% | 0,039 |
22/11/2021 | 5,5931 | 5,5936 | -0,273% | -0,0153 |
23/11/2021 | 5,6082 | 5,6087 | 0,27% | 0,0151 |
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