A Hypera manteve tratativas com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia Geral da União para celebração de acordo de leniência para solucionar, de forma definitiva, o caso dos pagamentos indevidos investigados no âmbito da Operação TiraTeima há 4 anos.
O fato relevante foi feito pela empresa (BOV:HYPE3) nesta terça-feira (31).
A companhia também informou que celebrou acordo de leniência e se obrigou ao pagamento à vista de aproximadamente R$ 110 milhões.
Além disso, continuará cumprindo com o plano de desenvolvimento de seu Programa de Integridade, a ser acompanhado pelo prazo de 18 meses pela CGU.
“Este Acordo de Leniência não altera aspectos operacionais, fiscais e regulatórios da companhia”, destacou a Hypera.
A companhia também informou que o valor do acordo será integralmente suportado por seu acionista João Alves de Queiroz Filho.
“A companhia reitera que não se beneficiou dos atos lesivos praticados e nas tratativas para o Acordo de Leniência não foi identificado dano ao erário relacionado aos fatos. A Hypera Pharma trabalhou intensamente nos últimos anos para concluir de forma segura este assunto, sempre atendendo o melhor interesse de seus acionistas, colaboradores e da companhia e finaliza o processo mediante a celebração do Acordo de Leniência”, declarou a empresa no fato relevante.
VISÃO DO MERCADO
Ativa
A celebração do acordo de leniência é uma notícia positiva para a companhia, uma vez que as investigações serão encerradas e o pagamento não sairá de seu caixa, retirando da mesa um risco que preocupava o mercado, diz a Ativa Investimentos.
A corretora destaca, em relatório, o fato do valor do acordo de R$ 110 milhões a serem pagos à vista integralmente cobertos pelo fundador da companhia.
Ativa tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 40,60…
BTG Pactual
O acordo de leniência assinado entre a Hypera e a Controladoria Geral da União (CGU) deve ter um impacto positivo na empresa, reduzindo preocupações com sua governança, diz o BTG Pactual. O banco destaca que agora investidores poderão se concentrar nos números operacionais da empresa.
Os analistas liderados por Luiz Guanais escrevem que o valor acertado de R$ 110 milhões será totalmente pago pelo fundador da empresa, João Alves de Queiroz Filho, e mesmo se não fosse representaria apenas 5% do Ebitda em 2021 e 0,4% do valor de mercado.
Eles apontam que a companhia teve resultados robustos no primeiro trimestre, mas reconhecem que a margem bruta de longo prazo deve ser estruturalmente menor que a da média histórica por conta de mudança no mix de produtos com maior participação de genéricos e sem prescrição.
O banco mantém visão positiva para Hypera, impulsionada pelas aquisições recentes que expandiram seu portfólio, sendo uma opção de curto prazo em um segmento mais resiliente de consumo e varejo com a perspectiva mais volátil para ações de crescimento.
BTG Pactual tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 43,00…
Citi
Para o Citi, o acordo de leniência resolve uma questão de governança corporativa que vinha pressionando as ações da Hypera. O banco destaca que o fim do episódio vai ajudar a retirar a percepção de risco envolvendo a companhia e volta o foco aos seus fundamentos.
Os analistas Leandro Bastos e Renan Prata escrevem que a companhia tem bons fundamentos, com um bom momento de lucros, valores baixos dos papéis, o que cria uma assimetria interessante na tese de investimentos.
No entanto, eles destacam que a retomada dos preços dos papéis da Hypera vai levar algum tempo e necessita de uma consistência na execução por parte da companhia.
O acordo assinado ontem, a Hypera se comprometeu a pagar R$ 110 milhões, mas afirma que não se beneficiou dos atos lesivos praticados.
Citi tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 40,00…
XP
O fim das investigações torna a ação da Hypera menos arriscada e mais adequada para investidores preocupados com a governança da empresa, diz a XP.
O analista Rafael Barros escreve que o acerto resolve uma questão de longa data e o efeito líquido do valor da indenização de R$ 110 milhões é zero, pois a empresa será ressarcida pelo seu fundador, João Alves de Queiroz Filho.
“O acordo retira uma carga significativa de incerteza quanto às obrigações da empresa, além de tornar a ação um ativo mais atrativo para investidores preocupados com a governança”, pondera.
O investidor agora poderá se guiar pelas perspectivas de crescimento e lucratividade da companhia, que são positivas. A XP destaca que o caso nunca foi exatamente um problema da empresa, uma vez que o caso envolvia doações ilegais a políticos feita por seus então executivos.
XP tem recomendação de compra com preço-alvo em R$ 48,00.
Informações FinanceNews