A Lojas Quero-Quero registrou prejuízo líquido de R$ 10,3 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 11,6 milhões registrado no mesmo período de 2020.

A receita líquida somou R$ 540,2 milhões entre janeiro e março deste ano, alta de 11,7% na comparação com igual etapa de 2021 – a rede de lojas apresentou no trimestre um desempenho de vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) levemente negativo, com queda de 1,5%, frente a uma base de comparação forte.

A empresa explica que o resultado foi impactado devido à sazonalidade histórica das vendas da companhia – no primeiro semestre, as vendas tendem a ser menores frente ao segundo semestre. Além disso, houve queda da disponibilidade de renda do consumidor, com a alta da taxa de juros e ao aumento da inflação impactando o poder aquisitivo da população.

Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – ajustado caiu 45,4%, totalizando R$ 22 milhões. A margem Ebitda ajustada ficou em 4,1% no período, um recuo de 5,2 pontos percentuais. frente a margem registrada entre janeiro e março do ano passado.

As despesas operacionais totalizaram R$ 167,3 milhões, crescimento de 20,6% no trimestre frente o ano anterior e redução de 3,6% frente o 4T21.

O aumento das despesas operacionais refletiu a implementação do projeto Figital assim como maior investimento em logística e na expansão via abertura de novas lojas.

As despesas com vendas tiveram um aumento de 19,7% no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, sendo o crescimento atribuído às despesas adicionais decorrentes da expansão orgânica (76 lojas adicionais frente a 1T21). Contudo, há uma redução de 4,4% quando comparado com o trimestre anterior (R$ 118,8 milhões em 4T21).

As despesas gerais e administrativas tiveram crescimento de 24,8% no trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, atribuído principalmente a investimentos em pessoal, gastos com a malha logística para suportar a expansão orgânica da companhia, com um novo centro de distribuição em operação, e as despesas do projeto Figital, que representam investimentos para o crescimento de vendas da base de lojas no futuro.

O aumento das despesas com Centros de Distribuição foi de R$ 2,1 milhões e com o projeto Figital foi de R$ 3,1 milhões no 1T22 frente ao 1T21. Frente ao trimestre anterior, as Despesas Gerais e Administrativas se mantiveram alinhadas, com uma expansão de 1,0% (R$50,6 milhões em 4T21).

O lucro bruto totalizou R$ 185,3 milhões nos três primeiros meses de 2022, crescimento de 6% em relação ao mesmo trimestre de 2021. A margem bruta foi de 34,3% no 1T22, uma redução de 5,9 ponto percentual na comparação anual.

No primeiro trimestre de 2022, o resultado financeiro líquido totalizou uma despesa de R$ 30,3 milhões, o que representa um aumento de 93,2% na base anual

A dívida líquida ajustada da companhia ficou em R$ 266,6 milhões no final de março de 2022, crescimento de 174,8% em relação ao mesmo período de 2021.

O indicador de alavancagem financeira, medido pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em 1,6 vez em março/22, elevação de 1,1 vez em relação ao mesmo período de 2021.

No 1T22, os investimentos da Companhia totalizaram R$17,8 milhões, incluindo aberturas de lojas, implementação de projetos, investimentos em logística e TI. Neste trimestre, foram abertas 14 novas lojas, comparado a 9 lojas no 1T21 e 8 lojas no 1T20. Também concluímos a transformação de 7 lojas existentes, que foram transformadas para os modelos Mais Construção I, II e III.

Os resultados da Lojas Quero-Quero (BOV:LJQQ3) referentes às suas operações do primeiro trimestre de 2022 foram divulgados no dia 03/05/2022. Confira o Press release na íntegra!

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A varejista de material de construção e itens para casa Quero-Quero sentiu o impacto do ambiente macroeconômico em suas atividades.

“Continuamos a crescer ‘share’ [participação] mesmo com recuo nas vendas em mesmas lojas. Segmento está difícil de operar nesses últimos meses, mas estamos felizes de continuar ganhando mercado nesse período, que é o nosso objetivo”, disse há pouco o presidente da empresa, Peter Furukawa.

“No segundo semestre do ano passado, o cenário econômico estava mais parecido com agora.”

“Não é por falta de produtos ou rupturas que não estamos conseguindo crescer mais. Estamos com nível de estoque similar ao de 2019, ruptura está em patamar de 6% a 7%. E não vejo risco de voltar aos patamares do início da pandemia”, diz Furukawa.

Mesmo nesse ambiente mais difícil, a Quero-Quero não pretende interromper seu ciclo de crescimento do número de lojas. “Nossa meta ainda é abrir 70 lojas neste ano”, disse Furukawa.

“Nosso crescimento principal ainda deve continuar vindo de Santa Catarina e Paraná”, disse o executivo projetando o ano.

A receita da Quero-Quero deve crescer em ritmo mais lento do que os custos neste ano. Mesmo com o ambiente macroeconômico mais complexo, a companhia resolveu não tirar o pé dos investimentos.

“Poderíamos ter parado investimento e segurado nosso plano de expansão, mas isso tudo minaria nosso crescimento futuro e seguimos convicto de que nosso momento é muito bom. Vamos continuar com investimentos que tínhamos planejados para 2022”, disse Furukawa.

Segundo o diretor financeiro, o Ebitda (sigla em inglês para resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do trimestre teria sido mais alto se não fossem esses investimentos, mas a companhia segue confiante de que eles trarão retorno no futuro.

“Tivemos investimento e despesa de mais de R$ 3 milhões só no figital [operação física e digital], o que impacta o Ebitda.”

* Com informações da ADVFN, RI das empresas, Valor, Infomoney, Estadão, Reuters