O dólar comercial fechou em alta de 0,47%, cotado a R$ 5,6890. Com alta volatilidade, a moeda norte-americana foi pressionada durante todo o dia pela expectativa do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos ainda este trimestre e, em segundo plano, pelo avanço exponencial da Ômicron nos Estados Unidos e Europa.
Segundo o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, “dependendo de como for o aumento dos juros nos Estados Unidos, isso pode prejudicar o Brasil, retendo investimentos”. Para ele, não existe perspectiva, em curto prazo, deste cenário mudar.
Nagem ainda acredita que uma nova onda de Covid poderia ser letal à economia brasileira: “Não temos fôlego para um novo lockdown, todos os recursos já foram gastos de maneira equivocada”, pontua.
De acordo com o economista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “existe uma continuidade do movimento de valorização das taxas dos títulos norte-americanos”.
Rostagno salienta que a possibilidade de antecipação do aumento dos juros americanos desvaloriza não apenas o real, mas as emergentes de modo geral: “O mercado acredita que existe 66% de chances de aumento dos juros já em março, totalizando quatro altas, diferente das três previstas inicialmente”, pontua.
Além disso, Rostagno acredita que o governo norte-americano não irá adotar restrições para a variante Ômicron, apesar deu seu rápido crescimento. Isso, observa o economista, ajuda a retomada econômica daquele país.
Para a equipe da Ajax Capital, “no curto prazo, as atenções devem se concentrar nas pressões por maiores gastos públicos locais. Há uma forte pressão por reajustes salariais, e a recente disseminação da Ômicron pode também aumentar a pressão por novos auxílios”.
Com a nova cepa disseminada amplamente nos Estados Unidos, Europa e Ásia, a previsão é que o Brasil seja afetado em breve: “Como o ciclo demora de quatro a oito semanas para atingir o Brasil, podemos estar diante de uma ‘nova onda’ local. Não se descarta novas medidas de contenção nas próximas semanas”, projeta a Ajax, que destaca que esta incerteza pode afetar o câmbio.
Data | Compra | Venda | Variação | Variação |
03/01/2022 | 5,6617 | 5,6627 | 1,557% | 0,0868 |
04/01/2022 | 5,6895 | 5,69 | 0,482% | 0,0273 |
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