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BRF (BRFS3): lucro líquido de R$ 964 milhões no 4T21, alta de 6,9%

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A BRF, dona de Sadia e Perdigão, registrou lucro líquido de R$ 964 milhões de operações continuadas no quarto trimestre de 2021 — resultado 6,9% maior do que o lucro de R$ 902 milhões verificado em igual período de 2020.

Em ambos casos, a empresa reverteu, frente o 3º trimestre, prejuízo líquido de R$ 271 milhões (continuadas) e R$ 277 milhões (societário).

No ano, o frigorifico lucrou R$ 437 milhões, cifra 68,5% inferior ao reportado em 2020, em termos societário, enquanto nas operações continuadas a retração foi de 62,8%, para R$ 517 milhões.

Na explicação do aumento do lucro, a BRF detalhou que, nas operações continuadas, houve, principalmente, a expansão nominal do EBIT (+11,5% a/a), que foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida.

Adicionalmente, a BRF informou que ocorreram maiores reconhecimentos de créditos tributários sobre prejuízos fiscais, em R$ 184 milhões, que compensaram maiores despesas financeiras.

A receita líquida obtida pela companhia nos três últimos meses do ano somou 13,72 bilhões de reais, elevação de 19,6% no comparativo anual.

“Encerramos 2021 com receita líquida de 48,3 bilhões de reais, um crescimento de 22,5% quando comparado com 2020, fruto do foco em mix de valor agregado e inovações em nosso portfólio”, afirmou o CEO da companhia, Lorival Luz, no relatório.

O ebtida – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado da BRF no último trimestre do ano alcançou R$ 1,687 bilhão, alta de 6,3% sobre o R$ 1,587 bilhão do mesmo intervalo do ano anterior. A margem Ebitda ajustado da BRF foi de 12,3%, ante 13,8% em igual trimestre de 2020. A empresa também apresentou uma comparação do Ebitda ajustado excluindo os efeitos tributários. Desta forma, houve alta de 12,8% na comparação interanual, passando de R$ 1,496 bilhão no quarto trimestre de 2020 para R$ 1,687 bilhão nos mesmos meses de 2021.

A BRF comercializou 1,235 milhão de toneladas de produtos de outubro a dezembro do ano passado, um avanço de 3,1% em comparação com as 1,198 milhão de toneladas de um ano antes.

A companhia encerrou o trimestre com o índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) em 3,12 vezes, contra 2,73 vezes no mesmo período do ano anterior. A dívida líquida da empresa ficou em R$ 17,332 bilhões, R$ 3,180 milhões a mais que o reportado nos últimos três meses de 2020.

As despesas operacionais somaram R$ 2,104 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, elevação de 13,7% na comparação com igual etapa de 2020.

O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 698 milhões no 4T21, crescimento de 49,8% sobre as perdas financeiras do 4T20.

O consumo de caixa foi de R$ 3 milhões no 4T21, contra consumo de caixa de R$ 1,726 bilhões do 4T20.

No segmento Brasil, a receita operacional líquida foi de R$ 7,207 bilhões, aumento de 12,3% em comparação com igual intervalo do ano passado. O volume comercializado de carne de aves e suína in natura e produtos processados somou 619 mil toneladas, 2,1% a menos na mesma base comparativa.

O resultado foi impulsionado pelo maior spread histórico entre carne bovina e suína, informou a BRF. Além disso, o preço-médio dos produtos aumentou 14,7%, para R$ 11,65 o quilo.

A empresa afirma que o desempenho comercial no País foi influenciado pelo agravamento do contexto econômico e social da população brasileira, incertezas relacionadas à pandemia de covid-19, redução da renda média das famílias e cenário inflacionário, que no período acumulou 10,6% de variação no ano. Além disso, as condições climáticas desfavoráveis para a colheita de milho e soja na América do Sul também pressionaram o setor.

