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Santander: após retirar GetNet da B3, companhia esbarra no questionamento sobre o futuro das maquininhas

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Ao decidir retirar a Getnet da Bolsa apenas sete meses após listá-la, o Santander deu uma amostra concreta de que o período de maior charme do setor para o mercado passou. A intenção do conglomerado espanhol de multiplicar o valor da empresa, a terceira maior do setor no País, esbarrou no questionamento sobre o futuro das maquininhas, o que explica porquê tanto a líder Cielo quanto as desafiantes Stone e PagSeguro negociam consideravelmente abaixo de suas máximas.

Ao cindir a Getnet (BOV:GETT11) do Santander Brasil, no ano passado, o Grupo Santander (BOV:SANB11) esperava que o mercado avaliasse o ativo a múltiplos de empresa de tecnologia. As capitalizações de Stone e PagSeguro, ambas listadas em Nova York, corroboravam essa possibilidade. Não à toa, além de ações na B3, a Getnet ganhou recibos na Nasdaq, bolsa americana de empresas de tecnologia.

Mas o ciclo virou rapidamente. Entre março de 2021, mês em que a cisão foi aprovada, e outubro, data de sua listagem, as duas rivais despencaram na Bolsa. A própria Getnet, após estrear com alta de mais de 63%, caiu fortemente nos dias seguintes. Ontem, era cotada 57% abaixo de sua máxima histórica.

“No momento em que o Santander planejava a abertura de capital da Getnet, o mercado estava bombando. A Stone valia seis vezes mais que a Cielo. A PagSeguro, dez vezes mais”, diz Edson Luiz dos Santos, fundador e sócio da Colink Business Consulting. “O Santander abriu o capital para desbloquear valor.”

A baixa do setor, porém, impediu que essa multiplicação ocorresse. “O papel (da Getnet) vem negociando a um múltiplo similar ao do Santander Brasil, e falhou em cumprir a meta inicial da cisão, que era a de negociar a múltiplos mais altos e destravar valor para o Grupo”, afirmaram mais cedo os analistas Gabriel Gusan, Karina Martins e Roberta Versiani, do Citi.

O Broadcast mostrou ontem que a PagoNxt entendeu que, diante da baixa liquidez da Getnet no mercado acionário, a conta de manter uma companhia listada deixou de compensar. Com um único acionista, ao invés dos atuais 250 mil, fica mais fácil executar a estratégia para o ativo, em plena internacionalização.

No setor, a segunda maior empresa, a Rede, passou por processo semelhante. Após fazer uma das maiores estreias da Bolsa, em 2007, a companhia teve o capital fechado pelo controlador, o Itaú Unibanco, em 2012. Hoje, a Rede é vista pelo Itaú como uma ferramenta para avançar no segmento de empresas.

Questões setoriais

No último ano, as ações de cada empresa do setor foram pressionadas por questões próprias, mas o pano de fundo setorial pesou para todas. O ciclo de alta da Selic, iniciado no segundo trimestre do ano passado, encareceu os custos de financiamento das adquirentes, que necessitam de recursos para financiar produtos de crédito.

Como a velocidade do repasse é menor que a do aumento do custo, as margens das empresas foram pressionadas. A grande concorrência que se estabeleceu no setor na última década intensificou o efeito: o cliente ganhou mais possibilidades de escolha, o que limita o poder de determinação de preços das empresas.

Este conjunto de fatores impediu que a Getnet repetisse o sucesso das estreias da PagSeguro e da Stone em bolsa. Ambas chegaram ao mercado em 2018, e durante muito tempo, tiveram valores de mercado de empresas de tecnologia. A Stone, por exemplo, atraiu investidores de peso, como o Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, ainda hoje acionista da companhia.

No caso da Getnet, o mercado também se perguntava sobre qual seria a relação entre a companhia e o Santander Brasil, que de antigo controlador passou a “irmão” no Grupo. “Não tínhamos uma recomendação de compra (para a Getnet) devido à baixa liquidez da ação e aos potenciais conflitos de interesse (com o Santander)”, escreveram os analistas do BTG Pactual em relatório.

Comprada pelo Santander em 2014, a Getnet foi impulsionada pelo balcão do banco e tornou-se a terceira maior adquirente do País. Essa escalada aconteceu durante a gestão de Pedro Coutinho, executivo que deixou o comando da companhia em março, pouco tempo após a chegada à Bolsa, rumo à Safra Pay.

Informações Broadcast

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