“Diante do maior spread histórico entre carne bovina e suína, capturamos volumes recordes de carne suína, em linha com nossos esforços de aumentar nossa penetração regional, estimular o consumidor e oferecer um portfólio amplo, acolhedor e de valor agregado”, destacou.

Em virtude de menores exportações, acrescentou a empresa, a concorrência aumentou o volume de oferta local, “gerando queda circunstancial dos preços, o que pressionou as margens em um cenário cada vez mais afetado pela inflação das commodities e outros insumos”.

Já no segmento internacional, a receita líquida foi de R$ 5,817 bilhões, alta de 23,6% sobre o período. A companhia registrou contração dos volumes e preços de exportação da carne suína para a China, em função da recuperação da produção local e o consumo restrito em função da pandemia. Além disso, a companhia destaca que a queda da margem de suínos e o cenário adverso de custos produtivos e logísticos afetaram negativamente a margem bruta do segmento, que foi parcialmente compensada pela elevação consecutiva dos preços em dólares para Japão e Coreia do Sul, devido à queda dos estoques locais e abastecimento limitado de outros países para a região.

A BRF atribuiu o seu resultado consolidado e o crescimento da receita ao melhor desempenho comercial do segmento Brasil, ao aumento da receita líquida do segmento internacional, além dos efeitos da desvalorização cambial durante todo o ano de 2021.

“A queda da margem de suínos e o cenário adverso de custos produtivos e logísticos impactaram negativamente a margem bruta do segmento, que foi parcialmente compensada pela elevação consecutiva dos preços em dólares para Japão e Coreia do Sul, devido à queda dos estoques locais e abastecimento limitado de outros países para a região.”

Os resultados da BRF (BOV:BRFS3) referentes suas operações do quarto trimestre de 2021 foram divulgados no dia 22/02/2022. Confira o Press Release completo!

Teleconferência

Questionado em teleconferência com analistas sobre a perspectiva de vendas no mercado brasileiro no trimestre atual, o CEO da BRF, Lourival Luz, afirmou que há perda de demanda por conta da redução da renda da população, com inflação, crescimento menor e taxa de juros maior.

“Isso impacta todos os nossos consumidores das diferentes regiões e classes sociais”, disse o CEO.

Além disso, Luz afirmou que, no último trimestre de 2021, houve alta dos estoques de compradores, que compraram menos no final do ano. Isso impacta as vendas também no começo de 2022 abre espaço para um “trimestre desafiador, complexo e de adequação”.

A margem Ebitda ajustada da BRF no quarto trimestre alcançou 12,3% no 4º trimestre de 2021, com uma baixa de 1,5 p.p. na comparação anual.

Questionado sobre a compressão das margens, o CEO da BRF, Lourival Luz, afirmou que o cenário é desafiador, mas ressaltou que o consumo das “proteínas de entrada”, como carne suína e de frango, tem aumentado.

Assim, segundo ele, a BRF deve focar na “versatilidade dos produtos” para atender à demanda. Luz disse também que o repasse de preços deve acontecer “se tiver que acontecer”, e que a empresa nunca “fará dumping para ganhar market share”.

Em entrevista com jornalistas, Lorival Luz destacou que a chapa indicada na véspera para o conselho de administração  “é muito qualificada” e ressaltou que há um “alinhamento” e um “entendimento muito grande” entre os acionistas.

“Vimos isso (alinhamento) durante o follow-on, quando 91% dos acionistas aprovaram a oferta (de ações). Isso mostra um grande alinhamento e entendimento sobre a situação atual da companhia e em relação aos planos de crescimento e desenvolvimento”, disse.

Questionado sobre a possibilidade de uma chapa concorrer à apresentada por seu maior acionista, a Marfrig, Luz afirmou que “infelizmente, não tem como dizer”, pois a proposta de chapa é dos acionistas.

Sobre os membros indicados, ressaltou que a companhia “sempre teve conselheiros qualificados” e que o novo board “será importante para trazer melhores perspectivas sobre o que a companhia está fazendo”

VISÃO DO MERCADO

Bank of America 

A análise argumenta que o cenário para 2022 é “marginalmente mais desafiador, pois os custos permanecem em níveis elevados enquanto o repasse parece mais difícil, principalmente em meio a um ambiente macro difícil no Brasil”.

O BofA ainda ressalta que a estratégia e a estrutura acionária no acordo com a Marfrig (MRFG3) permanecem desconhecidas.

Bank of America tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 24,00…

Bradesco BBI

Analistas do Bradesco BBI escreveram que os resultados da BRF foram neutros, com Ebitda ajustado ficando em linha com o consenso em R$ 1,647 bilhão. Já a receita acima do esperado pode ser explicada, principalmente, por preços consolidados acima do esperado, impulsionados por aumento de preço e demanda no mercado internacional.

Por fim, a eleição do conselho de administração em 28 de março pode trazer mais clareza sobre a governança corporativa. Nesse contexto, as ações da BRF subiram 5% ontem, após o anúncio de que a Marfrig apresentou a candidatura de Marcos Molina e Sergio Rial, ex-CEO da Marfrig.

Bradesco BBI mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 32,00…

Credit Suisse

O banco suíço diz que a BRF apresentou bons números no trimestre, apesar do período ter sido extremamente desafiador, devido à alta nos preços de grãos, embalagens e custos de frete.

A receita líquida aumentou 19,6% a/a, enquanto o Ebitda ajustado atingiu R$ 1,6 bilhão, com margens ainda abaixo da média histórica. O Credit Suisse acredita que o resultado da empresa é muito melhor do que o atual momento setorial aponta, dada a pressão recorde de custos em diferentes frentes e a redução de 25% nas vendas de suínos para a Ásia (especialmente China), diante da recuperação da produção local de suínos.

Credit Suisse mantém recomendação de compra com preço-alvo de R$ 30,00…

Itaú BBA

Os analistas do banco destacam o desempenho da empresa nos mercados internacionais, com margens de exportações diretas  e relativas ao mercado Halal (produtos processados de acordo com leis islâmicas) compensando resultados ruins na Ásia. A divisão de Halal apresentou um crescimento de margem Ebitda para 12,4%, enquanto o BBA esperava avanço para 11,2%.

“A BRF conseguiu driblar os custos da inflação na Turquia e a recuperação dos serviços de alimentação Halal na região ajudou com um aumento de volumes e preços”, escreveram os analistas. Já a divisão de exportações diretas alcançou Ebitda de R$ 275 milhões, 53% acima da previsão do BBA.

Já o Ebitda consolidado da BRF veio em linha com o esperado pelos analistas do banco, em R$ 1,687 bilhões. Apesar do ambiente externo melhor que o esperado, as operações brasileiras foram impactadas por custos de inflação elevados e margens mais fracas.

Itaú BBA tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 24,00…

Santander 

O Santander explica que os resultados abaixo do esperado foram em grande parte impulsionados por maiores despesas de logística no Brasil que neutralizaram uma melhora sequencial na margem bruta entre as unidades. A lucratividade permaneceu mais fraca em relação ao 4T20, principalmente devido aos altos preços dos grãos, que o banco espera persistir no futuro (devido ao déficit de safra na América do Sul).

Em relação a Dívida Líquida/Ebitda, que atingiu 3,6x no 4T21 (incluindo arrendamentos), o Santander espera que a BRF trabalhe na redução da dívida bruta e das despesas financeiras daqui para frente, mantendo uma mentalidade voltada para o crescimento (especialmente em alimentos processados).

Santander mantém recomendação de compra com preço-alvo a R$ 30,00…

XP Investimentos 

Especialmente na Ásia, a XP avaliou-os como muito abaixo. Assim, a corretora reiterou avaliação neutra (perspectiva de valorização dentro da média do mercado) para a BRF.

Adicionalmente, avaliou como positiva a proposta e a nova composição do conselho da BRF, e diz acreditar que esta será aprovada na próxima reunião de acionistas.

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters

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